Rui Rio e António Costa no programa Res Pública da Renascença

“Em 1998 fui contra a Regionalização e hoje sou a favor de alguns modelos”

Rui Rio reconheceu na semana passada que em 1998, no referendo, foi contra a Regionalização e era contra essa reforma, mas diz que hoje é a favor de alguns modelos.

“Em 1998 fui contra, no referendo, e não por causa do mapa. Votaria contra qualquer mapa e é preciso ser claro. Agora não digo que sou a favor da Regionalização ‘tout court’, mas digo que sou a favor de alguns modelos da Regionalização”, disse o presidente da Câmara do Porto no programa Res Publica da Rádio Renascença, no Sábado da semana passada.

O programa é da autoria de Francisco Sarsfield Cabral e na sua última edição, Rui Rio esteve frente-a-frente com António Costa, o socialista que é o actual presidente da Câmara de Lisboa.

Sobre alguns exemplos práticos para explicar o que pretende, Rui Rio disse entender que “há uma escala intercalar necessária entre o local e o nacional, porque o nacional dá má resposta, está longe, e o local não tem força para lá chegar. Por exemplo, eu entendo que a Divisão de Trânsito devia estar na alçada da Câmara. Outro exemplo é o Apoio Social, que até poderia ser dado a um nível mais baixo, nas freguesias, porque é aí que conhecem melhor os problemas.

Se eu for tratar de alguma coisa tenho que passar por um ministro, o secretário de Estado e não sei que mais...” Para Rui Rio, a Direcção Regional de Educação também estaria melhor “se reportasse a alguém desse escalão intermédio regional”.

DESCONCENTRAÇÃO

No entender de António Costa, “esse terceiro nível já existe, mas é invisível. Eu construo a Regionalização a partir dos serviços desconcentrados do Estado e poria as Comissões de Coordenação a coordenar muitas dessas coisas”.

Para o autarca lisboeta, desde o último Governo que é tudo muito claro:

“Tudo o que é Finanças e Segurança ou Segurança Social, está organizado a um nível distrital; todas os outros são ao nível regional.

O País ficou assim arrumado e criaram-se melhores condições para a Regionalização”. Costa entende que “nada impede” as CCDR de poderem coordenar as Administrações regionais de Saúde, ou os serviços de Economia, o que daria “toda uma lógica mais articulada”. Porque, disse, “o que temos hoje é uma estrutura de silos que provoca uma enorme dificuldade de gestão”.

“Para que queremos a Regionalização?”, pergunta António Costa.

“Para duas coisas: para a racionalização das políticas públicas e para a racionalização do desenvolvimento económico”.

Quer António Costa quer Rui Rio defenderam que esse escalão intermédio regional “deve ser eleito”, porque isso conduz à responsabilização política.

|Grande Porto|

Comentários

Rui Silva disse…
A Regionalização lá vai fazendo o seu caminho angariando apoiantes outrora opositores.

Como lá diz o povo 'só os burros é que não mudam'.
Paulo Rocha disse…
Quer se goste ou não, o que é certo é que a Regionalização ganhou mais um apoiante de peso - Rui Rio.
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Não embandeirem em arco com a mudança de posição política de alguns transumantes, em relação à regionalização.
Cada vez mais, no preenchimento de cargos políticos (locais, regionais e nacionais), será necessária uma formação cultural de base muito significativa, não bastando andar a ler à pressa a filosofia e a história da autoria dos outros; faz-nos muita falta uma espécie de "romantismo alemão" como pensamento colectivo estruturado e alicerce da missão, objectivos e estratégia política nacionais.
Isto não é possível com transumantes do pensamento, sem dar razão a um dito célebre mas infeliz de que "só é burro quem não muda"; os seus autores ou seguidores, poderão crer, nunca farão parte da HISTÓRIA.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)