“Regionalização, Uma Questão de Coragem”

“Regionalização, Uma Questão de Coragem” Livro reúne textos de Carlos de Brito escritos ao longo de 13 anos


O novo livro de Carlos de Brito, “Regionalização, Uma Questão de Coragem”,reúne um conjunto cronológico de textos sobre a regionalização que o engenheiro foi escrevendo ao longo de 13 anos. O lançamento da obra, prefaciada por Leonor Beleza, está agendado para 23 de Outubro, no Majestic, no Porto.

Carlos de Brito adiantou ao GRANDE PORTO as razões que o levaram a escrever o livro, referindo que o processo se mantém num impasse e que as promessas dos opositores da Regionalização não se verificaram:

Escrevi este livro porque estamos como estávamos quando se começou a falar de Regionalização. Os defensores da não Regionalização não podem manter o que disseram, que a República iria resolver todos os problemas das regiões e que viveríamos no melhor dos mundos. Isso não é verdade”.

Carlos de Brito lembra que a Região Norte sempre foi o motor da economia portuguesa, situando-se, actualmente, no grupo das regiões mais pobres da Europa. Considerando que a Regionalização é uma das reformas de maior importância para o futuro da democracia e de Portugal, o escritor sublinha que a mudança necessária tem que ser coerente e a metamorfose de que o Estado necessita tem que passar pela Regionalização, mas também pela resolução da questão do Grande Porto e Grande Lisboa, saber como se encaixam e articulam, e ainda pela criação de círculos uninominais.

Não podemos ter processos eleitorais legislativos como temos. E se dentro de pouco tempo as regiões forem apenas palco de luta partidária, fica tudo igual”, explicou Carlos de Brito, acrescentando que a mudança é urgente, pois “é exactamente quando se vive uma crise que importa encontrar soluções novas”.

O engenheiro acredita que o processo será uma realidade, até porque já foi anunciada pelo Governo, mas lembra que a mudança não será pacífica, uma vez que entrará em confronto com os interesses de muitos, “nomeadamente do Estado e da Capital”.

|Grande Porto|

Comentários

Anónimo disse…
Tudo resumido:
(a) Altos desígnios nacionais
(b) Novos protagonistas políticos
(c) Reestruturação do Estado (Administração Pública e funcionamento dos Órgãos de Soberania)

Convenço-me, agora, que nunca tive tanta unanimidade de ponstos de vista com o Engenheiro Carlos de Brito como desta vez.
Uma vez não lamento as tomadas de posição escritas sobre a regionalização; isto é, sobra a implementação das 7 Regiões Autónomas, sem as habituais querelas de a capital ser ali ou acolá, de haver mais ou menos Lisboa, da Beira Serra ser mais para o Interior do que para o Litoral ou ao contrário, mas sempre com as Regiões Históricas ou Províncias (11) como o principal alicerce do edifício político regional.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Há anos que tinha planeado uma viagem de comboio com ida pela linha da Beira Baixa (partida do Entroncamento) e vinda pela linha da Beira Alta (a partir da Guarda).
Fi-lo ontem e anteontem, com uma inesperada volta no clima, um dinamismo juvenil no interior que não verificava há anos, uma certa modernização infraestrutural que me surpreendeu, a persistência de uma realidade antropológico-geográfica que me confirma mais a necessidade de agregar a Beira Alta e a Beira Baixa na Região Autónoma da Beira Interior, sem desfiguarar todas as restantes características diferenciadoras e unificadoras. A gastronomia e a hospitalidade da Guarda continuam iguais a si própria e com todas as surpresas agradáveis a que nos habituou. A indigência no aproveitamento e desenvolvimento das estruturas ferroviárias mais uma vez se confirma, ao não se concluir o alargamento do IC (intercidades) da Covilhã à Guarda e a electrificação da rede entre Castelo Branco e a Covilhã, apesar do dinamismo introduzido pelos Institutos Politécnicos, Universidade da Beira Interior e empresas da região, apesar de tudo o que se conhece das consequências da crise actual e a persistir em 2010.