Como prometi aquando da apresentação da proposta das 7 regiões, que tem colhido amplos elogios por parte de pessoas dos vários quadrantes geográficos do nosso país, procederei a partir de agora à apresentação, uma por uma, das regiões propostas. Começarei pela região de onde sou natural, e que me é mais familiar, a Beira Interior.
A Beira Interior é uma região que resulta da moderna união da antiga província da Beira Baixa, com a parte da antiga província da Beira Alta correspondente, grosso modo, ao distrito da Guarda (exceptuando os concelhos de Vila Nova de Foz Côa e de Aguiar da Beira, das regiões de Trás-os-Montes e Beira Litoral, respectivamente).
A Beira Interior é uma região que resulta da moderna união da antiga província da Beira Baixa, com a parte da antiga província da Beira Alta correspondente, grosso modo, ao distrito da Guarda (exceptuando os concelhos de Vila Nova de Foz Côa e de Aguiar da Beira, das regiões de Trás-os-Montes e Beira Litoral, respectivamente).
É constituída por 25 municípios: Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia e Trancoso (distrito da Guarda), Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei, e Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco), Mação (distrito de Santarém) e Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra).
História
A Beira Interior teve, desde sempre, um papel determinante na história de Portugal. Habitada desde tempos imemoriais, por povos pré-históricos, guarda vestígios da época do Bronze (dos quais se destaca a Espada de Castelo Bom, exposta no museu da Guarda), e foi, mais tarde, terra de origem dos Lusitanos, primeiro sinal da identidade portuguesa, que se refugiaram nos Montes Hermínios, actual Serra da Estrela, na luta feroz contra os invasores latinos. Os Romanos, mais fortes, acabaram por vencer, e trouxeram grande evolução à região, desenvolvendo a agricultura e apostando na exploração mineira. Seguiram-se os Visigodos e os Muçulmanos, que trouxeram inovações que estão na origem dos hábitos ancestrais das pessoas desta região. Mas foi na época medieval que a Beira Interior ganhou mais brilho. Disputada, entre os séculos XI e XIII entre Portugueses, Leoneses, Castelhanos e Muçulmanos, foi o garante da independência nacional face a estes povos, e tomou uma importância fulcral para o nosso país. Foram construídas dezenas de castelos e fortalezas, que ainda hoje podemos visitar, e que estiveram durante séculos na linha da frente na defesa do reino de Portugal. É talvez por isso que os beirões-interiores se assumem, desde sempre, como grandes patriotas. Após o fim das guerras, com a definição das fronteiras, as povoações são recuperadas, e a população aumenta significativamente, com a tomada de medidas que promoveram a fixação de colonos nestas terras (talvez hoje em dia, fosse necessário retomar esta ideia...). Foi importantíssima na época dos Descobrimentos, tendo sido berço de alguns dos nossos maiores navegadores e exploradores, dos quais se destacam Pedro Álvares Cabral, Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã. Mais tarde, na Guerra da Restauração, os seus castelos e fortalezas, e o patriotismo das suas gentes voltaram a assegurar a independência nacional. Como recompensa, houve melhorias consideráveis nas construções da região. Mais tarde, a Guerra dos Sete Anos provoca a invasão de algumas povoações raianas, que mais uma vez dão uma prova de patriotismo, ao afastar o invasor. Aquando das Invasões Francesas, os beirões voltaram a dar a vida pela independência nacional, no cerco de Almeida e nas batalhas de Fuentes de Oñoro e Trancoso. Estas invasões provocaram uma forte destruição em toda a região, que abriu uma ferida de morte. A meio do século XIX, o progresso chega, com a abertura das Linhas da Beira Alta e da Beira Baixa, e da fronteira rodoviária de Vilar Formoso. Porém, a emigração começa a fazer-se sentir e a população, ao longo do século XX, vai descendo, por falta de condições de vida. Só nos anos 80 e 90 são criadas algumas infra-estruturas, mas o esquecimento a que foi cronicamente votada ao longo de quase dois séculos, e a falta de autonomia regional no presente, continuam a hipotecar o futuro da Beira Interior.
Identidade Regional
Ao contrário do que é usual pensar-se, a Beira Interior não é uma unidade regional recente. Já no século XIII, em 1299, D. Dinis, no seu testamento, ao dividir Portugal em regiões, cria a região da Beira, correspondente aos actuais distritos da Guarda e de Castelo Branco, e a parte do de Viseu. Nos séculos XV e XVI, as bases da divisão do Litoral e do Interior da Beira mantêm-se. No século XIX, quando se começaram a desenhar as divisões em províncias tradicionais, aparece-nos uma Beira Baixa alargada, que correspondia aos distritos da Guarda e Castelo Branco, ou seja, praticamente ao território da Beira Interior moderna. Quase todas as divisões propostas pelas reformas liberais propunham, embora com configurações diferentes, a divisão entre o Litoral e o Interior da Beira. No século XX, no período do Estado Novo, várias reformas avançam sempre no sentido da divisão das Beiras em Litoral e Interior: ora com 3 províncias (Beira Alta, Baixa e Litoral), ora apenas com a Beira Litoral e a Beira Interior, um modelo moderno que é apoiado pelos maiores geógrafos da época, e seguido na adopção do III Plano de Fomento (1969-1973). Após o 25 de Abril, a Beira Interior aparece na primeira proposta de Regionalização, em 1976. A Beira Interior aparece também como região postal (códigos postais 6000 a 6999), de turismo e telefónicas (grupo de indicativos começados por 27). Com a adesão à CEE, são delimitadas as 7 Regiões Agrárias, entre as quais se encontra a Beira Interior, modelo adoptado pela CEE para Portugal. Em 1998, neste seguimento, nas propostas de regionalização do PS e da CDU (registe-se o boicote do PSD e do CDS), a Beira Interior é região consensual, e é apresentada a referendo, onde a campanha de desinformação lançada pelos anti-regionalistas acaba por dar o seu fruto, acabando por se registar, apesar da afinidade das populações com a região proposta, uma rejeição não à região em si, mas à Regionalização em princípio, já que esta não foi bem explicada aos portugueses. Hoje em dia, a Beira Interior é já uma região entrosada entre os seus habitantes, tendo bastante aceitação nesta zona como uma boa solução de regionalização para Portugal. Apesar de tudo, é preciso convencer os beirões-interiores das vantagens da Regionalização para a sua região, já que, apesar da unidade Beira Interior ser bastante aceite, a Regionalização como princípio de desenvolvimento ainda não é bem entendida por estes lados.
Património
A Beira Interior é a região por excelência do património. É uma das regiões com mais castelos e fortalezas, cerca de 45 no total, a sua grande maioria em bom estado de conservação. Conserva um ambiente medieval, que aliado às suas paisagens bucólicas, a torna um destino turístico por excelência. 12 dos 13 núcleos históricos recuperados ao abrigo do programa “Aldeias Históricas de Portugal” localizam-se na Beira Interior: Almeida, Castelo Mendo e Castelo Bom (concelho de Almeida), Sortelha (c. Sabugal), Castelo Rodrigo (c. Figueira de Castelo Rodrigo), Marialva (c. Meda), Linhares da Beira (c. Celorico da Beira), Belmonte, Trancoso, Castelo Novo (c. Fundão), Idanha-a-Velha e Monsanto (c. Idanha-a-Nova). As cidades são também muito ricas em património, de várias épocas e estilos arquitectónicos. Aqui destacam-se a o centro histórico e a Sé da Guarda (gótico-manuelina, séc. XIV-XVI), o Paço Episcopal de Castelo Branco, e as antigas fábricas da Covilhã. Imperdíveis são também os centros históricos de Sabugal, Trancoso, Celorico da Beira, Gouveia, Belmonte, Penamacor e Fundão, a fortaleza em forma de estrela de Almeida, a jóia da arquitectura militar portuguesa, e a antiga cidade episcopal de Pinhel. De outras épocas, há ainda múltiplas antas, sepulturas antropomórficas e construções romanas (destaque para Centum Cellas, em Belmonte). O património tem vindo a ser recuperado e conservado pelas autarquias e governo, e assume um papel fulcral na vocação turística da Beira Interior. Sente-se a falta de uma autoridade regional que articule as diferentes políticas de turismo e património, e divulgue verdadeiramente esta região belíssima, mas que a maioria dos portugueses ainda não descobriu.
Geografia
Geografia
Território e População
A Beira Interior tem limites naturais bem vincados. A norte, é delimitada da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, pelas serranias dos vales do Douro e do Côa. A este, os rios Mondego e Zêzere, e as serras do Açor, da Gardunha e da Lousã, separam-na da Beira Litoral. A sul e a sudoeste, o rio Zêzere e a serra da Melriça separam-na da Estremadura e Ribatejo. A oeste, as fronteiras com Espanha são as mesmas desde há mais de séculos: os rios Águeda e Erges, e a ribeira dos Tourões, sendo que em várias partes existe a chamada “raia seca”. E, no extremo sul da Beira Interior, o rio Tejo faz a ponte com o Alentejo. O relevo de toda a região é acidentado, com destaque para as serras da Estrela (que se eleva a 1993 m), da Gardunha (1227 m de altitude), de Alvelos (1084 m) e da Malcata (1075 m). Porém, a raia norte da Beira Interior está situada num planalto, prolongamento da Meseta Norte, cuja altitude oscila entre os 600 e os 800 m. A zona sul da região está inserida noutro planalto, mais baixo, prolongamento da Meseta Sul, com altitudes que oscilam entre os 500 e os 700 m. É banhada por três dos principais rios portugueses, o Douro, o Tejo e o Mondego, e pelos seus afluentes, Côa, Alva, Zêzere, Águeda, Erges e Ocreza, entre outros. A Beira Interior ocupa um total de 12 533 km².
Segundo o INE, em 2007 a Beira Interior tinha 368 818 habitantes, correspondendo a uma densidade populacional de 29,4 hab/km2. A população concentra-se maioritariamente nas cidades e vilas, sendo que, se até agora se tem verificado um ligeiro aumento na sua população, desde o início do século que a população tem estagnado ou mesmo diminuído, mesmo nas maiores cidades. Actualmente, segundo o anuário 2007 do INE, existem 10 cidades na Beira Interior: Covilhã (24 772 hab.), Castelo Branco (30 649 hab.), Guarda (26 061 hab.), Fundão (8 369 hab.), Seia (5 702 hab.), Gouveia (3 759 hab.), Pinhel (2 578 hab.), Sabugal (2 362 hab.), Trancoso (2 348 hab.) e Meda (2 193 hab.). As vilas são outro foco de concentração de população. Para além das sedes de concelho, destacam-se ainda Vilar Formoso (Almeida), Alcains (Castelo Branco), Tortosendo e Teixoso (Covilhã). Verifica-se um acentuado envelhecimento da população, que, em alguns concelhos, diminuiu cerca de 15% só entre 2000 e 2007. Grande parte das aldeias da região tem menos de 200 habitantes, e estão em risco de ficar com população zero a curto/médio prazo. Contas feitas, apenas 11,7% dos cidadãos da Beira Interior tem menos de 15 anos, enquanto os idosos (mais de 65 anos) representam já cerca de 25,6%. Esta realidade levará, portanto, a uma diminuição acentuada da população da Beira Interior nos próximos anos. São, portanto, necessárias políticas regionais de fixação de empresas e população, que não estão ao alcance das possibilidades das autarquias nem têm sido preocupação dos sucessivos governos.
Recursos naturais
Recursos naturais
A Beira Interior é uma região bastante rica em recursos naturais. Em primeiro lugar, os recursos hídricos, provenientes das bacias hidrográficas do Douro, do Tejo e do Mondego, permitem a produção de electricidade em várias barragens e centrais hidroeléctricas. Por outro lado, os fortes ventos que normalmente se registam na Beira Interior permitem a produção rentável de energia eléctrica através dos parques eólicos, que têm vindo a aparecer na região. A energia solar tem também espaço para crescer. Deste modo, a Beira Interior é auto-suficiente em termos de energia, podendo inclusive produzir energia para suprir as necessidades do resto do país. Outra das riquezas da região é a abundância de fontes de água de nascente e águas minerais naturais, que são exploradas por várias empresas, dando origem às mais conhecidas marcas de água do nosso país, como a Serra da Estrela, Alardo, São Silvestre e Sete Fontes. O subsolo é também muito rico, registando-se explorações de quartzo, feldspato, lepidolite, estanho, volfrâmio, urânio, tungsténio e cobre, e existindo ainda vários depósitos minerais por explorar. As principais minas da região são as da Panasqueira, no concelho da Covilhã. A exploração de rochas toma também um papel muito importante, principalmente dos granitos amarelos e dos xistos.
Património Natural
Património Natural
O património natural é um dos cartões de visita da Beira Interior. As suas paisagens bucólicas únicas atraem visitantes de todo o país. A neve, rara em Portugal mas frequente na Beira Interior, é o principal atractivo. É nesta região que se situa a maior área protegida do país, o Parque Natural da Serra da Estrela, que contém valores naturais relevantes, incluindo algumas espécies de flora únicas no país; na fauna destaca-se o lobo (Canis lupus), o javali, a lontra e a raposa (Vulpes vulpes). Na Torre, situa-se a única estância de esqui natural do país, a Estância de Esqui Vodafone. Na zona norte da região, situa-se o Parque Natural do Douro Internacional, famoso pelas suas arribas dos vales dos rios Douro e Águeda, onde abundam as aves. Nos concelhos do Sabugal e Penamacor, localiza-se o Reserva Natural da Serra da Malcata, caracterizado pela sua fauna única, onde prontificam espécies como o lobo e a raposa. Foi criada para servir de santuário para o lince-ibérico, espécie em perigo extremo de extinção. A sul, o Parque Natural do Tejo Internacional, caracterizado pelos seus bosques de sobreiros, azinheiras e salgueiros, e por populações únicas de cegonhas, águias, abutres, lontras e veados.
Economia
Sector Primário
Apesar dos solos da Beira Interior não serem muito produtivos, a agricultura é, ainda hoje, a principal actividade de muitos dos habitantes da região. A Beira Interior produz produtos muito apreciados, alguns deles classificados pela União Europeia. Destacam-se os vinhos da Beira Interior, a cereja e a maçã da Cova da Beira, e o azeite da Raia. O cereal mais abundante é o centeio. A pecuária é um actividade com condições de prosperar e ser rentável, tal como acontece do lado de lá da fronteira, mas apenas se houver real interesse do país e da região em que tal aconteça. A criação de gado bovino, ovino, suíno e caprino encontra aqui condições óptimas para se praticar. A exploração de madeiras, nomeadamente o pinheiro e o carvalho, é também praticada com alguma rentabilidade A Beira Interior tem, assim, condições para ser um dos pilares da agricultura portuguesa. Porém, neste momento, a população agrícola encontra-se envelhecida, o que poderá hipotecar o futuro da actividade nesta região.
Sector Secundário
A indústria na Beira Interior vive tempos de crise. Se, em tempos, a região foi um importante pólo industrial em termos nacionais, nos últimos anos, devido à falta de incentivos à fixação das empresas no interior, e à crise nacional e internacional, muitas empresas fecharam ou estão em risco de fechar, aumentando consideravelmente os níveis de desemprego da região que, se nada for feito, correm o risco de ultrapassar os 10% nos próximos tempos. Actualmente, os principais sectores industriais presentes na Beira Interior são os têxteis, os componentes para automóveis e a agro-indústria.
Sector Terciário
O sector terciário tem-se desenvolvido nos últimos anos. Actualmente, a oferta em termos de serviços, principalmente na área do turismo, tem potencializado este sector na Beira Interior. Nas cidades, o comércio a retalho tem-se vindo a expandir, com a abertura de múltiplos supermercados, hipermercados e centros comerciais. Contudo, o comércio tradicional tem entrado em declínio.
Transportes e Comunicações
Posição Estratégica
A Beira Interior encontra-se numa posição estratégica em termos nacionais e Ibéricos. Localizada no centro nevrálgico de Portugal, e servida pelas principais rotas rodoviárias e ferroviárias transfronteiriças da Península Ibérica, é o lugar privilegiado para a instalação de qualquer empresa com ambições a nível do mercado ibérico. É, sem dúvida, a região melhor localizada em toda a Península em termos de ligação Portugal-Espanha, localizando-se no centro do triângulo formado pelas cidades do Porto, Lisboa e Madrid, com acessibilidades rápidas a todas elas. A principal plataforma multimodal da Beira Interior é a cidade da Guarda, a 200 kms do Porto (2h), 320 kms de Lisboa (3h) e 375 kms de Madrid (4h). Outros pólos estratégicos multimodais são Vilar Formoso (principal fronteira terrestre de Portugal), Castelo Branco, Covilhã e Celorico da Beira.
Principais vias de comunicação
A Beira Interior tem sido, nos últimos anos, finalmente alvo de modernizações na sua rede rodoviária. Assim, é servida por cerca de 245 kms de auto-estradas e algumas vias rápidas, que conferem à região boas acessibilidades com o resto do país e da Europa. Na Beira Interior confluem os eixos rodoviários europeus E80 e E802. As auto-estradas A23 (Torres Novas-Guarda) e A25 (Aveiro-Vilar Formoso), as vias-rápidas IC8 (Pombal-Proença-a-Nova) e IP2 (Fratel-Castro Verde) e as estradas N 17 (Coimbra-Celorico da Beira), N 102 (Macedo de Cavaleiros-Celorico da Beira), N 221 (Miranda do Douro-Guarda) e N 240 (Castelo Branco-Segura) constituem a rede fundamental que serve a região. Assim, os principais pontos de intersecção rodoviária são a Guarda, Castelo Branco, Celorico da Beira, Vila Velha de Ródão, Vilar Formoso e Segura, sendo fácil aceder, a partir deles, ao Porto, Lisboa, Coimbra, Viseu, Bragança, Portalegre, Salamanca, Cáceres, Madrid e à fronteira franco-espanhola de Hendaye/Irún. Em termos ferroviários, a região é servida pelas linhas da Beira Alta (Pampilhosa-Vilar Formoso) e da Beira Baixa (Entroncamento-Guarda). A Guarda, como ponto de intersecção das duas linhas, é o principal ponto ferroviário da região. Actualmente, as linhas estão a trabalhar a meio-gás, devido ao seu mau estado de conservação. Ainda assim, efectuam-se os serviços Intercidades de passageiros Guarda-Lisboa e Covilhã-Lisboa, e o serviço internacional Lisboa-Guarda-V.Formoso-Paris. Existe um aeródromo na Covilhã.
Em suma, a Beira Interior é uma região com grande potencial, mas que tem sido desprezada continuamente pelos governos centrais, por pura falta de vontade política. Se tudo continuar como está, e mesmo com a regionalização sob o mapa das 5 regiões-plano, a Beira Interior continuará dependente do Litoral, que desconhece as realidades, e desvia os fundos e as medidas que são indispensáveis à sobrevivência da Beira Interior, e acabará por morrer, como já está a acontecer aos poucos com a maioria das aldeias e vilas. A única forma de reverter esta situação e evitar a morte da Beira Interior é uma regionalização que atribua notoriedade e poder efectivo à Beira Interior, de modo a que aqui se possam aplicar as melhores políticas, que se coadunem com a realidade específica desta região.
Em suma, a Beira Interior é uma região com grande potencial, mas que tem sido desprezada continuamente pelos governos centrais, por pura falta de vontade política. Se tudo continuar como está, e mesmo com a regionalização sob o mapa das 5 regiões-plano, a Beira Interior continuará dependente do Litoral, que desconhece as realidades, e desvia os fundos e as medidas que são indispensáveis à sobrevivência da Beira Interior, e acabará por morrer, como já está a acontecer aos poucos com a maioria das aldeias e vilas. A única forma de reverter esta situação e evitar a morte da Beira Interior é uma regionalização que atribua notoriedade e poder efectivo à Beira Interior, de modo a que aqui se possam aplicar as melhores políticas, que se coadunem com a realidade específica desta região.
Afonso Miguel
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
É isto mesmo. Excelente.
Só discordo dos concelhos que integram a futura Região Autónoma da Beira Interior. É um erro não considerar alguns dos concelhos do actual Distrito de Viseu (ver o trabalho sobre as "Regiões Autónomas: O regresso às origens como condição para o desenvolvimento", no site das Ordem dos Economistas. O território da fuutra Região Autónoma de Beira Litoral não pode ir tanto para o interior, por todas as razões, explicitadas naquele referido trabalho.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Nesse ponto tenho de discordar consigo. Nos últimos anos as coisas mudaram. A situação está diferente. Nota-se claramente uma brecha, uma fronteira, entre os distritos de Viseu e da Guarda. Os concelhos do distrito de Viseu, nos últimos anos, têm vindo a ganhar população, e a desenvolver-se economicamente, atraindo investimento, enquanto os concelhos do distrito da Guarda têm vindo a acentuar a tendência de perda. Para mais, concelhos como Mangualde, Nelas ou Penalva do Castelo são já limítrofes a Viseu, pelo que não seria coerente colocá-los na Beira Interior.
Se tiver tempo, visite um dia a zona em questão: compare Mangualde, Sátão e Nelas com Fornos de Algodres e Celorico da Beira (mas vá pela estrada nacional, senão parece tudo igual!) e veja os contrastes. Se, há alguns anos, tudo era uma Beira Alta sub-desenvolvida, hoje há uma fronteira clara entre uma Beira Litoral em desenvolvimento e uma Beira Interior em perda. Já mais a norte, Sernancelhe, Penedono e Moimenta da Beira são modernamente associados a Trás-os-Montes e não à Beira Litoral nem à Beira Interior e, a meu ver, essa é uma boa opção.
Com os melhores cumprimentos,
Afonso Miguel
Lamento que discorde mas não posso reconhecer racionalidade nem pertinência na proposta de delimitação territorial que apresenta para a futura Região Autónoma da Beira Interior.
Sou frequentador habitual da Beira Interior há muitos anos. Prevalecem ainda muito mais as razões ancestrais que justificam a integração de alguns concelhos (a maioria) do actual Distrito de Viseu do que as diferenças que assinala como justificativas da sua não inclusão, entre as quais os "ganhos" de população.
Esta convicção decorre de percorrer não as estradas nacionais, como sugere, mas de FREQUENTAR as estradas municipais tanto do Distrito da Guarda como do Distrito de Viseu em que, bem observadas "as coisas regionais", se conclui que a solução das Províncias, Regiões Históricas ou Naturais, integradas por factores de homogeneização geográfica, antropológica, histórica e cultural, constitui a melhor solução de regionalização. Por isso, a solução territorial que apresenta é limitativa e castradora, pelas razões apresentadas e por outras que poderão ser analisadas no trabalho que tenho vindo a divulgar e colocado disponível no "site" da Ordem dos Economistas sobre as "Regiões Autónomas - regresso às orugens como condição para o desenvolvimento".
Por outro lado, o que está a propôr como limite territorial da Beira Interior é mais uma solução estatística que dá pretexto aos adversários da regionalização para a contrariar com argumentos difíceis de refutar e não concede às populações a legitimidade (e necessidade) da sua mobilização para a prossecução de objectivos políticos regionais e, consequentemente, nacionais.
Recomendo-lhe, portanto, que estude o trabalho antes referido e residente no "site" da Ordem dos Economistas e analise as delimitações territoriais por Região Autónoma lá propostas, inclusivamente com os mapas que não consigo reproduzir aqui e que me parecem os mais adequados (até em termos de dimensão, embora não seja este o critério determinante) para os objectivos também nacionais da regionalização.
Pela sua proposta de delimitação territorial, a discordância será estendida a outras regiões pelos mesmos motivos, razão pela qual se devem ponderar todos os factores que devem intervir na análise das propostas de regionalização, sob pena de se cometerem erros históricos e de se colocar defintivamente em causa as perspectivas de desenvolvimento que o projecto de regionalização autonómica proporciona, tanto de região a região como do todo nacional. Por fim, convém não esquecer que o processo de implementação da regionalização TEM de ser acompanhado de uma profunda reestruturação dos organismos que sustentam o funcionamento dos Órgãos de Soberania e da Administração Pública para que atinja os objectivos de desenvolvimento assinalados. Se assim não for, será um projecto falhado, com consequências dramáticas para as populações do nosso País.
Finalmente, antes de adiantar mais delimitações territoriais sobre as restantes e futuras Rgeiões Autónomas, sugiro-lhe que o faça depois de ler o tal trabalho e interiorize as respectivas propostas directas e indirectas sobre a regionalização, nomeadamente na parte relativa à delimitação territorial, a qual não é tão inócua como se pensa.
Sema mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Quanto ao meu concelho, prefiro ve-lo junto a uma regiao rica em desenvolvimento, que a outra fraca e em decadencia, e estou convicto de que a maioria estara comigo.
Um abraco regionalista dalgodrense.
É por esse critério que habitualmente nos agregamos aos ramos de família com maiores "posses" (razoavelmente muito utilitaristas), aos amigos mais ricos (provavelmente os menos desenvolvidos), aos clubes de qualquer matéria bem ($) frequentados (provavelmente também os mais fúteis), aos partidos de poder (necessariamente os mais condicionados por políticas conjunturais), etc. etc., em desprezo total por tudo o que os rodeia e que é, obviamente, uma larguíssima maioria, colocando definitivamente em causa qualquer perspectiva real de desenvolvimento e de equilíbrio social.
Lá diz o nosso povo que é sábio por herança adquirida: "quem mais perto está da lareira melhor se aquece".
A futura Região Autónoma da Beira Interior será inevitavelmente desenvolvida se as respectivas populações assim o quiserem na solução das 7 Regiões Autónomas, com base nas 11 Províncias, Regiões Naturais ou Históricas, sem qualquer resquício estatístico na sua implementação. E sem exageradas pressas nem os nossos seculares vagares, a sua Região Autónoma da Beira Interior irá desenvolver-se mais depressa do que alguma vez pensou, sem precisar de encostar-se a uma "região rica", mas terão de cooperar uma(s) com a(s) outra(s).
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Mas, sejamos práticos.
Regionalizar Portugal, só pode ser com regiões horizontais, juntando pobres e ricos na mesma região.
Uma região da Beira Interior vai viver do quê? Da mendicidade???
Não dá para entender...
Caro Anónimo disse ... das 06:15:00 PM e
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
A regionalização é evidente para uns (poucos) mas é mais um impecilho para muitos mais. Seria uma felicidade para quem a defende existir apenas quem lhe reconhece evidência e nem sabem o trabalhão que nos dispensavam, para podermos realizar outras coisas igualmente úteis.
Mas estes ainda nem sequer se deram ao trabalho de apresentar propostas concretas de regionalização ao serviço do desenvolvimento. A regionalização precisa de esclarecimento (mesmo dos que se consideram mais esclarecidos) mas é muito mais prioritário a sua implementação na prática, para verificar "in loco", de uma vez por todas, se saímos das posições de lanterna vermelha em muitos domínios no quadro da União Europeia.
Pensar a regionalização poderá ser um prazer para uns mas é, sobretudo, um pesadelo para outros (muito mais preocupados em o encapotar hipocritamente), mas é sobretudo uma necessidade premente para todos, de forma a caminharmos num sentido contrário ao da mendicidade que tem caracterizado a evolução da economia e da sociedade portuguesas nas muitas décadas já percorridas.
A mendicidade combate-se com produção, organização, competência e seriedade, a partir da utilização dos nossos próprios recursos para, depois, se estruturar uma distribuição do rendimento que não nos envergonhe perante as sociedades mais evoluídas e estas não nos continuem a chamar preguiçosos e indigentes que é o que ainda somos e que, parece, alguns ainda muito gostariam de continuarmos a ser.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Fornos de Algodres só tem a ganhar com a inclusão na Beira Interior. Fornos de Algodres, tal como os restantes concelhos da Beira Interior, a ser incluído numa região "Centro", seriam sempre os parentes pobres. Os empecilhos que estariam lá a ocupar espaço sem fazer nada. Uma zona que dá muito trabalho a desenvolver e que representa muitos poucos votos e muito poucos impostos. É assim que quer ver Fornos de Algodres e todo o distrito da Guarda? Se quer ver Fornos de Algodres esquecido, enão as 5 regiões são o melhor para si. Se quer ver Fornos de Algodores ganhar notoriedade, desenvolver-se, e voltar a ter esperança num futuro de desenvolvimento, só pode defender as 7 regiões, entre as quais a Beira Interior, em que o concelho de Fornos está incluído.
Senão veja, nem é preciso muito: vá a Mangualde, e descubra as diferenças entre o concelho de Mangualde e o de Fornos. Veja: o concelho de Mangualde está industrializado e desenvolvido; Fornos está rural e atrasado; Mangualde tem crescido enquanto cidade e concelho, Fornos está a regredir, a ver toda a gente partir, e a perder população a olhos vistos; em Mangualde tem-se investido, Fornos continua à espera do investimento público e privado; em Mangualde têm-se aplicado todos os dinheiros dos fundos nacionais e europeus de coesão, em Fornos, esse dinheiro ninguém o vê, tem sido desviado para o Litoral. É assim que quer que as coisas continuem? Então associe-se a uma região com uma realidade completamente diferente da sua, uma região "rica em desenvolvimento", onde Fornos seria o parente pobre e ficaria irremediavelmente para trás, completamente esquecido pelos governantes regionais. Imagine que chegavam à região "Centro" os fundos de coesão nacionais e europeus, com 3/4 do dinheiro destinado a ser aplicado nas regiões do Interior e o restante 1/4 correspondente às regiões do Litoral. Será que a aplicação seria assim? Claro que não! Sabe onde é que o governo regional aplicaria o dinheiro? Então eu vou-lhe dizer:
1º (a maioria) em Coimbra, mais que provável capital regional, onde se formaria o clientelismo e a sociedade de tachismo do género da que existe hoje em Lisboa; porém Coimbra é hoje a 3ª cidade do país e está mais que desenvolvida;
2º na Figueira da Foz, estância de férias dos conimbricences, também mais que desenvolvida;
3º em Aveiro, Viseu e Leiria que, como cidades grandes, com 50 a 70 mil habitantes, e com uma economia forte, uma população em crescimento, e uma forte massa crítica, contestariam Coimbra;
4º As migalhitas que sobravam ficavam para as zonas que mais precisam, da Beira Interior, que, como as maiores cidades que têm mal chegam aos 30 mil habitantes, e os restantes concelhos pouco passam, no máximo dos 10 mil, e como estão longe, e têm um tecido económico com forte potencial mas em decadência, não têm portanto massa crítica para reclamar por mais. Vai ser, para estes 25 municípios, e cerca de 370 mil habitantes, o que já tem acontecido com a relação com Lisboa: vão ser esquecidos e relegados para último plano.
Fornos de Algodres, tal como toda a Beira Interior precisa de medidas concretas, específicas, muito diferentes das necessárias na Beira Litoral. Precisa de políticas natalistas, políticas de incentivo à fixação da população e das empresas, de melhorias nas estradas e na rede ferroviária, da potencialização de recursos humanos e naturais, de promoção do turismo e da posição estratégica que a região ocupa em termos ibéricos (ideal para empresas à procura de conquistar os mercados de Portugal e Espanha), etc.
Políticas que só serão implementadas se a Beira Interior for uma região própria, independente da Beira Litoral. Ou acha que, para os políticos de Coimbra, Aveiro, Leiria ou Viseu, faz alguma diferença que Fornos de Algodres, Celorico, Guarda, Castelo Branco, Trancoso, Oleiros ou Vilar Formoso morram, como todo o Interior? Até é melhor para eles!! Por isso é que eles querem a Região "Centro": as regiões interiores recebem fundos de coesão elevadíssimos, que eles podem gerir à vontade e aplicá-los a construir Metro em Coimbra, a modernizar o Porto da Figueira, a construir frentes ribeirinhas em Aveiro ou em Coimbra... APLICAM EM TUDO, MENOS NO INTERIOR, que é onde o investimento é mais necessário!
Com a Beira Interior, tudo seria diferente. Com uma região homogénea, com cerca de 2/3 de população rural e apenas 1/3 de população urbana, as zonas menos desenvolvidas ganhariam grande peso na vida da região, o que obrigaria os governantes a aplicar os fundos onde eles realmente são necessários. Com uma região em não há uma cidade claramente centralizadora, com vocação de capital, e as maiores cidades andam entre os 25 e os 30 mil habitantes, teríamos uma região polinucleada, com serviços regionais a serem distribuídos por vários municípios, e não haveria a formação de novos centralismos. O investimento seria atraído para onde realmente é necessário, e haveria uma equidade entre todos os cidadãos. As políticas seriam adequadas à região, por esta ser homogénea, e nenhum local, desde as cidades às anexas das freguesias, seria esquecido. Os fundos de coesão nacionais e europeus seriam aplicados onde realmente é preciso: na modernização da agricultura, na reconversão da indústria, na fixação de população, na recuperação do património turístico e das vias de comunicação, e na construção de infra-estruturas.
Mas se querem o "Centro", avancem. Tenho é 99,9% de certezas que se vão arrepender, e daqui a uns anos já estão a pedir a divisão da região em Beira Litoral e Beira Interior. Mas na altura já vai ser tarde demais, e o Interior já vai estar "com os pés para a cova".
Caro Anónimo:
Tem razão: estes trabalhos dão um gozo enorme a quem os faz. Dá um gozo enorme quando realmente defendemos, como eu defendo, a nossa terra e a nossa região, e tentamos impedir que a roubem como têm roubado nos últimos 50 anos. Dá um gozo enorme trabalhar gratuita e desinteressadamente para tentar que as nossas populações tenham melhores condições de vida, e possam ter direito a um futuro sem ter que sair da sua terra ou até do seu país.
Mas, sejamos práticos.
Juntando ricos e pobres na mesma região, os ricos vão ficar mais ricos e os pobres vão ficar mais pobres. Ou está à espera que os pobres vão fazer de mendigos para a porta dos ricos (que é como quem diz, os beirões-interiores vão para Coimbra manifestar-se em vão para lutar pelos seus direitos), e os ricos façam caridade para com os pobres? Infelizmente, as coisas não são assim.
Mendicidade é o que vai acontecer à Beira Interior se integrada numa região "Centro". Vai andar atrás dos ricos a pedir esmola. E, pior: os ricos (Coimbra, Aveiro, Viseu, Leiria e Figueira da Foz) vão andar a receber dinheiro que pertencia aos pobres e vão gastá-lo consigo mesmos, para se tornarem ainda mais ricos, e competirem com os outros (Lisboa, Porto, Braga e Setúbal) que ainda são mais ricos. É isto que queremos para o nosso país?
A Beira Interior tem 370 mil habitantes. Tem quase tantos habitantes como o Algarve. Nesta lógica de juntar os ricos e os pobres, porque não propõe também anexar o Algarve ao Alentejo? Porque é que o Algarve teria um estatuto especial? Porque é propriedade inglesa? Ou porque tem um lobby muito forte em Lisboa? Eu voto pela segunda.
Por esse mesmo prisma, chegar-se-ia ao ponto de se concluirem disparates como o de a Espanha estar mal regionalizada. É que regiões como La Rioja, com 300 mil habitantes, segundo esse prisma não teriam viabilidade. E o que é certo é que têm. E o que é certo é que inverteram a tendência de desertificação e encetaram uma era de desenvolvimento. E o que é fizeram isto tudo apenas com parte do dinheiro dos impostos nacionais que lhes foram destinados, mais o dinheiro que o Plano de Convergência dos sucessivos Orçamentos de Estado de Espanha têm destinado às regiões mais pobres, mais o dinheiro dos fundos e programas da União Europeia. Uma região da dimensão da Beira Interior, veja lá. Se tivesse sido integrada, como os centralistas espanhóis queriam, em Castilla y León, hoje La Rioja estaria ao abandono.
A Beira Interior é concretizável, sustentável, e é a melhor solução para a Regionalização em Portugal. A Beira Interior viverá, como região interior, da parte dos impostos nacionais já existentes, cobrados na região, que lhe será destinada, mais os fundos nacionais e europeus de coesão. E chega perfeitamente para uma região da dimensão da Beira Interior, cujo único objectivo deve ser equiparar-se ao nível de desenvolvimento das restantes regiões (litorais) de Portugal, e só depois começar a pensar em competitividade nacional e internacional.
Isto sim, é ser prático.
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas e
Caro Afonso Miguel,
Só quem anda muito distraído é que não vê (ou não lhe interessa ver) que é precisamente a mendicidade que nos tem acompanhado ao longo de séculos e séculos e que a regionalização é uma oportunidade soberana para nos vermos livres de caciques e das posições de lanterna vermelha da União (Económica) Europeia, em direcção a um desenvolvimento equilibrado, autosustentado e alargado.
E ainda bem que este tipo de trabalho é feito com prazer (não somos masoquistas), ao contrário dos que passam o tempo a fazer não sei o quê (por exemplo, a lamuriar, a queixumar, a pedinchar) e a cantar o "fado do choradinho" habitual, de norte a sul (sim, porque "quem não chora não mama"); se o fazem, é porque têm muito proveito nisso, mas não é seguramente o interesse das populações das futuras Regiões Autónomas, a serem implementadas de uma só vez e bem, para não nos arrependermos nem perdermos mais uma oportunidade.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Serei talvez masoquista, mas a haver duas regioes na Beira, coisa que nao advogo, continuo convicto de os habitantes dos municipios da Serra virados a norte preferem seguir Viseu.
Um abraco regionalista dalgodrense.
Grande parte dos meus amigos e família vivem lá. Então e os laços culturais e familiares são ultrapassados por que factores? Pelo que sei a ria está mais ligada ao norte que ao sul ou até mesmo ao interior..
Ambos so concelhos que assinala estarão incluídos na futura Região Autónoma da Beira Litoral, pertecententes actualmente ao Distritode Aveiro. Por isso, os seus laços familiares e de amizade não serão quebrados.
Lembro aos restantes regionalistas e não regionalistas que há mais de 1 ano apresentei, em primeira mão neste bloguie, a solução das 7 Regiões Autónomas com a delimitação territorial baseada nas 11 Províncias, Regiões Históricas ou Naturais.
Para isso, estou a besear-me no estudo "As Regiões Autónomas - o regresso às origens como condição para o desenvolvimento", presente no "site" da Ordem dos Economistas, no grande tema da "Economia Regional. Para o problema concreto da Região Autónoma da Beira Litoral, poderá consultar as páginas 38 a 42, com menção ao respectivo mapa geográfico.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Cá está o egocentrismo regionalista cujas consequências são idênticas às do actual sistema de governação centralizado e centralizador.
Já não bastava o jacobinismo central, parece que alguém aspira fundar o jacobinismo regional.
Confirmamos, com este e outros tipos de argumentos, com o corporativismo de diversas naturezas, a ingovernabilidade do nosso País.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)