Carta Aberta

Caros editores do blog Regionalização (regioes.blogspot.com)

Saudações Regionalistas,

Seguem em anexo dois mapas que representam a divisão de Portugal Continental em 7 Regiões, conforme tem sido defendido neste blog por uma importante corrente de opinião. Ambos representam as mesmas divisões, com a diferença que um se sobrepõe à divisão em concelhos. Peço-vos que os publiquem num post para o devido efeito, dando assim a conhecer esta proposta de Regionalização, que tem sido amplamente divulgada e apoiada.

Com os melhores cumprimentos,
Anónimo (Beira Interior)

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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Minicipalistas,

Este mapa, como têm vindo a saber, pela posições que tenho tomado neste blogue, é exactamente o que DEVE ser implementado para concretizar uma política adequada de regionalização (apenas ligeiras correcções à Beira Litoral e Beira Interior, a Norte/Nordeste, a Beira Litoral não "entra" tanto na Região de Entre Douro e Minho nem na Região da Beira Interior; nem a Região da Beira Interior "entra" tanto na Região da Beira Litoral, a sul/sudoeste;a Região da Estremadura e Ribatejo não "entra" tanto na Região do Alentejo, a sul/sudeste). A sua estrutura baseia-se essencialmente nas 11 Regiões Naturais e respeita as tradições, a história, a geografia e, o que é mais importante, a idiossincrasia das populações (no trabalho "As Regiões Autónomas, do site da OdE, estão todos os mapas e os concelhos que devem ser integrados em cada Região Autónoma, segundo critérios históricos, geográficos e antropológicos).
Com estas valências humanístico-histórico-geográficas, há-de conseguir-se mobilizar as populações de forma adequada a uma crescente adesão ao processo e entusiasmo, à medida que os objectivos fixados para cada uma das Regiões Autónomas e para o País forem sendo atingidos progressiva e seguramente.
Para me dirigir àqueles para quem o critério da "massa crítica" (dimensão) é um critério necessário e nunca suficiente, só pretendo alertá-los para o facto de as regiões a norte do rio Tejo terem um área territorial "quase" idêntica capaz de assegurar uma execução adequada das políticas regionais e das suas extensões municipais, sem deixarem de ser "concorrenciais". As suas características fundiárias, geográficas e humanas, caracterizadas por um elevado grau de homogeneidade e menor índice de assimetrias entre o litoral e o interior, justificam integrar o território alentejano numa única região, opção clara e associada aos vultosos investimentos nela realizados com atraso, a permitir criar condições suficientes para potenciar o seu desenvolvimento num quadro de PRODUÇÃO de bens e de serviços.
Por outro lado, com a separação entre litoral e interior, procura-se dar condições efectivas de desenvolvimento às Regiões Autónomas do interior, sem estarem condicionadas pelas opções políticas de desenvolvimento e estratégicas do litoral mais "crescido" e ainda não desenvolvido. Por tudo isto, tanto ao litoral como ao anterior serão, assim, proporcionadas condições de "desenvolvimento real", concedendo-lhes a possibilidade:
1) Ao litoral, de repensar o seu crescimento, transformando-o em desenvolvimento sustentado através de um reordenamento integral do seu território, extensivo a todas as vertentes políticas.
2) Ao interior, de se libertar das opções do litoral e, com isso, de não enveredar por políticas erróneas de desenvolvimento, adoptadas até hoje pelo litoral, e privilegiar opções de desenvolvimento sustentadas e adaptadas aos seus territórios, compatíveis com uma maior dinâmica de crescimento com aperfeiçoamentos em todas as dimensões políticas (económicas, sociais, ambientais, culturais, educacionais, etc.)
Nas condições expostas, nunca ficaremos organicamente subordinados nem dependentes de complementaridades centralistas para dialogar, conferenciar ou decidir com as regiões congéneres (já muito mais desenvolvidas) do nosso parceiro ibérico. Poderão introduzir-se, por fim, outros critérios e paradigmas de funcionamento qualitativo nos serviços públicos decorrentes da reforma da Administração Pública que, ao contrário do afirmado pelo nosso senhor Ministro das Finanças e da Administração Pública, ainda não está nem nunca estará terminada, é um desafio de reforma contínua.
Em jeito de despedida, aos centralistas endereço o convite para quantificarem:
a) Os "prejuízos" políticos passados, em termos de desenvolvimento, que as respectivas políticas têm causado às agora denominadas Regiões Autónomas (7).
b) Os "prejuízos" políticos futuros, em termos de desenvolvimento (nunca crescimento), que as respectivas políticas irão causar nos hiper centros urbanos das Áreas Metroplitanas de Lisboa e do Porto.

(Não me digam que tudo somado estamos com um atraso de 30 anos em relação à Europa mais desenvolvida; quem havia de imaginar uma "coisa" destas!)

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Anónimo (Beira Interior), os mapas terão de sofrer alguns pequenos, muito pequenos acertos, mas o ESSENCIAL está lá.
Anónimo disse…
Caro Anónimo pró-7 RA:

A apresentação deste mapa marca, espero eu, uma viragem na luta por uma regionalização mais justa, com 7 unidades regionais. Como já disse, é apenas uma primeira proposta. Os critérios que a regeram foram os seguintes:

1º- Somatório das Antigas Províncias de 1930 (por exemplo, a Estremadura e Ribatejo é simplesmente a soma destas duas províncias, tal como Entre-Douro e Minho).

2º- NUT III (no caso de Trás-os-Montes, tentando colocar os concelhos do Douro todos na mesma região; e no caso da Serra da Estrela, colocá-la na íntegra na Beira Interior)

3º- Indicadores Económicos (Índice de Poder de Compra Concelhio) ditaram ainclusão de alguns concelhos da zona do Pinhal Interior (Castanheira de Pêra, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos) e da Pampilhosa da Serra na região da Beira Interior . Estes indicadores levaram-me também a uma dúvida: os concelhos de Arganil, Góis e Oliveira do Hospital têm um desenvolvimento mais atrasado que os da Beira Litoral, mas estão demasiado próximos de Coimbra para serem integrados na Beira Interior: gostaria de saber a sua opinião quanto a este ponto em concreto.

4º-Identidades Regionais: Ponte de Sôr (em 1930 incluída no Ribatejo) sempre se disse Alentejana, pelo que a coloquei na região da "planície dourada".

Se tiver alguma correcção a fazer, publique-a aqui neste post, que eu analisarei prontamente o caso.

Com os melhores cumprimentos,
Anónimo (Beira Interior)
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
e
Estimado Anónimo (Beira Interior),

O trabalho que tem vindo a realizar é de grande importância para os regionalistas se convençerem que a melhor solução para a regionalização assenta nas 7Regiões Autónomas. Este é a magna convicção que a maioria das pessoas adeptas da regionalização têm de ter, para além de todas se convencerem que as políticas centralizadas e centralizadoras têm de ser definitivamente eliminadas.
Somente depois é que se põe o problemas da delimitação das 7 Regiões Autónomas. Assim, a sua delimitação é quase como a aplicação da lei: tem de respeitar a sua letra mas também o seu espírito. A prevalência de uma sobre o outro e vice-versa só poderá conduzir à aplicação inadequada das leis, suficientes para gerar sentenças e acordãos injustos num sistema que tem de eleger como objectivo primordial assegurar "JUSTIÇA".
À "letra", a delimitação das regiões poderia induzir-nos a considerar inevitável a integração de certas "proximidades" e a "libertação" de outras para uma região ou várias regiões vizinhas; por outro lado, de acordo com o seu "espírito", o mais acertado seria evitar aquelas "tentações" literais e "aconchegar" mesmo o que é ou está "natural, cultural e históricamente" mais próximo.
Como já sugeri, o trabalho "As Regiões Autónomas" - (o regresso às origens como solução de desenvolvimento) aponta uma solução de delimitação regional autónoma suficiente para anular desequilíbrios na interpertação das sua "letra" ou do seu "espírito" e abrir a porta a um consenso nacional.
Lembro ainda que o subtítulo daquele trabalho "o regresso às origens ..." não está apenas a fazer figura de corpo presente, mas a estabelecer um espécie de critério antrpológico com ligação ao passado como alavanca de delimitação, ligação e de mobilização para os desafios exigentes do futuro, em condições de modernidade e de desenvolvimento sustentado, capazes de corporizar uma política de fixação das populações às suas TERRAS DE ORIGEM e abandonar defitivamente aquilo que tem sido um MAL SECULAR: a política de transporte (migrações para o litoral, emigrações para o estrangeiro).

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - As propostas serão inseridas neste blog, sempre.
O seu coordenador estará provavelmente atento quanto à sua publicação na "1ª. página" de acordo com a importância que cada proposta revelar e só por isso.
Al Cardoso disse…
Que me desculpe o amigo da "Beira Interior" invencao relativamente recentemente, mas nao consigo conceber que a minha Beira nao tenha uma frente de mar!

O que faz todo o sentido e uma regiao da Beira com os Distritos Da Guarda, Viseu, Coimbra, Aveiro e Castelo Branco, podendo haver algumas saidas dos concelhos mais a norte para a chamada regiao Norte, e agregamento de outros do norte do distrito de Leiria!
Mas isto sempre de acordo com as vontades das populacoes e nao imposto por Lisboa!

A "Beira Interior" so pode interessar a Covilha, que estando ao centro dessa "pseudo-regiao" e que colheria os dividendos!

Um abraco regionalista dalgodres.
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas
(e, em especial),
Caro Al Cardoso,

Pelo rumo que as coisas meteorológicas e ambientais levam, nem o senhor em Fornos de Algodres estará a salvo de uma investida do mar. Oxalá que não, porque nunca quereria desejar-lhe "banhos de mar" inesperados e logo de água fria.
As únicas banhadas que estou disposto a dar-lhe relacionam-se com o desmontar dos seus argumentos sobre a regionalização, banhadas que os defensores da regionalização, como o senhor, bem
merecem. E há muitos neste blogue, muito mais do que parece.
Com efeito, as Beiras vão ter (já têm) uma faixa enorme e linda de mar, situada na Beira Litoral, adjacente à Beira Interior (Beira Alta + Beira Baixa) cujo acesso está agora facilitado com a A25 e com outras que se lhe seguirão, tanto para noroeste como sudoeste, dando-lhe até a possibilidade de escolher entre águas mais frias e águas mais tépidas. Não sei se é exagero mas, no futuro, poderá até vir a usufruir de um SPA, pelo menos em frente à sua casa, se não puder ser mesmo lá dentro e bem aconchegado numa cave ou numa marquise desordenada.
Pelos vistos, tem andado muito "distraído" com as explicações que aqui têm sido dadas sobre a solução das 7 Regiões Autónomas, facto que muito lamentamos, ao misturar regiões com distritos e a manifestar aquele habitual "ciumezinho lusitano", desta vez pela cidade da Covilhã (o senhor lá sabe o que tem contra aquela cidade, mas a regionalização, coitada, é que não sabe, nem sequer os "habitués" deste blogue).
Sugiro-lhe que não perca tempo com balelas e nada justifica zangar-se comigo.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caro Anónimo (Beira Interior)

Tenho consciência que a sua resposta será muito mais incisiva que a minha, mas não resisti a dar uma resposta ao senhor Al Cardoso (nome com resquicios americanos, o que me leva a concluir que é ou foi emigrante) e que, a ter sido, parecer ter esquecido as causas que motivaram a decisão de o fazer.

Assim não seja, amen.

Sem masi nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Al Cardoso disse…
Caros amigos discordantes:

De facto sou imigrante, (ainda) e nao e com prazer nenhum como devem calcular, que nos tenhamos que deixar a nossa terra.
Deixando marquizes e spas de fora, que para aqui nao sao chamados, qual e o interesse ter-mos uma regiao cada vez mais interior e cada vez mais pobre?
Ha um dito muito antigo que nao sei se os meus amigos conhecem que e assim: "So da, quem tem", ora que temos nos no interior? um caciquismo municipal cada vez mais acentuado e um deserto de gente e de ideias, digo eu!
Estou convicto que a "Beira Interior" que defendem nao tem nem nunca tera pernas para andar, mas caso isso viesse a acontecer podem estar seguros que nao sera com os concelhos do lado norte da "Serra". (a Estrela pois claro)
Preferimos ficar (estou convicto) numa "Beira Litoral" do que numa "Beira Interior" ate esta coisa do "interior" me da arrepios, gosto muito mais do que esta a vista, do que esta no interior!

Um abraco regionalista dalgodrense.
Anónimo disse…
Caro Al Cordoso,

Mesmo com muitos anos passados no estrangeiro, veja que até fez um diagnóstico correcto da situação aí na Região Autónoma da Beira Interior.
No entanto, a solução que apresenta não é a mais adequada para resolver os problemas que pretende ver resolvidos. Nenhuma terra provoca arrepios aos seus naturais, mas somente os que dela fizeram e continuam a fazer um "fosso social".
Por isso, continuo a afirmar que a escolha dos protagonistas políticos (centrais, regionais e locais) reveste-se da maior importância e, se acertar na escolha, verá que as vistas para a Serra da Estrela passarão a ser únicas e até lhe permitirão "ver" o que se passa do outro lado, na Covilhã, para nunca mais ter vontade de sair da "sua terra". Mas também nunca ficará impedido de dar uma "olhadela" rápida ou demorada ao mar, ali tão perto (A25), assim tenha "alfaias" para tudo isso.
Por isso: Região Autónoma da Beira Litoral (para os seus banhos e admiração de mar e não limitar o desenvolvimento do interior); Região Autónoma da Beira Interior (para as excelentes vistas serranas e planálticas, Covilhá incluida, e benaventurar o momento em que se decidiu vida autónoma desta região em prol do desenvolvimento próprio).
Felicidades lá por "fora", mas que regresse sem demora.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caro amigo de Fornos:

O concelho de Fornos de Algodres está numa posição duvidosa. Sempre esteve. Oscilando entre os distritos da Guarda e de Viseu, sempre houve dúvidas quanto à sua posição nas várias unidades territoriais. Porém, o seu concelho, aqui tão perto (nem meia hora) da Guarda, sofre, como todos os concelhos a seguir a Mangualde (quem vem de Viseu), dos mesmos males: envelhecimento e emigração (como o caro amigo é disso exemplo), despovoamento, fraco poder de compra, baixos salários, elevado desemprego, falências, baixos níveis de educação e cultura, falta de verbas, desvio de fundos comunitários para as regiões de Lisboa e do Litoral, etc.
Por isso, acho que a questão da frente de mar não se coloca: há claramente uma distinção entre o seu concelho de Fornos, tal como, por exemplo, a Guarda ou Almeida, e, por exemplo, concelhos como Coimbra, Estarreja ou São Pedro do Sul: o que está aqui em jogo não é a presença/ausência de mar: é, isso sim, os níveis de desenvolvimento de cada região e, aí, nota-se uma enorme fractura entre o Litoral e o Interior. Como já disse anteriormente, o maior problema das 5 regiões é meterem tudo no mesmo saco, ou seja, os fundos deixariam de estar retidos em Lisboa para estarem retidos em Coimbra ou no Porto, onde não são tão necessários como, por exemplo, em Celorico ou em Fornos.
Quanto à questão do caciquismo, essa é uma falsa questão. Como já disse, tenho raízes na Beira Interior e também na zona do Porto, pelo que conheço ambas as realidades e, acredite ou não, o Litoral dá muito mais provas de corrupção e de caciquismo (municípios como Gondomar, Felgueiras, Maia, Matosinhos, Marco de Canaveses, Paredes ou Paços de Ferreira são exemplos de grande caciquismo, onde, apesar de mudarem os protagonistas de 20 em 20 anos, a política é sempre a mesma). O que eu vejo é que, quando é dada força ao Interior, o Interior sabe aproveitá-la: veja-se a evolução que houve em cidades como a Guarda, a Covilhã, Vila Real ou Castelo Branco, e as infra-estruturas (como piscinas, pavilhões, parques de exposições, águas e saneamento básico, escolas, estádios, bibliotecas, etc.) que têm sido feitas nos últimos anos um pouco por toda a Beira Interior, e o crescimento destas cidades do Interior em contraste com a estagnação de urbes como o Porto e Lisboa (centro), ou Coimbra.
Estamos no Interior, isso não é novidade para ninguém. Não é vergonha nenhuma, antes pelo contrário. A Beira Interior não é propriamente uma invenção recente: desde 1930 que vários geógrafos englobam as Beira Alta e Baixa na região com este nome. Só que os tempos mudaram, e a zona de Viseu conseguiu atingir praticamente os níveis de desenvolvimento de Aveiro com a construção do IP5. Porém, para a zona da Guarda, o desenvolvimento nunca mais chega, e o dinheiro fica encravado em Lisboa.
Para evitar a monopolização por parte da Covilhã da Beira Interior, proponho, como solução, a distribuição igualitára dos futuros serviços regionais pelas cidades mais importantes, Guarda, Covilhã e Castelo Branco.

Sem ciúmes nem ressentimentos,
Anónimo (Beira Interior)
Anónimo disse…
Caro Al Cardoso,

Não se pode queixar.
Bem o avisei que a resposta do Anónimo (Beira Interior) responderia com muito mais incisão e menos ironia que eu próprio.
Fique muito bem com a sua Região Autónoma da Beira Interior (se considera o nome longo, sugiro-lhe que use a sigla: RABI - sôa a israelita, mas já estamos habituados; está a ver, a propósito, de adoptassem a regionalização autónoma, autónoma mesmo, já teria havido Paz no Médio Oriente).

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)