Política à Italiana

Bossi ofende hino nacional e políticos italianos protestam

Autoridades e políticos italianos criticaram as ofensas de Umberto Bossi, líder do partido separatista Liga Norte, que levantou o dedo médio contra o Hino Nacional da Itália e pediu que sejam banidos do norte os professores com origem no sul do país.

Bossi, que é ministro das Reformas Institucionais do governo conservador de Silvio Berlusconi, afirmou durante um comício de seu partido em Pádua, no nordeste do país, que o cidadão italiano não deve mais "ser escravo de Roma", em alusão à primeira estrofe do Hino Nacional composto por Goffredo Mameli.

"Não devemos mais ser escravos de Roma. O hino diz: 'Itália, escrava de Roma'; bah! digo eu", afirmou Bossi enquanto levantava o dedo médio, em um evidente gesto ofensivo.

"Devemos lutar contra a canalha centralista. Há 15 milhões de homens dispostos a brigar por sua liberdade: ou conseguimos as reformas, ou será batalha!", acrescentou o político durante o evento.

Companheiro de Bossi na coligação de governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini,  manifestou-se hoje no parlamento criticando a atitude contra os símbolos nacionais.

"Ninguém, muito menos um ministro da República, deve pronunciar palavras que ofendam o sentimento nacional que está no hino de Mameli e naquilo que ele significa, assim como nas palavras que o compõem", declarou Fini.

Outros representantes da maioria governamental tentaram minimizar as declarações de Bossi, enquanto a esquerda atacou-o tanto pela vulgaridade quanto por sua proposta de eliminar das escolas do norte os professores com origem no sul.

"A declaração de Bossi não é improvisada, está dentro de uma escolha de fundo que a Liga fez há tempo: introduzir operações que tendem a desmantelar o Estado nacional", declarou Enrico Panini, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores do Ensino (FLC-CGIL).

"Aconteceu com o hino, com a escola e acontecerá muito provavelmente com o federalismo em escala institucional. O objeto do enfrentamento é, portanto, mais amplo do que pode parecer", acrescentou o sindicalista.

Um dos principais cavalos de batalha da Liga Norte, partido que conquistou significativa representação parlamentar nas eleições de abril deste ano, sempre foi o grito de "Roma ladrona", acusando a capital de ser a culpada de todos os males do país -- em especial da região norte, cuja economia é mais dinâmica do que o resto do país.

Essa não é a primeira vez que o líder federalista radical faz declarações públicas de tom violento. Uma semana antes das eleições de Abril, Bossi ameaçou pegar em armas contra a suposta falta de clareza das cédulas eleitorais italianas.

"Se for necessário, para deter os romanos [em referência ao governo nacional], que imprimiram essas cédulas eleitorais que são uma autêntica sujeira e que não permitem votar com sensatez e clareza, poderemos pegar em fuzis", declarou Bossi naquela ocasião, diante cerca de 300 pessoas que participavam num encontro eleitoral no norte do país.

O político também já foi condenado uma vez por insultos à bandeira italiana.


Fonte: Ansa

Comentários

Anónimo disse…
Belo exemplo este "signor".
Vamos também expulsar os professores do sul?
Vocês são ridiculos.
Tenham juizo nessas cabeças de alho chocho.
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

É evidente que já não estamos na época de Verdi e de Victor Emanuel, nem de intelectuais políticos da envergadura de outros europeus como Adenauer, Churchill, De Gaulle, Schumman, Mitterrand, Kholl e tantos outros que contribuiram para o engrandecimento da Europa.
As acções ficam com quem as pratica e o gesto retratado nesta fotografia só radiografa o ordinarismo daquele ministro italiano.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
era preciso um Bossi e uma Lega Nord tambem no Norte de Portugal que parece uma copia do norte de italia.
Tambem aqui a regiao é mais dinamica, cria mais empresas, fabricas mas infelizmente é roubada.

Independencia para o Norte de Portugal (Galécia) e para o Norte de Italia (Padania)
Anónimo disse…
Independência, já para todos que a quiserem. Depois da Bósnia, Macedónia, Kosovo, Montenegro e outros que tais, o Norte de Itália e o Norte de Portugal ou as ilhas Fiji, podem tornar-se independentes. É só declará-lo...