A REPÚBLICA DOS DESEQUILÍBRIOS

A avaliação da positividade ou negatividade da adesão e manutenção de Portugal no seio da Comunidade económica Europeia, actual União europeia, está por fazer.

A percepção que faz caminho é o da positividade da adesão, mas será a actual manutenção provida de uma verdadeira dimensão positiva?

Poderá fazer-se uma análise quantitativa dos ganhos e perdas da adesão, não limitado às transferências entre Portugal e a União?

Qual o verdadeiro peso dos regulamentos comunitários na vida da nação?

Não será a idiosincrassia perdida a par com o desmantelamento da auto-sustentabilidade um factor altamenta negativo para a qualidade de vida da grande maioria dos cidadãos?

Será que as vantagens competitivas funcionam num mercado de excesso de oferta?

Será que similarmente à França dos desequilíbrios internos dos finais do século XIX e da macrocefalia Parisiense, não falta a componente mais importante de reequilíbrio, a regionalização, ou pelo menos para não ofensa dos que pensam com esplendor radical a unidade territorial, uma importante revisão do quadro administrativo?

O que se tem feito em Portugal pelo reordenamento do território e pela correcção dos desequilíbrios litoral-interior e zonas macrocéfalas de Lisboa-Porto?

Onde estão as chamadas metrópoles de equilíbrio e os tecnopólos geradores de nova riqueza e equilíbrio nacional?

Para quando, à semelhança da 5ª República Gaullista, os actores desta 3ª República vão perceber que sem regionalização ou alteração do quadro administrativo, sem as óbvias sobreposições de estruturas do Estado de partidos, Portugal tem o seu futuro empenhado pelo empobrecente equilíbrio migratório?

Os verdadeiros patriotas desinteressados de interesses próprios que respondam ... se puderem!

|P.A.S|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

As consequências positivas ou negativas da nossa adesão à União Europeia têm causas apenas extrínsecas àquela, mas directamente relacionadas com causas internas redicadas na incompetência política em assegurar políticas estruturais de desenvolvimento.
A avaliação terá de ser feita internamente e nunca externamente, já que os principais factores justificativos da nossa "cepa torta" encontram-se na ausência de políticas de desenvolvimento a todos os níveis, conjugadas com um funcionamento ainda ineficaz dos organismos do Estado, apesar das grandes melhorias intrumentais introduzidas com o recurso às novas tecnologias de informação e comunicação. Essa ineficácia tem ainda as suas raízes no comportamento de serviço público adverso demonstrado por uma grande maioria de funcionários públicos, de empregados das empresas privadas e da sobranceria comportamental de muitos que se convencem estar também investidos de alguma autoridade (especialmente aquela que resulta de sentirem "as costas quentes").
Por isso, os senhores políticos têm de convencer-se que os tempos de políticas conjunturais ou de interesse público restricto ou desviante (sociológico, cultural, orçamental ou financeiro) já se encontram ultrapassadas e que teimar nelas revela incompetência política, irrelevância de desenvolvimento, desrespeito social, erro político histórico e causador de instabilidade e rupturas sociais.
Convém anotar que as eleições não têm sido sempre ganhas por quem tal propala mas perdidas por quem não tem conseguido apresentar propostas nem soluções concretas de realização do desenvolmento sustentado e equilibrado da nossa sociedade e, em termos mais gerais, de prossecução de grandes desígnios nacionais com ele relacionado.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)