O Norte e a Crise

Empresários afirmam que Portugal precisa do Norte para superar a crise

Portugal vai precisar da indústria exportadora do Norte para superar a crise, à semelhança do que aconteceu no passado, defenderam os participantes na reunião de associações empresariais em favor da gestão autónoma do Aeroporto do Porto.

"Portugal nunca conseguiu superar crises quando o Norte estava em crise", afirmou o economista e director da Associação Comercial do Porto (ACP) Alberto Castro, na reunião que juntou no Palácio da Bolsa, no Porto, dirigentes de cerca de 35 associações empresariais e outros convidados.

À saída do encontro, também o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), José António Barros, frisou que "o país não recupera se a região Norte não recuperar".

"É evidente que a recuperação da economia portuguesa passa pela produção e exportação de bens transaccionáveis e é nesta região que isso acontece, não é em mais nenhuma região do país", frisou José António Barros.

Para o presidente da AEP, o Aeroporto Sá Carneiro "é fundamental para a exportação e para os contactos comerciais", pelo que o agravar da crise torna ainda mais premente que este equipamento tenha uma gestão autónoma e respeitadora dos interesses da região.

Também para o presidente da ACP, Rui Moreira, "o Aeroporto Sá Carneiro é absolutamente crucial para a região e é crucial que a sua gestão seja coerente e autónoma".

Na opinião de Rui Moreira, a economia portuguesa precisa de um Aeroporto do Porto "competitivo" para exportar a sua produção e sair da crise.

"JN"

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

O incremento e a melhoria da qualidade da produção podem ser assegurados em qualquer ponto do nosso País. O que permanece relevante tem a ver com políticas económicas de longo prazo (de políticos-estadistas), traduzidas por acções que mobilizem os recursos próprios de cada região de forma renovada ou autosustentada e assegurem produção própria capaz de melhorar as condições materiais e qualitativas de vida de todas as populações. Progressivamente, tais acções permitirão ir reduzindo os défices comerciais naquelas rubricas que tenham revelado défices crónicos acentuados (bens alimentares, bens energéticos e bens de transporte) e transformando o défice da balança comercial em saldo nulo ou mesmo superávite.
As actuais circunstâncias operacionais da nossa economia afectam todo o território, com causas directas na actividade financeira interna e internacional, mas afectam mais negativamente as regiões situadas no seu interior, razão pela qual é necessário ter uma visão global (nacional) do problema sempre sério da recuperação da actividade económica e não apenas da chamada região norte, onde ainda se concentra um número significativo de pequenas e médias empresas industriais.
Esta mudança é também uma mudança do paradigma de dezenas e dezenas de anos da actividade da nossa economia, onde nem sempre (visão muito optimista) se tem assegurado condições de financiamento (capitais próprios, capitais alheios e autofinanciamento) que viabilizem um equilíbrio financeiro de longo prazo (por exemplo, os capitais próprios de uma empresa NUNCA DEVERIAM SER INFERIORES a 40% dos respectivos activos CORRECTAMENTE AVALIADOS (não se está a reportar ao valor de cotação no mercado de capitais; quanto a este sabe-se, DESDE HÁ MUITO TEMPO, o que realmente representa; PARA MUITOS ESPECIALISTAS, AQUELA PERCENTAGEM SERÁ CONSIDERADA MUITO ELEVADA - sobrefinanciamento por capitais próprios -, MAS GARANTE-SE QUE NÃO É, MESMO EM CONJUNTURAS ECONÓMICAS E FINANCEIRAS FAVORÁVEIS E MUITO DIFERENTES DAS ACTUAIS).
Para tudo o que se expôs, a regionalização autonómica é a solução política para uma mudança de paradigma essencial à existência perene do nosso País como NAÇÃO (prefere-se a expressão "nosso País" à expressão "Portugal" ou "este País", dado que estas últimas induzem a impressão que quem as utiliza nem sequer é português).
Finalmente, quanto à pretensão "nortenha" de gestão autónoma do Aeroporto de Pedras Rubras, mais uma vez o utilitarismo prevaleceu sobre o desenvolvimento, o que é revelador das mentalidades reinantes.
Em resumo: É DE FUGIR.

Sema mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)