Seia: «algumas camas» retiradas após inauguração do hospital
Sindicato dos Enfermeiros denuncia situação. Ministra desconhece «totalmente»
No dia seguinte à inauguração do novo hospital de Seia foram «retiradas algumas camas» da unidade de cuidados continuados, situação que está a causar a «indignação» dos profissionais de saúde, refere o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), citado pela Lusa.
O novo hospital foi inaugurado na passada segunda-feira pela ministra da Saúde, Ana Jorge, representando um investimento de cerca de 7,5 milhões de euros e vai servir 50 mil habitantes daquela região.
Segundo o dirigente do SEP na Guarda, Honorato Robalo, a empresa que cedeu as camas para equipar a unidade de cuidados continuados integrados «não tinha disponibilidade de entrega» e, no dia a seguir à inauguração, «foi lá buscar uma parte delas». O dirigente sindical não precisou o número exacto de camas.
Já o presidente da câmara de Seia, Eduardo Brito, disse à Lusa que «foram retiradas seis camas porque houve um engano no fornecimento, não era aquela referência que tinha sido pedida».
O autarca garante que «no dia 15 de Setembro todas as camas serão repostas». A unidade de cuidados continuados integrados tem uma capacidade total para 70 camas.
Para o sindicalista do SEP, «é de lamentar que havendo uma visita ministerial para implementar novos serviços, os mesmos não estejam apetrechados por meios técnicos e humanos», o que mostra que «estão a inaugurar os equipamentos à pressa, com intenções puramente eleitoralistas».
Honorato Robalo anunciou que o SEP irá, «junto do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Guarda [que tutela o hospital de Seia] saber as razões objectivas por que as camas foram retiradas».
Já o autarca Eduardo Brito reconheceu que o presidente da Unidade Local de Saúde, Fernando Girão, «devia ter mais cuidado» com situações desta natureza.
«Só devia substituir estas camas quando viessem as novas, para não dar azo de que houve alguma farsa no dia da inauguração do hospital», declarou.
A ministra da Saúde, Ana Jorge, confrontada hoje com o assunto, disse desconhecer «totalmente» que a mobília da unidade de cuidados continuados integrados de Seia tenha sido retirada dias depois da inauguração.
TVI, 04/09/2009
Deixo a reflexão: serão estas palavras dignas de uma responsável política nacional? Ou será que os senenses e os guardenses merecem um pedido de desculpas?
Afonso Miguel
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Muito mais importante que a retirada de 6 camas, por desrespeito da tipologia encomendada, é a entrada urgente em funcionamento eficaz (atendimento de qualidade clínica para não permitir desleixos ou seja o que for causadores de mortes, cegueiras, etc.) e eficiente (equlíbrio das contas) de uma unidade hospitalar no interior do País.
Se assim acontecer, os 50.000 portugueses residentes na respectiva área de influência terão razões suficientes para se considerarem satisfeitos e nem sequer se lembrarão deste "incidente" da retitada de 6 camas, logo após a inauguração.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)