Discriminação regional em eventos desportivos- I

«O líder da Federação Portuguesa e o seu homólogo espanhol apresentam hoje na FIFA os primeiros trunfos da candidatura ibérica.

Gilberto Madaíl e Angel Villar, respectivamente presidentes das federações portuguesa e espanhola de futebol, vão reunir-se esta manhã em Zurique, na Suíça, com o responsável máximo da FIFA, Joseph Blatter, com o objectivo de apresentar a candidatura ibérica ao Mundial de 2018.

À chegada a terras helvéticas, o líder federativo mostrou-se optimista quanto ao sucesso do projecto que irá apresentar, explicando que podem vir a ser escolhidos apenas três estádios portugueses para o torneio. "Ainda não está decidido. No máximo seriam cinco estádios, mas penso que serão três em Portugal, dois em Lisboa e um no Porto", adiantou Madaíl, referindo-se à Luz, a Alvalade e ao Dragão. O dirigente explicou que o aumento do número de recintos para o Campeonato do Mundo implicaria "o acréscimo de investimentos", algo que "não justifica o número de jogos a mais que Portugal iria receber".

No que diz respeito à reunião com o suíço Joseph Blatter, o presidente da FPF assumiu que o objectivo principal é demonstrar-lhe que não fazem sentido as preocupações que o líder da FIFA tem manifestado quanto ao facto de se tratar de uma candidatura conjunta, pois ela "terá um centro único de custos e apenas um comité organizador", ao contrário do que aconteceu em anteriores co-organizações, nomeadamente aquela que foi encabeçada por Japão e Coreia do Sul, em 2002.

Ainda segundo Gilberto Madaíl, o ponto forte da candidatura ibérica "é a grande vontade de poder levar a cabo este projecto", que em sua opinião se junta à "grande pujança do futebol espanhol" e à "força do futebol português" nos últimos anos. Esta manhã vai dar-se um passo importante para a candidatura ibérica, vão começar-se a jogar os primeiros trunfos de uma corrida que ainda agora está a começar.»

DN, 20/10/2009

«Depois do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ter anunciado que apenas Lisboa e Porto deverão estar entre os palcos de um possível Campeonato do Mundo de futebol de 2018, organização conjunta de Portugal e Espanha, o recém-eleito presidente da Câmara Municipal de Faro veio já dizer que não admite que o Algarve fique de fora de tão importante evento.o autarca de Coimbra, outra das cidades detentoras de um dos estádios do Euro2004, disse não ficar surpreendido.

Em declarações à TSF, Macário Correia, que hoje toma posse como presidente da Câmara Municipal de Faro, afirmou já não compreender a exclusão do Estádio do Algarve de entre o grupo de possíveis palcos do Mundial2018, evento a cuja organização Portugal apresentou, juntamente com a Espanha, uma candidatura, uma vez que, em seu entender, o recinto e a região reúnem todas as condições para receber o Mundial de futebol.

O recém-eleito autarca de Faro diz ainda não aceitar o argumento segundo o qual o Estádio do Algarve não tem a lotação ideal para um evento do género, recordando que existem soluções técnicas capazes de dotar o recinto de uma maior capacidade.

Posição diferente tem, pelo contrário, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, outra das cidades que construiu um estádio para o Euro2004, e que hoje em dia luta com a falta de espectadores, o qual confessa não ficar surpreendido caso o Municipal de Coimbra venha a ficar de fora de um possível Mundial de 2018, a realizar na Península Ibérica.

No entender de Carlos Encarnação, a acontecer, essa será uma situação normal, com o autarca a recordar que, caso fosse presidente da câmara por alturas do Euro2004, nunca teria aceite a construção do estádio.»

DD, 20/10/2009

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