A regionalização
Dez anos depois do referendo, há um renascer da causa regionalista. Antigos adversários da regionalização surgem com um novo parecer. Rui Rio é um deles. António Pires de Lima é outro e explica-se: "São hoje mais evidentes os desequilíbrios.
" Será que também mudaram de opinião muitos dos que, em 1998, impediram a divisão do País com um ‘score’ de 60 por cento? E porquê? Será a evidência dos ‘desequilíbrios’ ou a vontade de uma noção de Estado mais ágil que seduz hoje os portugueses? Não. É por cansaço que mudamos o sentir.
Na verdade, enquanto país estamos fartos uns dos outros e dos problemas de uns e dos problemas dos outros. E pode ser que com a regionalização nos deixemos em paz. E quantas mais regiões melhor. Longe da vista…
Leonor Pinhão, Jornalista
via, "Colheita 63"
Dez anos depois do referendo, há um renascer da causa regionalista. Antigos adversários da regionalização surgem com um novo parecer. Rui Rio é um deles. António Pires de Lima é outro e explica-se: "São hoje mais evidentes os desequilíbrios.
" Será que também mudaram de opinião muitos dos que, em 1998, impediram a divisão do País com um ‘score’ de 60 por cento? E porquê? Será a evidência dos ‘desequilíbrios’ ou a vontade de uma noção de Estado mais ágil que seduz hoje os portugueses? Não. É por cansaço que mudamos o sentir.
Na verdade, enquanto país estamos fartos uns dos outros e dos problemas de uns e dos problemas dos outros. E pode ser que com a regionalização nos deixemos em paz. E quantas mais regiões melhor. Longe da vista…
Leonor Pinhão, Jornalista
via, "Colheita 63"
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Em temas de grande importância política e estratégica torna-se bastante difícil contemporizar com prazos deveras dilatados para operar uma mudança de opinião.
As repercussões na dinânica e convivência das sociedades são de tal profundidade e complexidade que ultrapassam os aspectos meramente informativos dos órgãos de comunicação social.
Sobre este "post" relacionado com a REGIONALIZAÇÃO não consigo descortinar outras ideias que não sejam as relacionadas com a justificação de uma política regional autonómica capaz de nos conduzir a períodos alargados e definitivos de desenvolvimento equilibrado e autosustentado, para deixarmos de alimentar, de vez, a habitual "choradeira" de certas regiões terem mais dinheiro que outras e de começarmos a convergir para as sociedades mais evoluidas da União Europeia, sem hesitações, faltas de confiança nem desvios condenáveis.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Confesso que sou um Regionalista profundo.
É isso mesmo. O contributo do estimado Anónimo 7RA é, sem dúvida, uma mais-valia, quer para este Blog, quer para a causa da Regionalização.
Cumprimentos,
Caro António Felizes,
muito em especial,
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Só me resta agradecer a ambos a forma como têm classificado as minhas intervenções neste "blogue", no qual gostaria que muitos mais rebatessem as ideias aqui expostas sobre a regionalização, sem pretender deter a verdade absoluta ou a formulação de ideias numa única direcção.
A regionalização funciona apenas como um importante e decisivo instrumento político da maior importância para assegurar um desenvolvimento efectivo, com um envolvimento ou mobilização efectiva e imprescindível das populações de cada Região e do País em geral.
Mas para isso, é necessário ter uma perspectiva política e estratégica que ultrapasse o exercício político habitual que tem regido a sociedade portuguesa ao longo das últimas dezenas de anos, apenas baseado numa perspectiva de curto prazo senão mesmo casuísticamente desproporcionada ou desequilibrada.
Esta dinâmica política tem lavado a concluir que precisamos de políticos-estadistas em substituição dos habituais políticos-de-turno, incapazes de compreender integralmente que o exercício político é sobretudo um acto cultural na sua grande complexidade e diferenciação, sobretudo entre Regiões.
Esta é uma das principais razões da ineficácia crónica das "acções políticas" desenquadradas de um verdadeiro programa que priviligie a elencagem das diferentes políticas sectoriais ou funcionais, para sabermos a que "PONTO" de desenvolvimento da sociedade queremos chegar ao fim de 1 ano, 5 anos, 10 anos ou mais, sem pelo meio "andarmos à nora" a apagar fogos neste ou naquele sector de actividade, nesta ou naquela empresa, neste ou naquele banco, à primeira investida de uma crise despoletada interna ou externamente, independentemente da sua gravidade ou intensidade.
Valendo propriamente por si, a regionalização não pode deixar de ser instituida também como uma plataforma política que, a propósito dos objectivos de desenvolvimento equilibrado e autosustentado, nos tem que conduzir pelos caminhos da eliminação definitiva das assimetrias de desenvolvimento e das decisões casuísticas cujos resultados (insuficientes, senão negativos) estão por demais à vista, não gerando repulsa admitir que mesmo sem a crise financeira actual, os resultados políticos obtidos têm ficado muito aquém do volumoso esforço de sacrifícios exigidos à sociedade para os obter.
Nestes termos, a regionalização só pode ter como objectivo o desenvolvimento e não somente o crescimento económico, a qualidade e não somente a relevância quantitativa ou estatística dos objectivos políticos, a iniciativa política estrutural e estruturada e não somente a iniciativa pontual ou casuística, a coordenação das acções integradas em POLÍTICAS REGIONAIS E NACIONAIS, sustentadas por projectos com criação de valor económico, social, educacional, formativo, cultural, científico, cooperativo e humano, entre outros.
Isto é equivalente a eleger os altos desígnios nacionais capazes de proporcionar:
(a) Soberania
(b) Desenvolvimento Económico e Social
(c) Conhecimento e Tecnologia
(d) Equilíbrio Social
Tudo visto, valem muito mais as ideias que as pessoas e daí a fórmula das intervenções que têm sido inscritas neste "blogue". A regionalização autonómica é demasiado importante para ficar circunscrita apenas a referências meramente pessoais ou periciais.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)