A (não) comparticipação estatal dos investimentos no Interior


Nova fábrica em Gouveia

O investimento ainda não obteve nenhuma comparticipação estatal. A candidatura inicial foi chumbada estando a ser reapreciada

Uma empresa de fabrico de produtos de apoio à construção civil, essencialmente para exportação, foi inaugurada sábado em Gouveia, criando 26 novos postos de trabalho.

Segundo João Paulo Agra, director administrativo da unidade de Gouveia da 'Salemo & Merca, Lda.', a fábrica 'foi projectada para produzir produtos de apoio à construção civil, nomeadamente escadas e escadotes em alumínio, andaimes móveis em alumínio e pranchas para andaimes', No arranque serão produzidas 'pranchas para a construção civil que se destinam quase exclusivamente ao mercado externo', adiantando que os artigos serão exportados para países 'do centro da Europa', como Suíça, Bélgica e França, estando a empresa a 'tentar também entrar no mercado alemão',

A unidade, fica próximo do centro da cidade de Gouveia e possui uma área coberta de cerca de 7.750 metros quadrados. João Paulo Agra adiantou à Agência Lusa que a empresa investiu mais de quatro milhões de euros na construção das instalações e na aquisição de equipamento, 'não tendo contado, até ao momento, com qualquer apoio financeiro público',

Indicou que a nova unidade 'deverá funcionar, em condições normais, com cerca de 45 postos de trabalho, tendo já sido admitidos 26 colaboradores', recrutados na zona de Gouveia.

EMPRESA COM SAÚDE FINANCEIRA ESTÁVEL

O projecto começou a ser executado há cerca de um ano, ainda antes da actual situação de crise económica, sustentando aquele responsável que só foi possível concretizá-lo atendendo 'à estrutura financeira estável', da empresa, que possui uma grande unidade de produção em Palmela. 'Foi a robustez financeira e a posição no mercado que permitiu', a execução da obra, disse, salientando que 'houve uma candidatura a um sistema de incentivos', que se encontra 'na fase de contestação, porque a decisão não foi favorável', A escolha para a localização ficou a dever-se 'à proximidade da fronteira, porque os produtos são escoados via rodoviária', e por razões 'sentimentais', do proprietário, natural do concelho.

in Diário XXI, 20/07/2009

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Este projecto parece confirmar que tem mérito próprio para poder avançar para a produção plena e consolidar as nossas exportações, ao nível de dimensão em que se situa.
Mas nem mesmo assim é considerado um projecto com mérito suficiente para obter um qualquer incentivo destinado à dinamização da actividade económica e, dentro desta, da nossa produção própria com origem regional.
O exercício da política dispensa discursos mas tem de exigir acção com envolvimento completo de toda a sociedade portuguesa, esteja radicada em que Região Autónoma for.
Está comprovado que o Estado parece não ser "pessoa de bem", a justificar que os projectos de investimento devem caminhar pelos seus próprios meios, isto é, pelo seu próprio mérito; se assim for, já uma esforço de desenvolvimento decisivo e laudatório.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Paulo Rocha disse…
Enquanto o investimento estrangeiro é fortemente apoiado e, muitas vezes, não tem qualquer problema em deslocalizar, os investidores nacionais vêem-se confrontados com um tratamento, absolutamente desigual.

Não se vislumbra qualquer tipo de iniciativa política sustentada e eficaz no sentido de se apoiar e descriminar positivamente o Interior do país.