Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio em 2005

Poder de compra mais elevado associado aos territórios urbanos, destacando-se a Grande Área Metropolitana de Lisboa, o Algarve e o Grande Porto

Em 2005, apenas nas regiões NUTS II de Lisboa (137,3) e do Algarve (113), o IpC superava a média nacional.

Entre as restantes cinco regiões, era na Região Autónoma da Madeira (96,6) que o indicador mais se aproximava da média nacional. Seguia-se a região do Alentejo (85,6), as regiões Norte (85,5), Centro (83,9) e a Região Autónoma dos Açores (81,7).

O valor do IpC das regiões Norte e Centro reflecte os fortes contrastes existentes no seio destas regiões, onde coexistem municípios de elevado valor do IpC (associados a territórios urbanos localizados no litoral destas regiões) e municípios com os valores mais baixos do país (localizados no interior destas regiões).

Figura 1. Indicador per Capita por NUTS III
Face aos valores apurados com informação de 2002, mantiveram-se as quatro sub-regiões NUTS III com IpC mais elevados, continuando a Grande Lisboa a apresentar o IpC mais elevado; a esta sub-região seguiam-se a Península de Setúbal o Algarve e o Grande Porto. Diferentemente do que se verificava em 2002, o Baixo Mondego também ultrapassava a média nacional.

A análise do IpC por NUTS III destacava, assim, uma dualidade entre o litoral continental, com poder de compra mais elevado, e o interior norte e centro, com um poder de compra mais baixo. [Figura 1].

O contraste entre o litoral e interior do Continente em termos de poder de compra é, em grande medida, o reflexo da dimensão urbana desta variável sócio-económica em Portugal, cujos valores mais elevados emergem associados aos municípios com centros urbanos de maior relevância.

Com efeito, dos 308 municípios do país, apenas 43 apresentavam um poder de compra per capita superior à média nacional, dos quais se destacava um conjunto de municípios da Grande Área Metropolitana de Lisboa (que abrange as NUTS III Grande Lisboa e Península de Setúbal), do Algarve (Faro, Albufeira, Portimão, Lagos, Loulé e Lagoa) e do Grande Porto (Porto, Matosinhos, Maia e Espinho).

Importa referir que os quatro municípios com poder de compra per capita mais elevado pertenciam às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto: Lisboa, com um IpC que mais que duplicava a média do País (216,0), Oeiras (173,3), Porto (164,3) e Cascais (157,1).
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

As intervenções anteriores do Anónimo (Beira Interior) são identicamente importantes e elucidativas, relativamente ao PIB e ao PIB per capita, para além de complementares do indicador baseado no IpC.
Tais "desempenhos" da economia nacional, por região e por concelho, traduzem as assimetrias representativas de um País RETALHADO, DIVIDIDO, MENOSPREZADO, EM TERMOS DE DESENVOLVIMENTO.
Tais indicadores revelam o mais triste retrato a que pode chegar a situação económica de um País e das regiões que o constituem, sem qualquer solução ao longo de dezenas de anos. Na sua génese, só podemos encontrar a aplicação de políticas centralizadas e centralizadoras, ao longo de tempo demasiado, as piores adversárias de políticas de regionalização e de subsidiariedade e os mais fortes potenciadores do egoísmo político nacionais.
Do exposto, por muito que custe a admitir a uma grande parte de eleitores, a única solução é implementar a regionalização através da criação de 7 Regiões Autónomas, a partir das 11 Regiões Históricas ou Naturais. Qualquer outra solução, de base administrativa (Regiões Administrativas), só eternizará as políticas centralizadas e centralizadoras, ao passar de uma "centralidade excessiva" para outras "centralidades regionais" igualmente excessivas e geradoras de desequilíbrios idênticos aos actuais.

Assim seja, amen (para as 7 Regiões Autónomas) e assim não seja (para as 5 Regiões Administrativas)

Sem tirar nem pôr.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)