A Junta das Obras Públicas (1763-1804) - Porto

Uma ideia a ser revisitada: as benesses da Regionalização para Portugal.


Apesar da lógica centralista que assolou e assola este país há séculos, houve, como já disse anteriormente, algumas "lufadas de ar fresco" que permitiram às restantes regiões uma certa expansão. Um bom exemplo disso é a Junta das Obras Públicas, que passo a expor:

-A Junta das Obras Públicas (1763-1804) foi uma entidade criada pelo rei D. José I que, com amplos poderes, era responsável pela promoção e controlo da urbanização do Porto, em Portugal, e que operou uma autêntica revolução na cidade. À frente dos destinos da Junta das Obras Públicas estiveram João de Almada e Melo e o seu filho Francisco de Almada e Mendonça.

-Criada por iniciativa do Marquês de Pombal, primeiro-ministro do rei D. José I, em 1763, a Junta de Obras Públicas estendeu ao Porto as medidas de excepção então em uso em Lisboa para reconstruir a cidade na sequência da devastação do Terramoto de 1755.

-A acção da Junta introduziu uma abordagem racional na concepção da cidade, defendendo aspectos como a luz, a higiene e a salubridade. Segundo estes novos conceitos urbanísticos, as construções deviam obedecer a planos rigorosos em que se privilegiava o conjunto arquitectónico e não o edifício isolado. O risco das novas ruas era acompanhado pelo desenho dos alçados a edificar. Estas áreas constituem, ainda hoje, paradigma de coerência e equilíbrio na relação rua-conjunto edificado.

-O plano almadino pretendia renovar a cidade antiga e ordenar o crescimento para fora da Cerca Fernandina que, sobretudo desde meados do século XVII, estava a realizar-se de uma forma espontânea e caótica. Visava ainda redefinir as principais vias de acesso tornando-as desafogadas. São disso exemplos as Ruas de Cedofeita, de Santa Catarina, Direita (hoje de Santo Ildefonso), do Reimão (actual Avenida Rodrigues de Freitas), dos Quartéis (agora Rua de D. Manuel II), a Calçada da Natividade (Rua dos Clérigos), a Rua Nova das Hortas (troço inicial da Rua do Almada), o Passeio das Virtudes.

-O plano urbanístico de João de Almada para a cidade do Porto - um dos primeiros planos de conjunto a aparecer na Europa - criou um novo e importante eixo citadino que partia da Praça da Ribeira, seguia pela Rua de São João, Largo de São Domingos, Rua das Flores, Rua Nova das Hortas e Rua do Almada até ao Campo de Santo Ovídio (actual Praça da República).

-A segunda metade do século XVIII foi também a época da construção de grandes edifícios representativos da arquitectura neoclássica de influência inglesa que se prolongaria ainda pelo século XIX:

-Casa da Feitoria Inglesa
-Edifício da Cadeia e Tribunal da Relação
-Hospital de Santo António
-Edifício da Real Casa Pia, mais tarde ocupado pelo Governo Civil
-Edifícios do lado poente da Praça da Ribeira
-Arcos abertos no "Muro da Ribeira"
-Edifício da antiga Real Academia da Marinha e do Comércio, hoje Reitoria da Universidade do Porto
-Igreja dos Terceiros de São Francisco, ao lado da Igreja de São Francisco
-Igreja da Lapa
-Igreja da Trindade
-Igreja de Nossa Senhora da Vitória
-Edifício da Alfândega Nova
-Convento de Santo António da Cidade, hoje edifício da Biblioteca Pública Municipal do Porto.

(retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Junta_das_Obras_P%C3%BAblicas)

Em suma, foi graças a esta junta, e à atribuição de amplos poderes a gentes do Porto, que esta cidade se desenvolveu, e passou em menos de 50 anos, de um burgo medieval para a cidade que hoje conhecemos. 40 anos chegaram para desencravar o que estava encravado há quase quatro séculos. Isto passou-se no Porto. Agora imaginem o que se passaria em Portugal se a regionalização tivesse sido implementada nos anos 70. Já lá vão 30 anos, quase tantos quantos durou a Junta das Obras Públicas. Nos próximos tempos, tentarei apresentar mais exemplos do que as (infelizmente, poucas) manifestações regionalistas fizeram por Portugal.

REGIÕES JÁ!

Anónimo (Beira Interior), pelas 7 Regiões
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Sem tirar nem pôr; sem mais nem menos.
Solução: 7 Regiões Autónomas.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Fiquei desiludido...
esperava mais um lençol..
Anónimo disse…
Caro anónimo disse ... das 11:52:00 PM,

Peço desculpa se ficou desiludido com o travesseiro.
Agora fiquei convencido, a sua eloquência no contributo para a regionalização é reconhecível.
Parabéns.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)