A Regionalização: Questões de Profundidade

Mote:
A Regionalização deve contrapor-se ao centralismo. O Dirigismo contrapõe-se à livre iniciativa.

A Regionalização deve descentralizar serviços evitando criar novas centralidades.
Deve ser um vector de progresso e deve promover a livre iniciativa.

Uma regionalização que fragmente em vez de dignificar, que disperse energias onde se justificam sinergias é, ou pode ser, um factor de empobrecimento das populações que deveria beneficiar.

No grau de profundidade de uma regionalização deverá haver factores de ponderação estruturais e conjunturais que devem ser equacionados.

Entenda-se por factores estruturais aqueles que são de índole cultural e afectiva. Aqueles que são factores de coesão de um determinado povo, de uma nação. Há quem lhe chame a identidade nacional. É um erro descurar a idade das fronteiras portuguesas e a universalidade da sua aceitação, esquecer que o português é a língua materna de todos nós, esquecer os conflitos e os desafios em que os portugueses se assumiram como um povo, ignorar o facto de nunca ter havido problemas de secessão no continente português – houve uns ‘bambúrrios’ nas ilhas ainda por explicar- e, ‘last but not least,’ são transversais a todo o território português as virtudes e os defeitos dos portugueses como povo.

A profundidade da Regionalização a criar não deve nunca ferir a profundidade dos nossos elos de união. O mesmo será dizer que não deve ultrapassar a profundidade das diferenças – que também existem – entre os portugueses.

Chegamos aos factores conjunturais para a regionalização. Falamos, lato senso, da ‘real politik’ que o Piotr apontava ao Carlos.

Recordemos que vivemos numa Europa de Regiões, que para o nosso país a Europa já definiu 7 regiões (com as quais até nem temos nada contra…), que há características dessas regiões que urgem desenvolver in situ, sem correias de transmissão perras e obsoletas, apodrecidas por venenos como a vaidade, a burocracia.

Retire-se da circulação o bruáa dos políticos locais. Os seus interesses mesquinhos, os seus ímpetos independentistas. O filme é velho e já o vimos nos Açores e na Madeira em 75…

Estudemos o que correu mal nas Áreas Metropolitanas e nos citados arquipélagos. Num país menos esquizofrénico o que se passou nestes sítios deveria causar repulsa, primeiro, e um estudo sério, depois. Como não é fácil emendar o mal que está feito, proceda-se por forma a evitar que estes disparates se repitam.

Não é ser anti-regionalista afirmar o que foi dito.

É facto assente que como Portugueses deveremos ter uma política externa comum, um exército único, um poder judicial que abranja o todo nacional. Assente-se que também a política cientifica, a política educativa, a política fiscal devem ser as mesmas em todo o território nacional.

O que é que caberia às regiões?
A articulação de vectores económicos que serão essenciais para o êxito do nosso país: o Turismo, a validação de produtos com D.O.C. (rótulos, controlo de qualidade, padronização de produtos); horários de trabalho nos diferentes sectores de actividade; trânsito; desporto escolar; saúde preventiva… Não era nada pouco e não era nada despiciendo.

Francisco Nunes no "Torre de Menagem"
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Este texto já foi anteriormente publicado neste blogue, no final de 2007 ou logo nos princípios de 2008.
Os comentários alinhados a seu respeito só confirmam a modalidade das 7 Regiões Autónomas como a mais indicada para implementar a REGIONALIZAÇÃO.
O resto, ocmo tenho referido insistentemente, é conversa fiada ou confiada.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas (em especial)
Caros Municipalistas,

Qualquer tentativa de implementar a REGIONALIZAÇÃO como processo político e seu principal instrumento, deverá atingir TODOS os OBJECTIVOS seguintes:
1º. Completar a REORGANIZAÇÃO de todos os poderes do Estado, a saber:
a) Legislativo
b) Executivo
c) Judicial
2º. Reorganizar todos os serviços da Administração Pública (não é mudar só o nome, não, é mesmo reorganizar).
3º. Criar condições reais de desenvolvimento sustentado:
a) Equilibrado em todas as Regiões
b) Aproveitamento de todos os recursos próprios de cada Região
c) Actuação política com base no princípio da subsidiariedade.
d) Promover o crescimento económico com aperfeiçoamentos em termos: sociais, culturais, ambientais, educacionais, ordenamentais, etc., etc. (isto é: mais qualidade no crescimento).

A regionalização falhará mesmo que um dos objectivos mencionados não seja atingido ou, no mínimo, for politicamente ostracisado.
A única modalidade capaz de os fazer atingir é, sem dúvida, a implementação das 7 REGIÕES AUTÓNOMAS, nunca aqui rebatidas com argumentos objectivos aceitáveis.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)