por Lusa 19 Agosto 2009
O Teatro Municipal da Guarda (TMG), inaugurado há quatro anos, transformou o panorama cultural da região e contribuiu para "a valorização cultural" dos seus habitantes, considera o seu director artístico.
Segundo Américo Rodrigues, o complexo cultural da cidade mais alta do país, edificado pela Câmara Municipal, também veio "revolucionar" culturalmente a região "pelo facto de o teatro ter uma programação contínua".
"Já havia uma intensa actividade cultural e recreativa por parte das colectividades e dos grupos locais, mas o TMG, com as suas condições excepcionais, veio transformar o panorama cultural de toda a região", admitiu.
O responsável sustenta que o espaço fez com que a Guarda pudesse "receber óperas, bailados e teatros de grandes produções, que até à altura não era possível" exibir na cidade.
"Nesse sentido, pode dizer-se que houve uma revolução. Revolução também pelo facto de o teatro ter uma programação contínua", disse, admitindo que o equipamento contribui "para a valorização cultural das pessoas" da Guarda, uma cidade da Beira Interior.
O TMG trabalha em parceria com outros teatros e é o único do país que integra a Rede de Teatros de Castilla y Léon (Espanha), ou não fosse, "assumidamente, um teatro de fronteira, um teatro da raia", indicou.
Para o vereador do pelouro da cultura da Câmara da Guarda, Virgílio Bento, a abertura do complexo cultural representou "uma lufada de ar fresco, não só para a Guarda como para toda esta região, porque finalmente pode assistir a espectáculos de qualidade".
"Por isso, tenho dito muitas vezes que este teatro é um teatro de âmbito regional e afirmo, com algum sentido, que nós [a Guarda] cada vez mais nos queremos intitular capital cultural da Beira Interior", disse o autarca à Lusa.
Virgílio Bento lamenta, contudo, que seja apenas a Câmara a suportar as despesas com o seu funcionamento, reafirmando a importância de o Ministério da Cultura (MC) vir a apoiar o projecto.
Em sua opinião, "é importante que o MC olhe para este teatro com olhos de ver" e comparticipe a sua programação.
Os utilizadores do espaço dão-lhe nota positiva e reconhecem a sua importância para o desenvolvimento da região.
"Foi uma instituição que veio revolucionar muito a cidade e promover a cultura", disse Cármen Cardona, que antes da abertura do TMG se deslocava a Espanha para assistir a espectáculos.
Já Ana Sequeira, referiu que "de vez em quando" assiste a espectáculos culturais e que o teatro "desenvolveu culturalmente a cidade".
O complexo do TMG custou cerca de 10,5 milhões de euros e é composto por dois cubos gigantes onde funcionam um grande auditório (626 pessoas), um pequeno auditório (164), um café-concerto e uma galeria de exposições.
No último ano recebeu e organizou 413 actividades culturais que foram vistas por 54.009 espectadores.
DN, 19/08/2009
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Este tipo de iniciativas, totalmente desprendidas de intervenções políticas centralizadoras, é um perfeito exemplo do que tem de ser feito para uma afirmação regional e local das acções correctas a ser implementadas, desde que integradas em políticas da mesma índole.
Parabéns à CM da Guarda.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)