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“Aparentemente, as autonomias regionais ainda causam alguma preocupação em Lisboa, nomeadamente ao Tribunal Constitucional, porque pensam que põem em causa a unidade nacional, mas não é o caso”, afirmou o líder da Casa de Bragança.
Segundo Duarte Pio, “o aprofundamento da autonomia não põe em causa a unidade nacional”, defendendo que, “quanto melhor e mais inteligentemente for conduzido este relacionamento entre o centro e as regiões, melhor funciona e menos problemas tem”.
Exemplo disso é o caso do Reino Unido, onde as ilhas do Canal “têm mais autonomia (do que as regiões autónomas portuguesas), mas a unidade nacional é muitíssimo forte”, afirmou o duque de Bragança , que minimizou a polémica em redor da última revisão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores.
“Estes problemas jurídicos podem sempre ser melhorados na Constituição, que está cheia de erros e disparates e, por isso, tem de ser revista”, considerou.
Comentando as eleições Europeias, o pretendente da Coroa portuguesa considerou que “tem sido positivo o aparecimento de movimentos cívicos muito interessantes, evitando que o debate fique só entre os partidos políticos”.
Duarte Pio, que se encontra nos Açores a convite da Real Associação da Ilha Terceira, manteve hoje encontros oficiais com o Representante da República para os Açores e com os presidentes das câmaras municipais de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.
“Reino unido”
Já no domingo, D. Duarte de Bragança disse que o estatuto político ideal para as regiões autónomas dos Açores e Madeira seria o de “reino unido”, como possuem a Escócia ou as Antilhas Holandesas.
“Os reinos unidos dão o máximo de autonomia com o máximo de unidade nacional”, sustentou o Duque de Bragança em declarações à Lusa à margem da sua participação na Coroação e Função do Senhor Espírito Santo da Santa Casa da Misericórdia de Angra.
D. Duarte de Bragança considerou que “o modelo de desenvolvimento dos Açores tem muito mais equilíbrio que o do continente” alegando que “as barbaridades feitas e os desperdícios monstruosos são muito menores aqui” [nos Açores].
“Tem havido muito mais cuidado na preservação da paisagem e da agricultura, enquanto no continente tem sido um vandalismo quase completo de destruição dos recursos, nomeadamente os paisagísticos e culturais”, sublinhou.
“Os Açores são o modelo e grande exemplo de preservação dos recursos e valores que temos”, disse.
Igualmente, acrescentou, “do ponto de vista ético e moral os Açores dão uma lição muito grande ao continente”, pelo facto de “haver muito mais responsabilidade e solidariedade”.
“Todos têm a aprender com a região”, sublinhou.
in Causa Monárquica, 26/05/2009
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Independentemente de o regime político ser republicano ou monárquico, na sua versão democrático-constitucional, esta posição do Duque de Bragança dificilmente seria afirmada por qualquer outro político do nosso País.
Com efeito, incorporam uma análise correcta e adequada quanto à solução de desenvolvimento a adoptar como aos seus efeitos, obrigando apenas a quem decidir ter coragem política para o fazer. É lamentável que afirmações destas não sejam atendidas com atenção e desvelo pela comunicação social por não se vincularem à moda noticiosa nem a outros interesses turnistas.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
PS - Declaração de interesses políticos: democrata e republicano; regionalistas autonómico.