Notícias da Região Norte

O presidente da CCDRN, Carlos Lage, defende que a região “não se pode enclausurar” na crise económica, apontando o investimento na inovação como uma saída para a actual situação.

Não podemos sair desta crise com um sistema produtivo debilitado, a economia regional necessita de uma mudança estrutural”, afirmou Carlos Lage, frisando que a região Norte “não está condenada à decadência”.

O presidente da CCDRN falava numa conferência de imprensa destinada a apresentar três novos concursos de financiamento para infra-estruturas científicas e tecnológicas, integrados num objectivo global de criação de uma rede regional de infra-estruturas de apoio à inovação e competitividade.

“Este é um programa com cabeça, tronco e membros, devidamente financiado e com metas bem definidas”, frisou Carlos Lage, que considerou este programa “um dos mais importantes para a região”.

Os concursos hoje lançados totalizam 32 milhões de euros em financiamento de fundos comunitários, dos quais 17 milhões se destinam à construção e equipamento de novas instalações científicas, entre as quais se encontram o futuro Instituto Internacional de Nanotecnologia, em Braga, e o I3S, que resulta da cooperação entre os três principais institutos de investigação médica da Universidade do Porto.

Os dois restantes concursos envolvem 10 milhões de euros para infra-estruturas tecnológicas e cinco milhões a para racionalização da rede de infra-estruturas tecnológicas.

Estes três concursos inserem-se no eixo prioritário ‘Competitividade, Inovação e Conhecimento’, que conta com uma dotação de 786 milhões de euros, cerca de 29 por cento do total do Programa Operacional Regional do Norte.

Em curso até 30 de Junho está também o concurso para áreas de acolhimento empresarial e logística, no valor de 40 milhões de euros. “Pretendemos acolher e ordenar as empresas em recintos inovadores, para que a ponte entre a investigação e as empresas se faça com qualidade”, salientou Cristina Azevedo, vice-presidente da CCDRN.

No quadro da construção de um sistema de inovação regional, a CCDRN promoveu outros três concursos, já encerrados, relativos a infra-estruturas de parques de ciência e tecnologia (25 milhões), incubadoras de empresas de base tecnológica (oito milhões) e empreendedorismo tecnológico (quatro milhões).

“Nestes três concursos, a procura atingiu quase o dobro da oferta”, revelou Cristina Azevedo, especificando que as candidaturas atingem 63 milhões de euros em financiamento comunitário, estando apenas disponíveis 37 milhões.

Para o objectivo da construção do sistema de apoio à inovação, a região Norte tem actualmente garantido para este ano um investimento elegível de 156 milhões de euros em áreas de acolhimento empresarial, parques de ciência e tecnologia e infra-estruturas científicas e tecnológicas. Segundo as estimativas da CCDRN, esta verba deverá permitir a criação, nos próximos dois anos, de cinco novas grandes áreas de acolhimento empresarial com lógica condominial, além da estruturação de 300 a 600 hectares destas áreas.

Por outro lado, deverão ser apoiadas 250 empresas de base tecnológica em parques e incubadoras e criadas outras 280 empresas. As estimativas da CCDRN apontam ainda para o apoio à criação de 100 start-ups tecnológicas.
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