Projectos inovadores na Beira Interior

Beira Interior: cinco mil hectares serão convertidos em olival biológico até 2013

«Um projecto de agricultura biológica, que prevê a conversão e instalação de cinco mil hectares de olival em 24 concelhos da Beira Interior até 2013, foi aceite pelo gestor do PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural, disse hoje fonte ligada ao processo.

Segundo José Assunção, presidente da Associação de Agricultores para a Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), sedeada na Guarda, “o projecto foi aceite pelo gestor do PRODER, na última reunião realizada há cerca de um mês e meio, no Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura”.

“Foi aceite o projecto e pedido à associação o plano de acção para se começar a implementar o projecto no terreno”, adiantou José Assunção, referindo que o documento “já foi entregue e a AAPIM aguarda luz verde para poder começar com as acções no terreno”.

O plano integrado para o olival na Beira Interior, elaborado pela Espaço Visual, empresa de consultadoria e elaboração de projectos agrícolas, para a AAPIM, prevê a plantação de 2500 hectares de novas plantações e de outros tantos de olival tradicional que serão convertidos no modo de produção biológica, em 24 concelhos da região.

“Trata-se do maior projecto de agricultura biológica no país”, disse o responsável, embora na versão inicial estivesse previsto o dobro da área.

Admitiu que “é um projecto sustentável e estruturante para a região e para o país”, elaborado com o objectivo de tornar o olival da região da Beira Interior “profissional e competitivo”.

Na versão inicial estava previsto um investimento de 126 milhões de euros, a criação de cerca de 2500 novos postos de trabalho e um volume de negócios anual de 46,8 milhões de euros mas José Martino, engenheiro agrónomo responsável pela empresa Espaço Visual, que elaborou o estudo, disse hoje que os valores foram reduzidos “para metade”.

Salientou que inicialmente foi elaborado um “projecto estruturante” para aprovação pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), para o período de 2007-2013 mas teve que ser “ajustado” ao PRODER e ao período de 2010-2013. Os “problemas no ajustamento” reduziram a área de intervenção e o investimento mas o responsável afirma que para garantir a sua execução será implementada uma estratégia “que passará por mostrar, junto dos agricultores e potenciais investidores na fileira, as mais-valias financeiras, ambientais e de mercado, do azeite biológico das variedades tradicionais da DOP (Denominação de Origem Protegida) da Beira Interior”.

Na vertente agro-industrial, a empresa Espaço Visual sugere a instalação de mais três unidades de transformação de azeite em modo de produção biológica.

“Será candidatado um lagar em 2010 para laborar em 2011 e serão candidatados mais dois lagares em 2013 para laborarem entre 2013 a 2015”, adiantou o responsável.

A Beira Interior é actualmente a terceira maior região do país produtora de azeite, com uma área de olival de 52.643 hectares e 27.679 explorações.»

23/09/2009

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Ainda bem que estão a ser promovidos projectos de crescimento da produção interna com carácter de autosustentabilidade, e logo a prtir de regiões do interior do País.
Esta produção adicional e de características ecológicas deverá ser complementada com a participação na produção de bens genuinamente regionais (derivados da pecuária, doçaria regional, por exemplo), por forma a incorporar-lhes inegável qualidade e diferenciação na sua apresentação ao mercado, tanto interno como externo.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)