|José Silva Peneda|
ex-presidente da CCDR-Norte
Qual é a sua leitura dos dados do poder de compra concelhio?
A região Norte é definitivamente a mais pobre de Portugal. São dados que não me surpreendem. Estou perfeitamente convencido de que os resultados seriam piores para o Norte se o apuramento fosse feito agora [estatística divulgada ontem diz respeito a 2007].
Como explica a manutenção das assimetrias já verificadas em 2005 e que colocam mal o Norte no retrato?
O Norte de Portugal já foi das regiões mais industrializadas da Europa há cerca de 15 anos. Hoje, a Alemanha está a exportar tecnologia têxtil para a Ásia. Há regiões alemãs que estão a ganhar com a globalização. O facto é que a globalização não afecta as regiões europeias de forma igual.
Há soluções plausíveis ao nível das instituições da União Europeia?
A distribuição dos fundos comunitários devia atender à dinâmica da deslocalização do têxtil. As regiões que mais estão a ganhar com a globalização deviam transferir para as mais afectadas. Tem de haver uma lógica dinâmica. Não nos podemos ficar pelo discurso da solidariedade. Há países do Leste europeu que são mais pobres? É verdade. Mas esses países estão a crescer a taxas muito superiores e o Norte devia ser compensado.
O Norte merece um tratamento diferenciado?
Há que olhar para o Norte de Portugal de forma diferente. Não estamos a falar do Algarve. A região precisa de uma estratégia específica. O problema é que Portugal paga juros altos pela sua dívida externa e esse facto dificultará nos próximos tempos o investimento interno.
ex-presidente da CCDR-Norte
Qual é a sua leitura dos dados do poder de compra concelhio?
A região Norte é definitivamente a mais pobre de Portugal. São dados que não me surpreendem. Estou perfeitamente convencido de que os resultados seriam piores para o Norte se o apuramento fosse feito agora [estatística divulgada ontem diz respeito a 2007].
Como explica a manutenção das assimetrias já verificadas em 2005 e que colocam mal o Norte no retrato?
O Norte de Portugal já foi das regiões mais industrializadas da Europa há cerca de 15 anos. Hoje, a Alemanha está a exportar tecnologia têxtil para a Ásia. Há regiões alemãs que estão a ganhar com a globalização. O facto é que a globalização não afecta as regiões europeias de forma igual.
Há soluções plausíveis ao nível das instituições da União Europeia?
A distribuição dos fundos comunitários devia atender à dinâmica da deslocalização do têxtil. As regiões que mais estão a ganhar com a globalização deviam transferir para as mais afectadas. Tem de haver uma lógica dinâmica. Não nos podemos ficar pelo discurso da solidariedade. Há países do Leste europeu que são mais pobres? É verdade. Mas esses países estão a crescer a taxas muito superiores e o Norte devia ser compensado.
O Norte merece um tratamento diferenciado?
Há que olhar para o Norte de Portugal de forma diferente. Não estamos a falar do Algarve. A região precisa de uma estratégia específica. O problema é que Portugal paga juros altos pela sua dívida externa e esse facto dificultará nos próximos tempos o investimento interno.
|JN|
Comentários
"A região Norte é definitivamente a mais pobre de Portugal. São dados que não me surpreendem."
Falso. Trás-os-Montes, sim, tem dados preocupantes. A maioria dos concelhos de Entre-Douro e Minho está acima da média nacional.
"O Norte de Portugal já foi das regiões mais industrializadas da Europa há cerca de 15 anos."
Falso. Entre-Douro e Minho foi-o; em Trás-os-Montes infelizmente a industrialização nunca se fez sentir, sendo esta uma região essencialmente agrícola.
"A distribuição dos fundos comunitários devia atender à dinâmica da deslocalização do têxtil. As regiões que mais estão a ganhar com a globalização deviam transferir para as mais afectadas. Tem de haver uma lógica dinâmica. Não nos podemos ficar pelo discurso da solidariedade. Há países do Leste europeu que são mais pobres? É verdade. Mas esses países estão a crescer a taxas muito superiores e o Norte devia ser compensado."
Mais uma vez, dados que se referem apenas ao Entre-Douro e Minho. Em Trás-os-Montes não há crise dos têxteis, porque nunca houve muita indústria têxtil!
Está, mais uma vez, visto o que é esta região "Norte", para os seus defensores: litoral, litoral, litoral. Pouco ou nada se ouve sobre o papel de Trás-os-Montes nesta hipotética região.
A ser assim, compreende-se que os transmontanos comecem a olhar com desconfiança para a regionalização. Mas não é da reforma que têm de desconfiar, já que a regionalização é indispensável para levar o desenvolvimento a Trás-os-Montes e Alto Douro.
Têm é de desconfiar, e fazer frente, tal como os cidadãos da Beira Interior, a este mapa completamente injusto, engendrado por pessoas que pura e simplesmente não querem saber do Interior para nada.
Temos de lutar pela instituição em concreto das regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro, e da Beira Interior. É a única maneira de sairmos desta crise (bem mais prolongada do que a do litoral) que nos atormenta há décadas a fio.
Caros Centralistas, Caros Municipalistas,
Já respondi no comentário ao texto seguinte.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)