Regionalização aguarda apenas que PSD se defina

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O secretário de Estado da Administração Local considera que há condições para que a regionalização avance ainda esta legislatura com grande consenso nacional, depois de a liderança do PSD se definir sobre o tema.

A ideia é criar um grande consenso nacional sobre essa matéria e estamos a referir-nos neste momento ao próprio PSD”, referiu José Junqueiro em entrevista à Lusa, salientando que entidades como a Associação Nacional de Municípios (ANMP) defendem a regionalização, “mas o PSD está muito dividido”.

“Se ouvirmos o dr. Filipe Menezes ou o dr. Passos Coelho, entendemos que um quer e outro não quer. Como a liderança do PSD não está definida, nós devemos dar tempo ao PSD para se reencontrar na sua direcção e na sua orientação política, para partilhar com todos os partidos e com o PSD esse grande desígnio para o país”, afirmou.

A futura regionalização terá por base cinco regiões-plano, com pormenores concretos ainda não definidos, segundo uma lei-quadro que o Governo já está a trabalhar, “para que em momento oportuno” mostre que tem “o trabalho de casa feito”.

“No fundo, as regiões são grandes autarquias que permitirão uma melhor planificação do território e dão uma garantia mais efectiva ao reforço do papel do poder local no desenvolvimento dos território. Esta ideia das regiões, a predisposição da ANMP em estar articulada com as ideias do PS e do Governo e do Primeiro-Ministro (PM) para alcançar esse grande objectivo é algo que nos dá um horizonte positivo que nos permite pensar a Regionalização como uma realidade ainda nesta legislatura”, considerou.

Segundo o governante, os actuais distritos serão “automaticamente eliminados” pelas futuras regiões, mas os municípios deverão desempenhar um papel semelhante ao de hoje, nas áreas do planeamento e ordenamento do respectivo território, com competências e recursos financeiros para executarem um conjunto de transferências da Administração Central.

Com a regionalização, terá de ser aprovada uma nova lei eleitoral já que os actuais círculos - que correspondem aos distritos - terão de ser extintos.

José Junqueiro espera por isso que sejam criados os já discutidos círculos uninominais e o círculo eleitoral nacional também em paralelo ao processo de regionalização.

O secretário de Estado considerou que “o grande mérito do Governo” foi ao de ao longo da última legislatura ter preparado uma reorganização dos serviços no território de forma a que a própria sociedade considerasse a Regionalização natural.

“Como disse o primeiro-ministro, era preciso preparar o território, fazer o PRACE, o Simplex e desconcentrar um conjunto de serviços, para depois caminharmos para a Regionalização e a instituição em concreto das regiões”, disse, realçando que, hoje, até o planeamento dos equipamentos tem “uma filosofia supramunicipal, já que “o próprio QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional] privilegia equipamentos de uso comum.

“Hoje as pessoas estão preparadas para esta nova realidade”, conclui.


Nota do Editor:
A grande novidade desta declaração do José Junqueiro tem a ver com o Governo estar já a trabalhar numa nova Lei Quadro das Regiões Administrativas e, consequentemente, numa nova lei eleitoral.

Comentários

Anónimo disse…
Com as alterações provocadas na nossa Constituição há uns anos nunca será aprovada!!!!!!

O referendo afinal só existe para a Regionalização...

Não fazemos , Regionalização, nem Descentralização efectiva, nada, o que é preciso é continuar apostar na "região de Lisboa e vale do tejo"!!!
Anónimo disse…
O Interior dentro de 15/20 anos fecha com consequencias imprevisiveis ( vamos trazer ucranianos?) e em certas partes do Litoral a perda de população é já um facto...

Mas continuamos a ver este Centralismo (será "colonialismo" ?)como um exito.

Que raio de democracia.
ravara disse…
Andamos a patinar desde os anos cinquenta, quando Salazar não acompanhou a Europa na sua descolonização. Quando deveria anunciar o regresso de todos os portugueses, e assim desde logo integrar-mos de pleno direito na Comunidade Europeia, em vez disto, nos anos sessenta, foi aquela louca ordem; "para Angola já e em força" ,por isso entramos com trinta anos de atraso, tudo por culpa de um visionário sebastianista, mas pior do que isso, milhares de jovens portugueses morreram sem honra nem glória e outros tantos foram feridos.
É tempo de aprendermos a licção não confiar-mos em profetas, principalmente salazaristas, pensar-mos pela nossa cabeça e agir-mos em conformidade. Nós somos dez milhões temos tecnologia, temos sol temos água, bens que faltam em tanto lado, podemos ser auto-suficientes em muita coisa, e por essa via ter-mos orgulho em nós próprios porque só assim somos verdadeiramente uma Nação independente. Temos quanto baste é preciso é meter mãos à obra, mandar à merda aqueles banqueiros e capitalitas que são ricos por nos espoliarem, e ainda aquela corja de políticos profissionais para quem o sistema está muito bem assim; para eles regionalização? Vão pensar nisso.
Rui Farinas disse…
Estas declarações ou são brincadeira ou então... Garantir a regionalização na presente legislatura? Com um crivo constituido por um referendo cheio de condicionalismos cirurgicamente criados para impedir o SIM,e com uma divisão em cinco Regiões que criam resistência irredutivel por parte das zonas do Interior? Alteração da lei-quadro? Só vendo,como S.Tomé!
Anónimo disse…
Caros Regionalsitas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Se as regiões do interior tiverem de "fechar portas" (neste andar, para lá caminham) a alternativa à regionalização só poderá ser o estreitamento da nossa fronteira com as Regiões Autónomas de Espanha. Até onde? Até onde quase puderam outrora os exércitos castelhanos.
Parabéns Afonso Miguel.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)