O Grande Porto foi uma das dez zonas do país que menos evoluiu entre 2004 e 2006. Estudo do INE revela ainda que Lisboa foi a única região do país a registar um desenvolvimento sustentável.
O Grande Porto encontra-se entre as dez regiões do país que menos evoluíram entre 2004 e 2006. Já Lisboa foi a única área que cresceu de forma sustentável. São estas algumas das conclusões do estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgado esta terça-feira, que analisou a evolução do índice sintético de desenvolvimento regional nas 30 sub-regiões portuguesas.
A investigação analisou três componentes: a competitividade da economia, a coesão social e a qualidade ambiental. Nuno Moutinho, professor na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), explica, ao JPN, que "a ideia do índice de competitividade é verificar a capacidade de penetração nos mercados e a capacidade de aumentar a produtividade" .
Já o "índice de coesão compara salários e tenta perceber qual a capacidade de atractividade da região", enquanto que o índice de qualidade ambiental se foca, "como o próprio nome indica", no ambiente.
A zona da Grande Lisboa é a única que se manteve no topo da tabela nas três vertentes do estudo, revelando um desenvolvimento sustentável. Ao comentar estes valores, Nuno Moutinho é peremptório: "Temos claramente um país que continua a ter um crescimento muito forte e polarizado na Grande Lisboa e todas as outras regiões são um mundo à parte".
"O Estado tem de deixar investir em Lisboa"
O estudo do INE revela ainda que o Porto apenas apresentou um desempenho positivo no que toca à competitividade. "O Estado tem de deixar de investir na Grande Lisboa, tem de retirar investimentos públicos nessa zona. Tudo o que seja apoios também tem de ser canalizado para as outras regiões com menores índices da competitividade", sintetiza Moutinho.
Também Elisa Ferreira falou sobre o estudo. "A falta de investimento no Porto é a causa para os números negativos do estudo do INE" disse a candidata à Câmara do Porto. "Somos uma zona muito exposta à concorrência internacional e não temos a salvaguarda de uma forte quantidade de funcionários públicos", considera.
Segundo os dados do estudo, em 2006, Portugal era um país de assimetrias a nível de desenvolvimento. Se o Baixo Alentejo foi a região com mais ganhos de competitividade, a coesão social teve o aumento mais significativo nos Açores.
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