Pobreza / Regionalização

O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN), padre Jardim Moreira, defendeu hoje a criação de um observatório para análise da região do Tâmega, que considerou ser «a zona portuguesa mais problemática» em termos de pobreza e exclusão social.

«A região entrou quase em colapso, é a zona mais problemática do país e uma das mais problemáticas da Europa», afirmou Agostinho Jardim Moreira aos jornalistas.

O sacerdote falava à margem da apresentação do estudo «Nas margens do Tâmega - mercado de trabalho, pobreza e exclusão - interacções e intervenções», promovido pela REAPN e apresentado esta manhã no Porto.

Na opinião de Jardim Moreira, este estudo terá que servir de «ponto de partida» para retirar a região da situação em que se encontra.

Para Jardim Moreira, o governo e entidades com responsabilidades a nível regional «devem intervir», seriamente, «na qualificação e na injecção de fontes de riqueza» na região, para que o actual cenário seja alterado.

Adiantou ainda ser necessário apostar mais na qualificação da população e na instalação de mais empresas na região.

«É fundamental ter empresas e mais qualificação», frisou o sacerdote, sustentando que «a subsídio-dependência não é solução».

Jardim Moreira manifestou-se a favor da regionalização, considerando que «o espírito de centralização deste governo esvazia os poderes locais», o que impossibilita a criação de mais respostas a nível local.

«O que está a acontecer é que as populações locais estão a ficar sozinhas e abandonadas», frisou Jardim Moreira para quem «a sociedade civil não é suficientemente apoiada pelo Estado».
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Comentários

templario disse…
Uma vez que consta na Constituição e não devia, tendo, portanto, de se resolver este embróglio, a regionalização não pode ser entregue a uma lógica de poder interpartidário.
O PR, o Governo deviam pedir estudos profundos e sérios a comissões para o efeito que incluissem sociólogos, historiadores, politólogos, Altos Estudos das Forças Armadas da área da Estratégia, etc., à luz da definição dos Interesses, Desígnios (e Independência) Nacionais.

Portugal caracteriza-se por uma singularidade nesta matéria em toda a Europa: não reúne nenhuma das condições para se regionalizar, a maior parte dos nossos conceituados historiadores definem Portugal como a-regional.

Não se pode brincar às naçõezinhas para satisfazer cretinices como as que se ouvem por aí há muito tempo, exemplos: "estava contra em 1998 e agora estou a favor", "vou promover debates para ver se me convencem".

Somos um país com 900 anos, com um municipalismo estimado pelas populações e que está intrinsicamente ligado à Fundação e Independência.

Quem nos quer comparar com bélgicas, dinamarcas ou espanhas está a atirar areia para os olhos aos portugueses.

Acima de tudo, devemos ser sérios, muito sérios nesta questão.

A questão no Tâmega é profundamente política, cabe à politica e não a dimensões de poder, com novas super-estruturas.
Cumprimentos
CAMARADITA
templario disse…
Onde se lê "embróglio", deve ler-se IMBRÓGLIO.