Aeroporto do Porto

Sá Carneiro deve ter privados na gestão

O Aeorporto Sá Carneiro, no Porto, deve ser gerido por entidades privadas e públicas e a parte pública deve ser representada pelas autarquias. Esta é um das conclusões de um estudo, apresentado ontem, sobre os modelos possíveis de gestão daquela infra-estrutura aeroportuária.

Um trabalho encomendado pela Junta Metroplitana do Porto à consultora Deloitte e à Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

O estudo, que apresenta seis modelos possíveis de gestão para o aeroporto, considera que a melhor solução é uma parceria público/privada. E afasta totalmente a possibilidade de uma sociedade única poder gerir todos os aeroportos nacionais, ou seja, o modelo que o Governo defende. Mais: o documento sublinha que o modelo previsto para a privatização da ANA - Aeroportos Nacionais acabará por conduzir a uma perda de autonomia de gestão do Aeroporto do Porto.

As seis soluções estudada foram o monopólio público, ou seja, uma empresa pública a gerir todos os aeroportos nacionais, o monopólio privado, que poderia resultar da privatização da ANA, mantendo a empresa a gestão dos aeroportos, além de duas parcerias público/privado, sendo que numa a parte pública é o Governo e na outra é uma entidade regional ou local.

Outras hipóteses analisadas foram uma parceria público/público, entre entidades nacionais e regionais, e uma gestão totalmente privada sem monopólio nacional.

Cada um destes modelos apresentado foi analisado tendo em conta o envolvimento dos parceiros, a adequação às políticas regionais, o impacto económico, a capacidade de investimento, o retorno do investimento e o grau de satisfação dos utentes do Sá Carneiro.

Assim, modelo de parceria público/privada aponta para uma taxa média anual de crescimento do movimento de passageiros de 8,7% e uma quase total adequação às políticas regionais. Além disso é a solução que mais satisfaz as expectativas agentes económicos, mais do dobro do que conseguem as restantes soluções.

A quem este modelo agradará concerteza é ao empresário Belmiro de Azevedo, que em Fevereiro passado manifestou publicamente o seu interesse na gestão privada daquele aeroporto. E admitiu que estava a estudar a possibilidade de criar uma entidade que gerisse aquela infra-estrtura de uma "forma moderna". E dias depois adiantou que um possível investimento no Aeroporto Sá Carneiro "tem 99 % de hipóteses de ser um perdócio", ou seja, um negócio para perder dinheiro. Mas a Sonae, veria o possível controlo daquele aeroporto como "um serviço à sociedade", referiu.

A ideia da elaboração do estudo sobre os modelos de gestão surgiu na sequência da intenção manifestada pelo do Governo de privatizar a ANA, a empresa responsável pela gestão dos aeroportos nacionais. Um processo, que tem também a ver com a construção e o financiamento da obra do novo aeroporto de Lisboa.

Mas o Porto não quer que o Sá Carneiro seja englobado no bolo da privatização. Por isso, a Junta Metropolitana do Porto (JMP), por seu lado, vai decidir já amanhã de que forma se poderá envolver na defesa de um novo modelo de gestão para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, baseado numa parceria público/privada liderada pelas autarquias locais e regionais. "O aeroporto é decisivo em termos estratégicos para a área metropolitana e a JMP não tem perdão se não assumir o tema", afirmou ontem o seu presidente Rui Rio.


Fonte "DN"

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Trata-se de uma mera decisão casuística sobre a propriedade da gestão de empresa pública, passando para uma sociedade mista, na modalidade de parceria público-privada, a parte relativa à estrutura patrimonial do aeroporto Sá Carneiro (ex-Pedras Rubras).
Os estudos apontam para um desenvolvimento da activiadde turística nas 2 Regiões Autónomas, situadas a norte, sem implicações significativas na chamada Área Metropolitana do Porto, em termos de emprego.
Se vier a concretizar tal parceria, apenas se verifica uma alteração significativa no seu modelo de "governance":
1) Passa a ser detido também por privados.
2) Estes vão começar a chamar a si a parte que lhes caberá relativa aos chorudos lucros que a actividade aeroportuária já faculta.
Quanto ao desenvolvimento, continuará uma incógnita sem a regionalização autonómica e a teimosia nas soluções ou decisões casuísticas, sem terem nada de político nem de estratégico, nem ainda de estrutural.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Ninguém aparece para uma parceria público-privada para o transporte ferroviárioa suburbano entre o Porto e Aveiro, Porto e Braga, Porto e Régua, etc., etc.
Aí é que veriamos a capacidade de gestão dos nossos famosos gestores, a mostrar o que realmente valem, fazendo passar uma actividade com prejuízos para uma com lucros.