Agricultores criticam extinção da DRABL
Nas costas dos agricultores e das suas associações, o senhor ministro da Agricultura e o seu Ministério decidiram reduzir as Direcções Regionais de Agricultura e as Zonas Agrárias, por questões meramente financeiras.
O senhor ministro da Agricultura esqueceu-se que os principais prejudicados com estas medidas são os agricultores e a agricultura nacional. Por outro lado, parece que ignora as realidades agrícolas que são bem distintas de região para região.
A fusão da Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral (DRABL) e da Beira Interior, originando a dita Direcção Regional do Centro com sede em Castelo Branco, só mesmo da cabeça do senhor ministro da Agricultura. Esta medida junta produções agrícolas com realidades , problemas e burocracias completamente diferentes.
Mas, ainda mais grave, o Governo prepara-se para riscar do mapa 198 zonas agrárias, das 226 existentes a nível nacional, ou seja, ficam apenas 28. De uma penada o senhor ministro da Agricultura extingue 90% das zonas agrárias hoje existentes. Quantas vão ficar no nosso distrito senhor ministro? Já pensou quanto vão gastar os nossos agricultores em dinheiro e perda de tempo, para percorrerem distâncias cinco a seis vezes mais longas do que percorrem hoje? Ou seja, o senhor ministro da Agricultura não teve em conta os anseios e as necessidades dos agricultores, mas preocupou-se apenas e só em encontrar uma forma fácil de cortar despesas no seu Ministério; já para não falar nos milhares de funcionários do Ministério da Agricultura que vão ser afectados e que hoje não sabem como vai ser o seu futuro.
Estas medidas são condenáveis e vêm demonstrar o desconhecimento do senhor ministro da Agricultura da importância agrícola e florestal do nosso distrito no contexto nacional. Temos produções importantes como o vinho, o leite, o arroz, o milho, produção de carne e outros, e com uma mancha florestal das mais importantes do Ppaís.
O distrito de Castelo Branco não tem, nem de perto nem de longe, a importância agrícola do de Coimbra, que ainda para mais tem uma localização centralizada em relação aos distritos que compõem a actual DRABL (Coimbra, Aveiro, Leiria e Viseu).
Estas medidas são uma afronta para a agricultura e floresta do distrito de Coimbra. E o senhor director Regional de Agricultura não tem opinião sobre tudo isto? Parece que não, pois, quando questionado, remete para o Ministério da Agricultura.
Pois é, senhor ministro com estas "invenções", vai ficar para a história como o "coveiro" da agricultura portuguesa. É caso para dizer que, com um ministro assim, os agricultores não precisam de inimigos.
Mas o senhor ministro da Agricultura não se iluda os agricultores e as suas organizações do distrito de Coimbra irão saber dar uma resposta e sabe qual é? Com a sua luta, pois claro!
* ADACO - Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra
(declarações a propósito da reorganização do mapa das regiões agrárias em torno das 5 regiões, em 2006, e publicadas no Jornal de Notícias)
Comentários
Mas saberá esse indivíduo, a sério, alguma coisa da nossa realidade agrícola? Por este e outros exemplos passados tenho muitas dúvidas.E de pescas deve conhecer Cascais e algumas praias do ALLgarve!
Cumprimentos
Tem toda a razão. E sabe o que é que é mais triste? É que este ministro Jaime Silva é natural de Almeida, lá estudou e passou a sua juventude. De agricultura ele até perceberá, mas o problema é que se tornou mais um centralista...
Tem toda a razão. E sabe o que é que é mais triste? É que este ministro Jaime Silva é natural de Almeida, lá estudou e passou a sua juventude. De agricultura ele até perceberá, mas o problema é que se tornou mais um centralista...
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Como não existe uma política de desenvolvimento suportada pela regionalização, sempre autonómica e nunca administrativa, as contradições atropelam-se umas às outras, gerando todos estes acidentes lastimáveis de extinções e criações orgânicas insensíveis à diversidade regional e local.
E os programas dos partidos para submissão ao próximo sufrágio eleitoral são confrangedores, pela omissão completa de estratégia política e ausência de continuidade das políticas adoptadas de longo prazo (há muito poucas, mas já começam a ver-se). Tive a oportunidade de confrontar, através de intervenções escritas já disponíveis na NET, as posições de 2 principais dirigentes partidários, sendo um deles o actual Chefe do Governo que beneficiou de ter recebido directamente a que lhe diz respeito.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
A única solução será centrar tudo em Coimbra.
Por isso cada vez mais é preciso uma regionalização mas Coimbra não serve para capital de nenhuma região "inventada" expressamente para ela.
Região "Centro", nem pensar!
Centrar os serviços da região centro em Coimbra é obviamente e logicamente mais barato e não vai contra a vontade popular.
O quê??? O quê???? Eu nem acredito no que acabei de ler...
Caro anónimo: leia os comentários provenientes da Beira Interior. Veja o que andamos aqui a dizer há anos neste blogue. O senhor deve ser daqueles que acha que Coimbra é o centro do mundo. A Beira Interior nunca aceitará esse disparate centralista da "região Centro". Só por comentários destes, já estamos a ver qual seria a importância da Beira Interior numa hipotética região Centro: NENHUMA!!!
Por isso, pelos motivos já por demais expostos, "região centro", JAMAIS!!!
PS: A regionalização nunca deve servir para criar novas centralidades. É bom que pense nisso antes de fazer comentários desses. Informe-se sobre uma coisa chamada Modelo Açoriano e comente...