Mudança de Rumo

As últimas intervenções públicas de LF Menezes mostram já uma clara mudança na sua estratégia política pessoal que passa agora pelo "ataque" à Liderança da futura Região Norte. Senão vejamos:


(Lusa - 22 Abril 2008)
Menezes considera "inaceitável" adiar a construção de uma nova ponte paralela à da Arrábida

Luís Felipe Menezes considerou hoje "inaceitável" o adiamento da construção de uma nova ponte entre Porto e Gaia, paralela à da Arrábida, infraestrutura que estimou em cerca de 100 milhões de euros.

"Não será muito fácil explicar às pessoas da Área Metropolitana do Porto que vão ter que continuar a estar horas e horas para atravessar a ponte da Arrábida ou do Freixo, as duas com um congestionamento absurdo, quando se constrói no Sul uma ponte que vai custar entre 1,2 e 1,5 mil milhões de euros", frisou o presidente da Câmara de Gaia.

"É completamente inaceitável que estejamos sem discutir aquilo que era uma ponte que já devia estar construída, a segunda paralela à ponte da Arrábida, para servir a nova linha de metro e o tráfico urbano do Porto", frisou o autarca.

O autarca, que recentemente anunciou a sua demissão de líder do PSD, considerou que "100 milhões de euros para 1,2 ou 1,5 mil milhões, o custo da nova travessia sobre o Tejo, é uma desproporção de um para trinta ou de um para quarenta".

"Daria para construir cinquenta pontes arquitectonicamente superiores na Área Metropolitana do Porto", acentuou.

Para Menezes, "é preciso haver debates sérios, que não podem ser adiados, numa lógica de má consciência nacional e de absurdo que não faz qualquer tipo de sentido".

O autarca referiu ainda que "os responsáveis políticos vão ter que ajustar o discurso a alguma incompreensão que se pode instalar na opinião pública face aos vultuosíssimos investimentos que ainda vão acontecer noutras regiões do país".
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Comentários

Jose Silva disse…
N�o faz muito sentido Ant�nio ! Ainda n�o h� regi�es nem elei�es para elas. � muito cedo. Al�m do mais, LFM sempre foi um natural candidato a uma regi�o Norte.

A explica�o ser� outra. LFM ir� assumir o Regionalismo fora de Lisboa como ideologia pol�tica. O Regionalismo em Lisboa chama-se Centralismo. No dia 25 veremos.
Miguel Coelho disse…
Acho que ainda vai correr muita "agua" debaixo da Ponte. Segundo o que sei, LFM não é a favor de 1 região norte mas sim de 2 regiões(tal como presidente da distrital do PS Porto).
1-> Grande Porto
2-> O resto do Norte

Um dos motivos pelo qual ele nunca o disse em publico são as pressões que tem sofrido no interior do PSD nomeadamente do Lider Algarvia Mendes Bota
Caro Jose Silva,

Especialmente na política, o planeamento e a preparação das acções têm que ser feitos com muita antecedência e projectando vários cenários.

Neste caso concreto até tenho informação privilegiada.

Cumprimentos,

Nota: quero aproveitar esta oportunidade para o felicitar pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo no Norteamos
Caro Miguel Coelho,

Eu próprio defendo que as Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, pela sua especificidade, deveriam ser instituidas, não propriamente como Regiões Administrativas, mas como uma espécie de grandes autarquias, com eleição directa dos seus representantes e com poderes muito alargados.

Cumprimentos,
António Alves disse…
Concordo. Áreas Metropolitanas com autonomia dentro da própria região mas com a obrigação de contribuir, com a sua riqueza, para o progresso da sua região. Se forem postas em pé de igualdade terão tendência a ficar com a maior parte, tal como hoje faz Lisboa em relação ao País. Afinal quem parte e reparte...
No que me toca - o Norte - convém que ele se deixe de portofobias injustificadas porque arrisca-se a que as pessoas da AMP partam sozinhas para a instituição da sua região esquecendo o resto do Norte.
Caro Antonio Alves,

Claro, Áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa como grandes autarquias com poderes alargados, mas integradas nas respectivas regiões - Norte e Lisboa e Vale do Tejo - e naturalmente com obrigações de solidariedade.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Com a Região Norte ou com o Grande Porto, Luís Filipe Menezes pode ter aí o seu futuro. À imagem e semelhança de AJJ. Para bem do povo, com mais ou menos frases pouco simpáticas, mas com programas bem elaborados e muito trabalho, muita luta...
Anónimo disse…
Caros amigos regionalistas, Miguel Coelho e António Almeida Felizes:

Depois de tantos argumentos contra as sete regiões, porque Portugal é um país pequeno, porque se ia gastar dinheiro a mais, porque ia haver acumulação de "tachos", porque se iam acumular "capelinhas", porque era um mapa "desequilibrado", sinceramente não percebo esta proposta das 5RP+2AM...
Em primeiro lugar, gostava de deixar esta questão no ar: Será que a Área Metropolitana do Porto tem limites definidos? A título de exemplo: Arouca pediu para aderir à AMP, e é uma pequena vila sede de um concelho muito atrasado e rural; Paços de Ferreira, Paredes ou Penafiel, por exemplo, não estão na Área Metropolitana, apesar de o Porto exercer muito mais influência nestes concelhos do que em Arouca ou Vale de Cambra.
A área de influência do Porto comporta uma rede de cidades médias associadas, as quais estabelecem relações de interdependência com o Porto: Braga, Guimarães, Famalicão, Barcelos, Santo Tirso, Amarante Penafiel, Viana do Castelo e, segundo alguns, até Aveiro e Estarreja. Toda esta rede se insere numa região bastante homogénea: Entre-Douro e Minho.
Portanto, o futuro para o Porto e para Portugal será muito melhor se a Regionalização se fizer a 7, com Entre-Douro e Minho: não faz sentido estar a separar o que é igual (Área Metropolitana do Porto do resto do Minho), nem juntar o coisas tão diferentes como Minho e Trás-os-Montes, na suposta região "Norte". Não concordará comigo?

Futuramente, em novos comentários, apresentarei as perspectivas de desenvolvimento a nível regional que são apontadas pelos geógrafos para a rede urbana portuguesa. São dados de máxima importância, que quase ninguém se dá ao trabalho de consultar.
Afonso Miguel, Beira Interior
Caro Afonso Miguel,

Primeiramente é preciso não confundir a Área Metropolitana do Porto com a chamada GAMP ou Grande Área Metropolitana do Porto, que por acaso é aquela neste momento está instituida, mas sem grande acção e com limitadíssimas competências.

A verdadeira Área Metropolitana do Porto é, apenas, constituida pelos municípios do Porto, Gaia, Espinho, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo. Era nesta área territorial que fazia sentido a criação de uma grande autarquia, que, obviamente, integraria a futura Região Administrativa do Norte, mas que, pela sua especificidade, teria que ser dotada de poderes muito mais alargados do que aqueles que actualmente são exercidos pelos actuais municípios.
....

Aproveito para esclarecer que a minha posição relativamente à futura divisão administrativa regional - 5 regiões - nada tem a ver com os argumentos que evoca no seu comentário, mas antes com um lógica de optimização do modelo de governação do território.

A criação de regiões administrativas em zonas do território sem massa crítica suficiente, pode mesmo tornar-se contraproducente, pois a excessiva dependência da solidariedade das outras regiões em nada contribuirá para a convergência e poderá mesmo conduzir a situações de arbitrariedade e no fim, ainda a um maior isolamento.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Ninguém ignora os resultados de actuações políticas baseadas no "casuísmo" e no chamado "projecto pessoal", aliados do centralismo político, com consequências que nos mantêm permanentemente atrasado em relação aos países mais desenvolvidos, os quais já abandonaram métodos centralistas de exercício do poder há dezenas de anos.
Em política, o método do "casuísmo" só interessa a quem decide no exercício do poder que titula e pouco beneficiar integralmente a maioria dos "destinatários" da decisão tomada. Por outro lado, dada a particularidade dos objectivos a atingir, quase que se aproxima das características do "projecto pessoal" cujo expoente máximo se traduziu em mais de 40 anos de ditadura e em já mais de 30 anos de poder regional autonómico regional madeirense, ambos de tristes memórias.
Para que o exercício de funções políticas (nacionais, regionais e locais) possa ser considerado NOBRE, é vital mudar de paradigma, abandonando o "casuismo político" e os "projectos pessoais", substituindo ambos por projectos políticos definitivamente endereçados ao benefício integral e permanente das populações. Entre estes, merece preferência e prioridade absolutas o projecto político da REGIONALIZAÇÃO AUTONÓMICA, como instrumento político por excelência para assegurar condições autosustentadas e equilibradas de desenvolvimento, a par das dos países mais desenvolvidos.
Por isso, é péssima estratégia insistir em projectos políticos pessoais como uma inevitabilidade inultrapassável bem próxima dos "tiques de sebastianismo" e das "figuras providenciais" que tardam em deixar a nossa consciência colectiva, infelizmente. Mas é uma necessidade imperiosa implementar a regionalização como projecto político colectivo, com respeito pelas diversidades regionais, a partir das 7 Regiões Autónomas.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Miguel Coelho disse…
Caros colegas

Penso que regionalização é inevitável, e penso que a sociedade civil deve expressar as suas opiniões de forma ser possível gerar um consenso nacional sobre a questão.
O que pode estar na origem de um possível “falhanço” da regionalização é mapa proposto
Convêm lembrar o que aconteceu no passado nomeadamente no “Norte”, onde inicialmente se pensava que iria existir mais apoia a regionalização mas, foi onde mais entraves existiram. No distrito de Braga e de Viana o NÃO ganhou, e não tenho dúvidas que voltará a ganhar caso se parta para uma só região NORTE.
O receio é o Porto faça ao Norte o mesmo que Lisboa faz ao Pais. Não digo que seja intencional ou com maldade mas, os políticos “vivem” dos votos e sempre que quiserem mostrar obra, a mesma será feito em locais de grande visibilidade (no caso do Norte será na AMP, pois tem cerca de metade da população do norte)

Assim, no meu entendimento, nasce a necessidade de existirem 2 regiões no norte, o Grande Porto, e Norte( ou que resta dele).

Nesta região Norte, estariam regiões de media dimensão, nomeadamente, Braga, Viana. Chaves, Vila Real, Bragança... etc, não existindo uma cidade de grande dimensão sendo assim mais fácil a redistribuição de poderes entre os diversos núcleos regionais, ajudando a fixação de pessoas na regiões mais deprimidas (nomeadamente alto Minho, nordeste transmontano… etc)

Regionalizar deverá significar descentralizar… e deve-se evitar repetir os erros do passado lutando contra a desertificação do país
Miguel Coelho disse…
Caro António Felizes
Caro António Alves

Penso que a PortoFobia infelizmente já existe. Tal como no Porto existe uma LisboaFobia, o que é natural. A mudança gera medos e receios.
Sinceramente penso que a modulo de apenas 1 região norte em que a AMP tinha uma autonomia interna, apenas terá sucesso se a Capital politica não for o Porto (por exemplo Vila Real ou Braga .. etc). Contudo penso que a população portuense não aceitaria de bom grado esse modelo.

Eu sinceramente penso que 2 regiões seriam o ideal. O Porto tem especificidades únicas no norte, quer em matéria de urbanismo, transporte e ate mesmo sócias que são diferentes do resto no Norte. Não se trata de Fobias mas sim de realidades diferentes.

Em relação as “portofobias injustificadas “,não considero que assim seja, basta comparar o investimento publico dos últimos 12 anos em que no distrito do Porto foram investidos 4,5 vezes mais dinheiro do que no distrito de Braga e a população do distrito do Porto é cerca de 2,5 maior do que a do distrito de Braga.

Mais uma vez afirmo, por muita bondade que exista, os políticos vão sempre cair na tentação de investir cada vez nas 2 regiões mais população

NOTA: Estou sempre disponivel para distruir e contribuir com opinões sobre este assunto