Regionalização é bandeira da esquerda do povo

07|02|2009 19.07H

O secretário-geral do PS, José Sócrates, classificou hoje em Coimbra a regionalização e o casamento entre homossexuais como bandeiras que identificam o Partido Socialista com a esquerda progressista e a esquerda do povo.

Proponho-vos que no próximo programa eleitoral assumamos estas duas bandeiras que identificam o Partido Socialista como a verdadeira força da esquerda progressista, da esquerda moderna, da esquerda do povo”, disse José Sócrates durante perante mais de meio milhar de militantes e simpatizantes do PS.

(...)

O dirigente socialista frisou que a defesa do casamento entre homossexuais “não é uma vitória de uma minoria sobre uma maioria”, mas uma vitória “de todos” e em nome “dos valores se sempre do PS", promovendo “uma sociedade mais aberta, livre, tolerante, humana e uma sociedade que luta contra todas as formas de discriminação”, referiu.

Já sobre a regionalização, José Sócrates, disse almejar que o PS lute, primeiro “por um consenso político” e também por um referendo que institua cinco regiões administrativas em Portugal.

Eu quero que haja regionalização para distribuir o poder”, disse.

Durante um discurso que se prolongou por quase 50 minutos, Sócrates definiu o PS como uma partido da esquerda progressista.

Não somos da esquerda imobilista, da esquerda parada no tempo, não queremos as tradicionais receitas que estão esgotadas”, frisou.

Sócrates recordou diversas medidas postas em prática pelo Governo que lidera, em áreas como a educação, nas quais, sublinhou, o executivo socialista tem “obra feita e que pede meças seja a quem for”.

(...)

|Destak/Lusa|

Comentários

Meu caro,

O nosso Primeiro entende que é preciso ser-se de esquerda para se poder ser a favor da regionalização, bem assim como do casamento dos homossexuais.
Não sendo de esquerda e sendo a favor de uma regionalização a 5 ou menos regiões, já escrevi sobre isso aqui,

http://atributos-1.blogspot.com/2008/04/blog-post_6685.html


é esta a minha opinião sobre as bandeiras do povo:

http://atributos-1.blogspot.com/2009/02/bandeira-do-povo.html

Melhores cumprimentos

José Magalhães
Só uma pergunta:

O senhor é do Porto, não é?
É que se é está tudo dito.
Só outra pergunta como resposta:

Será o meu amigo contra as pessoas do Porto?
Ou contra outras quaisquer?
Porque entende estar tudo dito, de uma forma negativa, pelo facto de eu o ser?
Sei, já li, que é adepto de 7 regiões. Parecem-me demasiadas, mas já pensou nelas, 5, ou 4, com a capital de cada uma no interior? Se for Norte Vila Real, se for Centro Viseu?
Será um mapa com menos regiões, desde que nas condições que referi, tão mau assim?
É assim tão descabida esta ideia?

Melhores cumprimentos

José Magalhães
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

O senhor Primeiro Ministro poderá dizer o que quiser a propósito da regionalização, até porque tem propaganda gratuita garantida.
Mas o que propõe já não tem qualquer sentido político e não é próprio de um responsável político que deveria ter estatuta política estratégica e estrutural na aplicação das diferentes políticas, se é que existem.
Para aqui vale o comentário elaborado para o último "post" do Afonso Miguel: "5 Regiões: o falso concenso que vai matar a regionalização".

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Caro José Magalhães:

Não tenho nada contra as pessoas do Porto, antes pelo contrário. São pessoas simpáticas, genuínas, bairristas, justas e trabalhadoras, qualidades que muito aprecio e que tornam os portuenses num povo único no contexto do nosso país.

Porém, é esse bairrismo que chega por vezes a estragar muitas das opiniões vindas do Porto. E, embora a maioria do povo portuense não concorde assim tanto com esta balela da "região norte", a camada mais alta da sociedade portuense (que, infelizmente, parece querer tornar o Porto numa espécie de Lisboa do norte, destruindo todo o passado de justiça que está associado aos verdadeiros portuenses), ou seja, presidentes de associações empresariais e comerciais, e dirigentes políticos, quer impor a toda a força este mapa das 5 regiões, que, como já disse no meu último post neste blogue, com a oposição garantida da maioria das regiões em Portugal, vai acabar por condenar, mais uma vez, o processo regionalista ao fracasso total.

O Porto tem, nos últimos anos, tentado construir um neocentralismo, um Portocentrismo que sujeitasse toda a "região norte" a um clientelismo em torno do Porto.

E a solução que refere em nada atenua o problema. Em primeiro lugar, porque seria pouco provável que o Porto e o Litoral aceitassem que a capital do "norte" ficasse em Vila Real e a capital do "centro" ficasse em Viseu. E, mesmo que isso acontecesse, mais tarde ou mais cedo, esses organismos iriam parar ao Porto.
Por outro lado, essa seria uma medida de fachada. Porque, apesar da sede estar em Vila Real, os interesses económicos do Porto, de Braga e do Litoral Norte em geral ir-se-iam sempre sobrepor aos do Interior.
Em segundo lugar, porque uma região tão heterogénea como o "norte" (e também o "centro"), que engloba realidades tão diferentes como o Minho e o Nordeste Transmontano, continuaria a ser muito difícil de ser governada correctamente, e muito mais difícil seria aplicar as medidas certas e os fundos certos às regiões onde eles realmente são necessários; e isto aconteceria mesmo que a capital estivesse em Vila Real, em Bragança, em Torre de Moncorvo ou noutro sítio qualquer.
Em terceiro lugar, a existência de capitais é sempre um factor de centralismo. Por isso uma das bandeiras da proposta das 7 regiões é a existência de regiões polinucleadas, sem capital, com serviços distribuídos por diferentes municípios.
Por último, 7 regiões não são regiões a mais. Os geógrafos identificaram sempre 13 regiões naturais no nosso país, que foram simplificadas em 11 províncias tradicionais, e que hoje são já reunidas em 7 regiões, com o vivo apoio da União Europeia, que elogiou já esta divisão. Em Portugal existem diversas realidades, diferentes contrastes, principalmente entre o norte e o sul, e entre o litoral e o interior. E as 7 regiões, ironicamente, seriam inclusivamente mais baratas que as 5 regiões, já que implicaram mais eficácia, e tornariam desnecessárias as associações de municípios, comunidades intermunicipais e outras associações sem autonomia suficiente, que consomem bastante dinheiro ao erário público. Com as 5 regiões, todas estas associações se manteriam, já que seriam necessárias para a defesa dos interesses das regiões interiores, subjugadas pelos interesses do litoral. Porque o princípio da solidariedade dentro das regiões não funciona, por mais que se quisesse.

Com os melhores cumprimentos,
Afonso Miguel
Anónimo disse…
Regiões? Mas que regiões? Então o casamento gay não nos resolve todos os problemas?
Todos não.
Falta a eutanásia.
E a legalização da prostituição
E o consumo e comércio de drogas leves (leves, quer dizer com menos de uma tonelada).
E fazer desaparecer (através de forte malhação) a direita, a esquerda plebeia e a esquerda chique.
Eu estou satisfeito.
Não vou lutar por mais nada.
Aí está a esquerda popular e moderada.
Uma espécie de TERRA PROMETIDA.

Cpts
Iaia Baldé
Anónimo disse…
Caro laia Baldé,

Há que considere temas essenciais para o todo nacional quando bem vistas as coisas não passam de acessórios e muito acessórios, mesmo. Só podem ser justificados pela necessidade de uma contagem de votos, objectivo que não favorece nenhum verdadeiro desígnio nacional, a não ser procurar obter uma votação que garanta uma maioria política mais confortável mas que nunca virá a ser absoluta.
Os temas que incluiu no seu comentário, muito embora tenham sido badalados pela comunicação social como se fosse equivalente à perda da independência, são regionalmente despropositados e, até agora, quando se tem falado de programas eleitorais quase nada se tem falado ou divulgado o que quer que seja quanto à regionalização.
Troca-se o essencial por um prato de lentilhas e nada mais, infelizmente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)