A crescente improficuidade local e periférica da administração estatal
Se o presente modelo não tem sido generoso para a administração autárquica, também tem revelado as insuficiências da administração estatal no cumprimento dos fins de interesse público materialmente locais.
A falta de adaptação da administração local e periférica do Estado à percepção das realidades locais é, entre nós, proverbial.
Por mais proximidade física que exista, persiste, inexorável, a distância administrativa. Ambos esses níveis da administração do Estado têm vocação para serem a sua longa manus, em vez de representarem os cidadãos e os interesses locais.
Acresce o labirinto burocrático em que se transformaram, agudizado pela desconcentração descomedida, para se compreender que o cumprimento dos fins essencialmente locais não poderão comportar soluções administrativas que não tenham as suas raízes situadas no contexto social e cultural em que as suas acções se irão precipitar.
Deste modo, o caminho estava aberto para o ensaio de uma solução que o percurso histórico acabou por tornar, senão única, pelo menos uma das poucas possíveis.
Carlos Abreu Amorim
Se o presente modelo não tem sido generoso para a administração autárquica, também tem revelado as insuficiências da administração estatal no cumprimento dos fins de interesse público materialmente locais.
A falta de adaptação da administração local e periférica do Estado à percepção das realidades locais é, entre nós, proverbial.
Por mais proximidade física que exista, persiste, inexorável, a distância administrativa. Ambos esses níveis da administração do Estado têm vocação para serem a sua longa manus, em vez de representarem os cidadãos e os interesses locais.
Acresce o labirinto burocrático em que se transformaram, agudizado pela desconcentração descomedida, para se compreender que o cumprimento dos fins essencialmente locais não poderão comportar soluções administrativas que não tenham as suas raízes situadas no contexto social e cultural em que as suas acções se irão precipitar.
Deste modo, o caminho estava aberto para o ensaio de uma solução que o percurso histórico acabou por tornar, senão única, pelo menos uma das poucas possíveis.
Carlos Abreu Amorim
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Nunca me tinha lembrado do termo: IMPROFICUIDADE = INOPERÂNCIA, BUROCRACIA, DISTÂNCIA.
INOPERÂNCIA: Quando se nos depara um monstro orgânico, privado ou estatal, a consequência directa será só a inoperância e o distanciamento relativamente a quem recorre aos serviços desse monstro.
BUROCRACIA: Por isso, a importância dos organismos que integram esse monstro é administrativamente complexa e só podem funcionar através de uma malha burocrática, cuja densidade é directamente proporcional à ineficácia e distanciamento dos serviços respectivos em relação às pessoas (os únicos que as financiam).
DISTÂNCIA: O distanciamento, para além de revelar uma falta de profissionalismo e de respeito individual pelas pessoas, é ainda uma manifestação de péssimo civismo, revelador de que os seus autores estão mais preocupados com a "autoridade de que estão investidos" do que a necessidade de resolver os problemas aos cidadãos, para quem os organismos onde prestam serviço foram criados.
Ao sintetizar-se assim as "coisas" inseridas no texto de Carlos Abreu Amorim, está-se a enfatizar a "distância administrativa" a que operam os serviços desses organismos da Administração, a qual irá continuar com a solução das Regiões Administrativas, apenas por constituir uma "transumância" dos serviços do quadrante "central" ou de "extensão central" para o quadrante "regional", absolutamente sem nenhuma melhoria (continuará o labirinto burocrático, a desconcentração descomedida - como tenho dito "às pinguinhas" e sem enquadramento estratégico -, soluções administrativas desinseridas das raízes situadas no contexto social e cultural, só citando o autor).
No final, Carlos Abreu Amorim aponta "o caminho (...) para o ensaio de uma solução que o percurso HISTÓRICO acabou por tornar, senão única, pelo menos uma das poucas possíveis". Aqui é que poderemos discordar, uma vez que o autor não toma posição sobre a solução concreta; na continuidade e na coerência das minhas posições, o percurso histórico só pode apontar para uma ÚNICA SOLUÇÃO: A CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS 7 REGIÕES AUTÓNOMAS, porque já sabemos as consequências de uma solução administrativa, aqui bem retratadas e sintetizadas no texto de Carlos Abreu Amorim.
Assim seja, amen.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
PS - Reapresento a proposta de se criar a "Associação PROSETRA", para defesa e implementação das 7 Regiões Autónomas, uma vez que os actuais partidos ainda não se encontram preparados para tal nem a lástima da situação política actual o consentiria (contrariamente às posições dos senhores Templário e António Felizes).
A esta proposta, com mais de 2 meses, ninguém até agora respondeu, o que parece ser uma nítida falta de interesse na regionalização e respectivas soluções.
Serão mais "capelinhas", é? Por mim, tirem daí o sentido.