Almeida candidata-se a Património Mundial
















A Câmara Municipal de Almeida anunciou hoje que entregou este mês, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, o dossier de candidatura da antiga praça-forte da vila fronteiriça a Património Mundial.

Segundo o presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, a candidatura está integrada num processo que envolve outras fortificações abaluartadas da raia luso-espanhola, nomeadamente Elvas, Valença, Estremoz e Mação (Portugal), Ciudad Rodrigo, Olivença e Badajoz (Espanha).
Na sessão de apresentação pública do projecto, integrada nas comemorações do cerco de Almeida ocorrido durante as Invasões Francesas, o autarca referiu que a candidatura foi iniciada em Maio e concluída em Julho deste ano, admitindo que «não foi um trabalho fácil».
António Baptista Ribeiro disse à agência Lusa acreditar que a antiga praça-forte receberá o galardão de Património da Humanidade, a atribuir pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura), por considerar que a vila possui «muralhas que são consideradas das melhores conservadas da Europa e umas ´Casamatas` (construções subterrâneas à prova de bomba) únicas no Mundo”. Apesar desta realidade, admitiu que existe “um longo caminho pela frente» até que a candidatura seja aprovada pela UNESCO.

«Temos um caminho longo a percorrer. Hoje demos o sinal de partida e vamos ter que ultrapassar muitas etapas até chegarmos ao final», afirmou, dizendo esperar que no próximo ano, por esta altura, «esse desígnio» já esteja alcançado.
Para o autarca, a vila fronteiriça - conhecida como «estrela do interior» -, possui um vasto património histórico, daí que considere que, finalmente, Almeida, poderá «brilhar no património universal».

A entrega do dossier da fortaleza de Almeida à Candidatura das Fortificações Abaluartadas da Raia Luso-Espanhola a Património Mundial, também é valorizada pelo historiador Adriano Vasco Rodrigues.
«Eu espero que a candidatura seja aprovada porque há peças inscritas no Património Mundial com menos valor e reconhecimento internacional do que Almeida», disse.
Em sua opinião, esta fortaleza do distrito da Guarda «é aquela que está mais bem conservada» ao nível destes monumentos.
«Considero-a uma fortaleza fora de série, pelo estado de conservação e pela própria concepção», considerou o historiador.

A fortaleza militar de Almeida, rodeada por um fosso, foi construída nos séculos XVII e XVIII. Tem forma hexagonal e é constituída por seis baluartes (S. Francisco, S. Pedro, Santo António, de Nossa Senhora das Brotas ou do Trem, de Santa Bárbara e de S. João de Deus) e igual número de revelins (da Cruz, dos Amores, da Brecha, de Santo António, do Paiol Doble ou Hospital de Sangue).
A antiga praça-forte de Almeida, localizada perto da linha de fronteira com Espanha, é considerada uma “jóia” da arquitectura militar abaluartada.
A vila faz parte do Programa das Aldeias Históricas de Portugal, lançado pelo actual Presidente da República, Cavaco Silva, quando ocupou o cargo de primeiro-ministro.

30/08/2009

Comentários

zangado disse…
De acordo com o tratado internacional, que acabou com a guerra entre Espanha e Portugal, Olivença é portuguesa e devia ter sido restituída ao nosso país, mas os governos espanhóis têm-se esquecido. Só se lembram de Gibraltar que querem receber de volta mas querem manter Olivença.
São defensores do Iberismo, como o ministro das obras públicas, Eng.º Mário Lino, mais conhecido pelo "jamais".
Que têm feito os governos portugueses, depois do 25 de Abril e de acabarem as duas ditaduras para resolver este problema.
Aqui há uns anos estive em Valença e era uma vergonha ver a fortaleza em tão mau estado e partes em derrocada. Quanto a Elvas e Almeida já lá passei, há muitos anos, mas considero que iniciativas destas são benéficas para a população dessas regiões (criando novos destinos, empresas e postos de trabalho) e até para o turismo nacional, pois muitos só conhecem terras estrangeiras e pouco do nosso país.
Cumprimentos
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

No quadro da adopção de políticas de ordenamento territorial, seria bom que muitas outras vilas tomassem a ninicativa de valorização mundial do seu património.
Tal obrigaria à adopção de medidas de política orientadas para a recuperação do património histórico e cultural, onerando ao mesmo tempo a construção nova (1 m2 de construção nova = 10m2 de área reconstruída) e potenciando as áreas verdes (1 m2 de construção nova = 100m2 de área verde).

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)