Norte - Desemprego e Investimento Público

Pedro Baptista

No que diz respeito ao desemprego no Norte, os números, se lhes juntássemos os da nova emigração para a Galiza, subiriam bem acima dos 20%. Mais de 70 000 pessoas emigraram para Espanha, sobretudo Galiza, levando a uma situação contraditória em que por um lado o Norte tem o maior desemprego do país mas, por outro, há zonas da fronteira galega, como por exemplo Viana do Castelo, onde o que se nota é a falta de mão-de-obra, uma vez que os portugueses ultrapassam a fronteira para fugirem aos salários miseráveis que aqui se ganham e usufruirem dos salários muitos superiores da Galiza, sendo que, ainda assim, ali, são os mais mal pagos e por isso mal vistos pelos trabalhadores galegos.

Convém sublinhar que, no que diz respeito ao Norte, além do desemprego e da precaridade, outra chaga social são os salários de miséria auferidos pelos trabalhadores precários ou não. Ao lado do que cresce a luxúria e o dispêndio, numa justiça social em que o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior e se vê desaparecer a classe média.

Bem poderíamos esperar, finalmente, a chegada do auxílio do investimento público: mas quando os números apontam para 35% para Lisboa (aeroporto, nova ponte, e frente ribeirinha) 6% para o Porto, 5% para Braga e 4% para Aveiro, estamos conversados...
.

Comentários

hfrsantos disse…
Sem Regionalizaçao, sem um Governo Regional que redestribua os impostos pagos pelos nortenhos e pelas suas empresas pelo norte do Pais, o futuro augura-se dificil para a Regiao Norte, para a sua populaçao e para as suas empresas.

Regionalizaçao é a unica soluçao para um desenvolvimento harmonioso do Pais e funciona nos Açores e na Madeira porque nao ha de funcionar no continente?
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Estou em crer que a regionalização autonómica de Espanha contribuiu para facilitar a transferência de trabalhadores portugueses para as actividades da economia espanhola.
Não tenho conhecimento do número de compatriotas que se transferiram para lá, mas posso testemunhar que nas minhas viagens frequentes a Salamanca, o fluxo de trânsito no início do fim-de-semana é muito intenso, não me referindo obviamemente só à Região Autónoma da Galiza.
Mas outros países europeus estão a acolher compatriotas com níveis superiores de preparação escolar e técnica, podendo afirmar-se que a taxa de desemprego no nosso País, caso todo esse acolhimento não fosse possível, seria muito, muito superior à proclamada pelo Instituto Nacional de Estatística.
Gostaria de perguntar: o que querem mais?

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)