Câmara de Évora exige esclarecimentos sobre deslocalização do projecto Skylander para França


É evidente que, em regiões económicamente debilitadas, municípios isolados não possuem a capacidade financeira para realizar projectos de investimento de grande dimensão, sendo obrigados a alienar as suas participações no capital das empresas promotoras. Visto que, nestes casos, a cooperação intermunicipal não tem funcionado, torna-se claro que a implementação da Região administrativa do Alentejo (tal como as outras) poderia constituir um factor de peso para que estes investimentos ficassem, total ou parcialmente, nas mãos da região e do país.

Hoje, foi publicado que Portugal perdera o investimento aeronáutico de 125 milhões de euros previsto para Évora, tendo a Câmara Municipal de Évora exigido esclarecimentos aos promotores do projecto de construção do avião Skylander e à Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) sobre as razões da deslocalização do investimento daquele município para França.

Em comunicado, a autarquia diz ter sido confrontada com notícias veiculadas pela comunicação social, segundo as quais a GECI International, empresa francesa de aeronáutica, declarava que tinha decidido deslocalizar o projecto do Skylander de Évora para França, para a região de Lorraine.

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Muitas vezes o entusiasmo (outras vezes, a falta de experiência da vida) colocado no exercício do poder político impele-nos a valorizar tudo (ou quase) que é de origem "estrangeira" (na minha aldeia dizia-se, em tom jocoso: "as batatas fritas da vizinha é que som boas", depreciando tudo o de casa) em desfavor do que é nacional.
Muitas vezes o "amor de uma vida" está memso ao nosso lado e nem damos por isso; em termos de investimentos, o nosso País do que necessita é apenas de "olhar para o lado, cá dentro" e fixar os nossos próprios recursos mais importantes para garantir um desenvolvimento de base endógena, o mais rapidamente possível, e no respeito pela sua diversidade regional como factor de competitividade estrutural.
Um investimento de origem estrangeira, por muito elevada que seja a incorporação de recursos nacionais (nunca será o índice máximo), acabará sempre por abrir uma "brexa" de natureza financeira com o repatriamento da rendibilidade dos capitais investidos (aos quais deveriam ser deduzidos os apoios estatais concedidos, na mesma proporação dos valores repatriados, para evitar as cenas do "agora já não se pode fazer contratualmente mais nada"), "royalties" e outras "prestações de serviços".
Pelo exposto, é totalmente incompreensível que se "embarque" em iniciativas que têm os dias contados, passados alguns anos, por razões que se relacionam com a grande mobilidade de recursos, a nível mundial, como factor CONJUNTURAL de competitividade global e onde os capitais financeiros circulam à velocidade da luz sem qualquer contemplação pelas mais justas razões que possam ser apresentadas pelos países objecto de investimento estrangeiro, apesar de muitos investimentos de excepção existentes (a propósito, daqui por alguns anos haveremos de conversar sobre o que vai acontecer à economia chinesa cuja solução vai assentar no aproveitamento intensivo dos seus próprios recursos).
Podendo nós muito bem com os futuros problemas chineses e conhecendo a nossa posição relativa no contexto geo-estratégico mundial (até podem dizer que "portugal está na moda" porque nada adianta) o que importa ao nosso País é garantir as condições necessárias e urgentes de aproveitamento dos recursos próprios que possui (vejam que até se dá ao luxo de ter termas e instalações turistico-termais abandonadas, onde o Estado nem sequer se preocupa em liderar e/ou fomentar iniciativas que se orientem para a sua recuperação e/ou cessão de exploração como infra-estruturas médico-termais e turísticas), comece primeiro a "olhar mais para dentro" para "fazer o trabalho de casa" e "para fora", depois do trabalho de casa concluído.
No trabalho de casa, o importante é implementar as 7 Regiões Autónomas, a partir das 11 Províncias Portuguesas do Continente, e aproveitar este instrumento poderoso de política interna para reestruturar todos os organismos do Estado, no quadroconstitucional, desde os organismos que suportam o funcionamento dos Órgãos de Soberania (os primeiros a dar o exemplo) até aos organismos e serviços que viabilizam o funcionamento da Administração Pública (os primeiros, os segundos, os terceiros e por aí fora, a dar o exemplo), no sentido do desenvolvimento.
Tudo o mais não passará de mais do mesmo, titulado por protagonistas políticos a que, infelizmente, já nos habituamos, e que merecem ser substituidos por protagonistas políticos de nova geração, apenas pelo facto de a sustentação de um País atrasado por dezenas e dezenas de anos só poder envergonhar as populações que nele residem e donde são naturais e os dirigentes políticos que escolheram para liderar a administração do País e neles ter delegado a tomada de opções de "desenvolvimento" (pelo que se lê, escreve e ouve, parece que basta o crescimento económico; até nisto os nossos políticos são modestos, pouco ambiciosos; só é mostrada ambição na obra nova: IP, AE, aeroportos novos, TGV's e outros mega-investimentos, de preferência com a comunicação social por perto, não vá a oportunidade fugir; obra reconstuida ou recuperada, conta-se pelos dedos; por exemplo, no plano da governação municipal, na cidade do Porto, o edifíco-sede da Associação de Jornalistas e de Homens de Letras do Porto está em ruinas há muitos, muitos anos e constitui uma das suas mais antigas vergonhas).

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Por favor, uma correcção de erro involuntário, originado pelo cansaço: "... são boas ..." em de "... som boas ...".
Obrigado.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)