Entrevista com Luís Ramos
- coordenador do Grupo de Estudos Territoriais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
Os planos de desenvolvimento do Norte não mudaram a sua economia e não é claro, hoje, qual o melhor caminho a seguir. Para as pessoas esta pode ser mais uma década perdida, teme Luís Ramos.
Além da estagnação do Centro, só o Norte perdeu terreno, face à União Europeia. Foi uma década perdida?
É sinal da perda de potencial exportador e de uma estrutura produtiva concentrada em poucos sectores, de mão-de-obra barata e sem acrescentar valor. Mas não sei se é uma década de políticas falhadas. O que teria acontecido sem elas? Serviram para injectar dinheiro nas indústrias tradicionais, dar-lhes uma almofada, mas não para substituir a estrutura tradicional, quer modernizando esses sectores quer permitindo a emergência de novos.
Quer-se que a economia se baseie no conhecimento. É bom caminho?
O Norte perdeu centros de decisão e, com eles, também todo o tipo de actividade de conhecimento que dependia desses centros. Além disso, a aposta na extensão de valor, dentro dos sectores tradicionais (que foi uma boa ideia) só teve sucesso parcial, no calçado e em alguns exemplos do têxtil, vestuário e moldes. Mas foi claramente insuficiente para substituir a estrutura tradicional e empregar os muitos milhares de pessoas que ainda subsistem no modelo antigo.
O que fazer às gerações de trabalhadores sem qualificações e já no desemprego ou em empresas que correm o risco de fechar?
Podemos investir em formação, mas formação em quê? Tenho dúvidas sobre quais os sectores que a economia do Norte pode suportar, mas acredito que deve ser diversificada. O agro-alimentar poderia ser uma boa aposta e o vinho tem feito um esforço notório.
|JN|
- coordenador do Grupo de Estudos Territoriais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
Os planos de desenvolvimento do Norte não mudaram a sua economia e não é claro, hoje, qual o melhor caminho a seguir. Para as pessoas esta pode ser mais uma década perdida, teme Luís Ramos.
Além da estagnação do Centro, só o Norte perdeu terreno, face à União Europeia. Foi uma década perdida?
É sinal da perda de potencial exportador e de uma estrutura produtiva concentrada em poucos sectores, de mão-de-obra barata e sem acrescentar valor. Mas não sei se é uma década de políticas falhadas. O que teria acontecido sem elas? Serviram para injectar dinheiro nas indústrias tradicionais, dar-lhes uma almofada, mas não para substituir a estrutura tradicional, quer modernizando esses sectores quer permitindo a emergência de novos.
Quer-se que a economia se baseie no conhecimento. É bom caminho?
O Norte perdeu centros de decisão e, com eles, também todo o tipo de actividade de conhecimento que dependia desses centros. Além disso, a aposta na extensão de valor, dentro dos sectores tradicionais (que foi uma boa ideia) só teve sucesso parcial, no calçado e em alguns exemplos do têxtil, vestuário e moldes. Mas foi claramente insuficiente para substituir a estrutura tradicional e empregar os muitos milhares de pessoas que ainda subsistem no modelo antigo.
O que fazer às gerações de trabalhadores sem qualificações e já no desemprego ou em empresas que correm o risco de fechar?
Podemos investir em formação, mas formação em quê? Tenho dúvidas sobre quais os sectores que a economia do Norte pode suportar, mas acredito que deve ser diversificada. O agro-alimentar poderia ser uma boa aposta e o vinho tem feito um esforço notório.
|JN|
Comentários
Portugal abandonou os seus Jovens, fe-los crescer sem conhecimentos e agora sem trabalho e sem uma PROFISSAO, so resta aos Jovens Abandonar Portugal!
Um Pais que quer ter FUTURO tem que cuidar dos seus Jovens, dar-lhes oportunidade de viver dignamente dentro das suas fronteiras.
Portugal anda a falhar a muitos anos! Existem geraçoes e geraçoes de portugueses no Estrangeiro e embora sejam um orgulho para Portugal é preciso verificar que SEM JOVENS PORTUGAL NAO TEM FUTURO!
Se Portugal se quer um Pais unido e com Futuro tem que começar a proporcionar alternativas para uma vida digna aos jovens portugueses.
E uma vida digna começa por um trabalho digno e estavel!
Para ter um trabalho é preciso ter FORMAçAO = Uma PROFISSAO COM CARTEIRA PROFISSIONAL para cada Jovem portugues.
Um desafio para Portugal deveria ser dar a cada pessoa com Passaporte Portugues uma Profissao com carteira Profissional reconhecida em Portugal e na Europa e PALOPS.
Acabemos com os jovens portugueses que deambulam em Portugal, na Europa e no Mundo a procura de trabalho, sem qualquer formaçao, alimentando desesperadamente as redes de trafico de pessoas e as redes de Trabalho Precario.
Estes Jovens portugueses sem formaçao que alimentam as redes de trabalho precario em Portugal e na Europa sao a imagem de Portugal no estrangeiro.
DESAFIO PARA PORTUGAL: Cada Portugues tenha uma Profissao com Carteira Profissional reconhecida em Portugal, na Europa e Palops.
Assim quando alguem cruza um Portugues sabe que ali vai alguem com uma profissao.