Poderemos extrapolar até ao limite as implicações dos referendos quanto ao sentido da “vontade popular”. Só que a ilação primeira a retirar é, a meu ver, inequívoca: o enorme défice de participação cívica nos actos referendários realizados é um indício – mas um indício sério, firme e reiterado – de que o referendo constituirá instrumento absolutamente inapropriado de regulação do processo legislativo em Portugal.
Claramente, os portugueses não se sentem mobilizados por referendos, a não ser que os inquiram sobre a abolição de impostos ou a duplicação do salário que cada um recebe…
Assim, por muito que se invoquem nobres princípios da democracia participativa, o apelo à realização de referendos num quadro de enorme défice de participação cívica só transfigurará “boas intenções” em processos perversamente antidemocráticos.
O resultado está à vista: durante quase 10 anos, o aborto foi um gravíssimo problema de saúde pública e o país ficou cada vez mais centralista e regionalmente iníquo.
Pois é. Às vezes, a única forma com que se é capaz de lidar com problemas é fazer de conta que eles não existem.
Ricardo Cruz
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Claramente, os portugueses não se sentem mobilizados por referendos, a não ser que os inquiram sobre a abolição de impostos ou a duplicação do salário que cada um recebe…
Assim, por muito que se invoquem nobres princípios da democracia participativa, o apelo à realização de referendos num quadro de enorme défice de participação cívica só transfigurará “boas intenções” em processos perversamente antidemocráticos.
O resultado está à vista: durante quase 10 anos, o aborto foi um gravíssimo problema de saúde pública e o país ficou cada vez mais centralista e regionalmente iníquo.
Pois é. Às vezes, a única forma com que se é capaz de lidar com problemas é fazer de conta que eles não existem.
Ricardo Cruz
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Comentários
Por outro lado, os temas sujeitos a legitimidade política, através do referendo, não têm sido pedagógicamente explicados às populações, como está a acontecer com o recente Tratado de Lisboa. Depois da sua aprovação no Conselho Europeu e assinatura solene passado um mês, em Lisboa, quem teve a iniciativa de começar tais esclarecimentos para uma eventual realização de referendo?
Ninguém e muito menos os partidos. Estes e os respectivos inqulinos só poderão vir a queixar-se de si próprios ao darem o pior exemplo de democracia participativa e responsável.
Acresce ainda que tais comportamentos não mobilizam as pessoas porque não vislumbram forma prática e imediata de resolver os seus problemas, característicos de um atraso crónico (de séculos) e escandaloso.
Sei que vai custar a algumas pessoas admitir tudo isto mas corresponde inteiramente à verdade, reiterando o que antes se disse relativamente ao aborto: da última vez, o tema foi intensivamente mais discutido e comentado, ao contrário do que se passou há cerca de 10 anos.
Por último, não consigo descortinar a ligação entre o referendo ao aborto e a regionalização, na linguagem rebuscada e nada popular ou esclarecedora de Ricardo Cruz.
Por tudo, a exigência da regionalização, com a criação de 7 Regiões Autónomas, depois de referendada.
Anónimo pró-7RA.
É uma lástima que neste país os meios de comunicação social não assumam uma postura de esclarecedores de opinião. O mesmo se diz dos políticos, os que deveriam ter o papel principal neste neste enredo. Mas não pelas atitudes que lhes são conhecidas.
Anónimo pró-7RA.
Preto no branco
pró 5
anónimo 4
Anónimo pró-7RA.
mande mais Sr. António Felizes.
Pró 5
Anónimo 4
Anónimo pró-7RA.