Ensaio sobre a Regionalização (1)

A regionalização foi a profecia que não se auto-realizou. Abordá-la do ponto de vista sociológico equivale a indagar as razões práticas duma ausência tão flagrante quanto aceite sem grande contestação por todas as forças políticas.

De facto, embora a regionalização tenha merecido a consagração normativa fundamental, tornando-se matéria constitucional logo a partir de 1976, não agregou as dinâmicas políticas, sociais e institucionais necessárias para se implantar na estrutura administrativa do país.

Sem terem de se confrontar com qualquer quebra de legitimidade, temos neste particular um Estado que falta ao encontro com a sua Constituição e um conjunto de partidos que se desvinculam dos seus próprios programas de Governo.

A regionalização ilustra uma certa lógica de funcionamento do Estado em Portugal, cuja vulgarização se tornou autêntico veículo de cultura política. Atravessado por imperativos, obrigações e interesses contraditórios, o Estado sobreveio fornecendo um vasto conglomerado de acções, omissões e estímulos tendentes a relativizar a sua própria Constituição ou a subverter parte da legislação dela decorrente. O destino da regionalização foi assim traçado.

Na verdade, o óbice à regionalização não foi ideológico. Jamais se verificaram grandes discrepâncias doutrinárias a seu respeito. Embora os partidos tenham divergido quanto aos modelos da divisão regional, o discurso partilhado reforçava a profissão de fé no projecto. No entanto, tratava-se de algo a investir somente enquanto oposição e nos momentos eleitorais. Atingido o poder, a regionalização tornava-se dispensável.

(continua)

Daniel Gameiro Francisco
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

O que está analisado neste ensaio sobre as causas da (não) regionalização poderia aplicar-se a outros domínios em que a política tem exercido o seu papel fundamental de intervenção na sociedade portuguesa.
O problema fundamental, entre outros parâmetros, centra-se também no comportamento dos protagonistas políticos, por incoerências e práticas diferenciadas, conforme estão no poder ou na oposição.
Por isso, acentuar a tónica na exigência de análise comportamental de quem se candidata a governar-nos (central, regional ou localmente) nunca é tempo perdido mas revela-se uma exigência cada vez mais premente para uma maior consciência política e, assim, evitar "males maiores" nas escolhas eleitorais para as fases subsequentes.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Disse o Zagas (que aqui escreve com muitos Nicks que todos conhecem) no F. Galaico:

"A nível de linhagens femininas a situação esta muito má. Actualmente a faixa atlântica ja tem linhagens subsarianas (Africa negra). Como podem ver na figura a Galiza tem 2% de haplogrupos subsariano, o Norte de Portugal 5%, o Centro 10% e o Sul 7%.
Todos os esforços deveriam ser feitos para erradicar de vez o sangue negro na Galécia. Sangue negro é do pior que há, e não podemos permitir que esse sangue se espalhe na Galécia, seria o nosso fim, temos de permanecer com 0% de sangue negro, temos de permanecer Galegos sem sangue negro, como no passado. Ainda estamos a tempo de erradicar isso de vez, mas a cada dia que passa a tarefa torna-se mais impossivel.
Para se erradicar deveriam ser feitas análises genéticas urgentemente a todos os Galaicos (não só analises aos haplogrupos mas analises genéticas completas, pois como se sabe os haplogrupos só detectam as linhagens masculinas e femininas, ou seja imaginem que o avô materno era negro, se apenas fossem analisados os haplogrupos não iriamos detectar antepassados negros, pois para os haplogrupos conta a mãe da mãe da mãe e o pai do pai do pai) e os que acusassem sangue negro seriam mandados embora. Outra coisa que se teria de fazer era obviamente fechar as fronteiras e proibirmos a mistura com Lusitanos e Algarvios. Outra coisa que se deveria fazer era ainda um Bilhete de Identidade Étnico, ou seja cada individuo teria no seu BI (Bilhete de Identidade) a indicação de ser ou não de sangue Galego, cada bebé que nascesse seria analisado geneticamente para ver se os pais eram quem pensavamos ser para que não houvesse misturas com pessoas portadoras de sangue negro. Assim evitaria-se que no futuro esse sangue negro pudesse entrar novamente na Galécia.
A nivel de Haplogrupos norte-africanos a Galiza e o Norte de Portugal são os unicos que têm (2 e 7% respectivamente). Este facto é estranho porque não esta de acordo com a história pois onde houve maior impacto e duração da administração Islâmica foi no Centro e Sul. "
Anónimo disse…
Vê-se que o Zagas(aqui neste Blogue com muis Nicks diversos) não conhece História de Portugal.

ÓH ZAGAS, TRAPALHÃO - É QUE NÃO HAVIA FAMILIA NOBRE MINHOTA DE BRASÃO E SOLAR QUE NÃO TIVESSE QUASE UMA DEZENA DE ESCRAVOS NEGROS AFRICANOS NOS SÉCULOS XVII E XVIII.

JÁ LESTE OS HISTORIADORES? E
A "A CASA GRANDE DE ROMARIGÃES"?

É ESSA A RAZÃO PÁ!!!

Serás Derrotado e venceremos tais objectivos INUMANOS e DESUMANOS!

DEUS É O BEM E VENCE!!
Anónimo disse…
Ao Defensor da Pátria,

Acalme-se porque ainda acaba numa ribanceira. E não havia necessidade disso nem de tanto ódio.
O senhor até é uma sumidade em genética; portanto prossiga.

Os meus cordiais cumprimentos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Defendo o Regionalismo saudável e decente e estou calmo!

Apercebeu-se da gravidade? Acho que sim.
Anónimo disse…
Ao defensor da Pátria,

Presumo que já tenha feito análises ao sangue, "check-up e TAC e vestido o Regionalismo, para ser saudável e decente.
Olhe, ainda bem!
Por mim, continuarei a ser fiel às minhas convicções quer o senhor queira quer não e a manifestá-las.
Se não for neste blogue é noutro lado, mas sempre com respeito pelas pessoas e nunca com ÓDIO.
E se for derrotado, qual é o mal? Pode crer que não sou eu que perco, pelo contrário, até passo a ganhar muito mais, contrariamente ao que possa (podem) pensar.
Infelizmente, com a aprovação de um projecto de regionalização infundado, mal explicado, administrativo e burocrático (o das 5 Regiões Administrativas), são as POPULAÇÕES que acabarão por perder tudo, sobretudo a ESPERANÇA em ter um futuro melhor e esclarecedor da META FINAL DE DESENVOLVIMENTO que queremos atravessar colectivamente: em cada uma das REGIÕES que integram o TODO UNITÁRIO NACIONAL.
Esta é que é a GRAVIDADE da questão, não a sua, e que até a desconheço porque não a soube especificar pelo ódio que ainda tem em si.
DEPOIS DE 2013, ainda hei-de ver muita boa gente a:
1) "PROPOR À PRESSA E SEM PREPARAÇÃO (como é nosso hábito) A PASSAGEM PARA AS REGIÕES AUTÒNOMAS, A FIM DE SE OBTER MAIORES VANTAGENS FINANCEIRAS QUE AS PROPORCIONADAS PELAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS".
2) "A CORRER DE UM LADO PARA O OUTRO, PREOCUPADÍSSIMA, PORQUE NÂO SE CONSEGUE NEGOCIAR EM PÉ DE IGUALDADE COM OS RESPONSÁVEIS POLÍTICOS DAS REGIÕES AUTÓNOMAS DO LADO DE LÁ DA FRONTEIRA E DE OUTRAS REGIÕES EUROPEIAS".
3) COM AR DE CASO, PORQUE OS ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO, AFINAL, NÃO EVOLUIRAM TÃO BEM COMO ESPERAVAM E AS POPULAÇÕES A SENTIREM-SE TRAÍDAS".
4) "A BATER EM RETIRADA COMO SE NADA FOSSE COM ELA".
Mas isso é ficção, poderão muito bem argumentar do alto da vossa cátedra! Assim seja, sem mais nem menos, porque será o mal menor.
Obrigado pela sua atenção e estou muito reconhecido pelos:
a) Seus profundos esclarecimentos sobre genética e história.
b) Seus (meus) epítetos.

Os meus respeitosos cumprimentos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Ao Defensor da Pátria,

Desculpe, não o quero maçar, mas já que falou na "Casa Grande de Romarigães", aproveitava para referir que o Escritor Aquilino Ribeiro tinha um "mau feito" coloquial que levou o sogro (Presidente no tempo da 1ª. República) a comentar:
"O Aquilino, só lido".
Sou na mesma, apesar de mostrar o contrário, e salvaguardada a distância erudita a que nos encontramos dele.

Cumprimentos continuados e calmos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)