Os 45 277 ingressos no superior público não foram motivo de festejo só para os colocados. No Porto, universidade e politécnico atingiram taxas de colocação inéditas, com as quais só a Nova de Lisboa conseguiu rivalizar.
Na Universidade do Porto (UP) tratou-se de um pleno: todas as 4052 vagas (duas delas adicionais, para resolver situações de empate) ficaram preenchidas. Um feito que, como frisou a UP em comunicado, acontece "pela primeira vez" no ensino superior , e logo na instituição que tinha mais lugares a concurso.
O sucesso é reforçado pelo facto de a UP ter os três cursos com média de entrada mais elevada do País: Medicina e Arquitectura, nas suas faculdades, e Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. De resto, é também da universidade a melhor média global entre os últimos colocados em todos os cursos.
Também o Politécnico do Porto (IPP), com diversos polos no distrito, festeja números inéditos. Este ano, o instituto preencheu á primeira 2903 lugares, 98,7% do total. Uma percentagem que lhe vale o terceiro lugar entre 13 universidade e 15 politécnicos públicos.
"É o melhor resultado que já tivemos", admitiu ao DN Vítor Correia Santos, presidente do IPP. "Mas é também o reflexo de uma melhoria gradual que começámos há três anos, numa altura em que o Instituto estava entre o quinto e o sexto lugar neste indicador".
Para Vítor Correia Santos, a explicação para este predomínio portuense nos concursos resulta de algumas características que considera serem "comuns" à universidade e ao Instituto.
Por um lado, admitiu, há "menos" concorrência do que na capital, em que várias instituições disputam os alunos. Mas "no essencial", considerou, a melhoria fica a dever-se a "uma aposta na diferenciação pela qualidade da oferta" e também a uma "capacidade de adaptação face a dificuldades financeiras que não são tão sentidas em Lisboa".
No caso do IPP, admitiu, estes progressos ainda não permitem atrair públicos de outras zonas do País: "Mais de 90% dos nossos alunos vêm de um raio de 60 quilómetros em redor do Porto. Já a UP está a atrair públicos cada vez mais diferenciados.
|DN|
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Muitos parabéns à Academia do Porto, representada pela sua Universidade e Instituto Politécnico pelos resultados apresentados. Os defensores do centralismo político já podem argumentar à vontade: - "Estão a ver, mesmo sem regionalização o Norte, em geral, e o Porto, em particular, conseguem resultados excepcionais nos concursos de acesso ao ensino universitário e superior, mesmo sem regionalização".
A regionalização não é só o ensino universitário ou superior e quem sabe se, num regime autonómico, os resultados não seriam ainda melhores?
Há ainda muito trabalho a desenvolver na procura de maior qualidade dos cursos ministrados nas diferentes faculdades e escolas de ensino superior, com objectivos regionais (e nacionais)permanentes de inovação e empreendorismo a prosseguir e associados às actividades de investigação e docente, assim como à articulação entre elas.
Mas também terá que se BANIR para sempre muito espírito corporativista e de paróquia de afinidades pessoais ainda existentes ao nível do recrutamento de docentes para as referidas escolas e faculdades. E se há ...
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)