Aparelho do PS quer referendo em 2010




O referendo à regionalização deverá ser lançado pelo PS logo no início do próximo mandato, em 2010, e não esperar pelas eleições presidenciais. Esta foi a convicção expressa ao JN por vários dirigentes e militantes presentes no congresso, para quem esta reforma administrativa já vem tarde.

Do militante de base ao dirigente nacional, foram muitos os apelos para que o secretário-geral avance com o processo logo que haja condições, sem compassos de espera desnecessários.

"Finalmente estou convencido de que vamos ter regiões!", desabafou Carlos Lage, perante a promessa da moção de José Sócrates. Para quando o referendo? "Quanto mais rápido melhor". E o "melhor" é 2010, defendeu o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. "Até porque há um intervalo de oportunidade entre as eleições" que o tornam "perfeitamente viável". Porém, admite que "em função das presidenciais", a Janeiro de 2011, o PS opte por esperar.

Para Gaspar Santos, do Secretariado de Palmela, é uma reforma a concretizar "o mais depressa possível". Por isso, o referendo "devia ser em 2010". E não crê que Cavaco Silva, no caso de ser reconduzido em Belém, tenha condições para travar o processo.

De Mangualde, Viseu, o "jota" João Tiago Henriques partilha da necessidade de rapidamente voltar a consultar-se a população. Subscreveu uma moção defendendo isso mesmo. De Rio Tinto, Gondomar, o presidente da junta, Marco Martins, crê que "há todas as condições para o referendo ser em 2010". Esta "deve ser uma batalha a arrancar no início da legislatura". Porque "não há nada que possa garantir que será outro o presidente da República", Belém não pode "ser desculpa".

Oriundo de Mafra, o líder concelhio António Branco, diz, mais cauteloso, que "o bom momento será quando existir um consenso alargado", o que poderá demorar "dois, três ou quatro anos". Também Ricardo Freitas, da Madeira, não sugere datas. Até porque "temos uma crise para resolver" primeiro. Outra visão demonstrou Carlos Lage, satisfeito com o facto do PS "não ter abandonado a regionalização em virtude do contexto económico". Por Maria Augusta Santos e Elisa Carvalho, de Famalicão, nem havia referendo. A existir seria "em 2010".

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Já aqui escrevi e até lá mantenho que o partido político que inscrever no seu programa eleitoral o projecto da regionalização autonómica, acompanhado de uma profunda reorganização do funcionamento dos organismos que suportam os Órgãos de Soberania e da Administração Pública, para além de uma renovação de quadros partidários e de governo, ganhará eleições legislativas e será preponderante nos governos central, regional e local.
Contudo, o processo eleitoral terá de implementar-se da base para o topo (a maioria nas freguesias legitima o poder em cada uma delas e o poder municipal, a maioria nos municípios legitima o poder regional, a maioria nas regiões legitima o poder nacional), enquanto a reorganização do Estado terá de implementar-se de cima para baixo para, em função daquilo a que permanentemente assistimos como espectáculo degradante e triste, se começar a dar inequivocamente o melhor exemplo pessoal e ético.
Claro que a única proposta de reionalização só poderá ser a regionalização suportada pelas 7 Regiões Autónomas.
O que aqui está é um conjunto de propostas necessárias, propostas políticas concretas estruturadas e estruturais para garantir um desenvolvimento equilibrado e autosustentado, sem preocupações de pretender alinhar pelo critério granjista, isto é, por uma ou outra linha política ou partidária.
O actual discurso e prática política é tudo menos inovadores e desenvolvimentistas, para se acantonarem nos textos policopiados de outras propostas políticas anteriores insuficientemente inovadas e dinamizadas.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)