TODOS PAGAMOS

Já escrevi vários artigos sobre o estatuto das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, continuo a afirmar que é um dos maiores disparates juntamemente com a exemplar descolonização praticados logo a seguir ao golpe do 25 de Abril de 1974. As regiões insulares alcançaram um acordo leonino em doloso prejuízo das regiões mais pobres do Continente. Mesmo a nossa vizinha Espanha um país constituído por vários e antigos reinos nunca foi tão longe como Portugal neste assunto.

As regiões autónomas são um sorvedouro de capitais do governo central sem retribuírem em nada para o desenvolvimento e riqueza nacional. Institucionalmente podemos afirmar que existe um país e três governos. Impõem-se uma imediata revisão dos estatutos autónomos, da mesma forma que se impõe uma nova divisão territorial no continente, o avanço da regionalização pode tornar-se um meio de combater as injustiças feitas às regiões beirãs, alentejanas e transmontanas.

Estas regiões não podem, não têm meios de sustentar o luxo das regiões autónomas insulares. A flagrante injustiça de um reformado do continente pagar mais cinco euros por uma botija de gás, assim como nos produtos petrolíferos e seus derivados.

O ditador que pela chantagem política, pelo terror governa a região da Madeira, mais uma vez se prepara para humilhar o governo central, brincar com os impostos dos portugueses. Afirma esse senhor que não vai acatar as decisões do governo central no plano das medidas de austeridade impostas em todo o território nacional. Pensa esse Mugabe que está acima da lei, mas não está, até que quem se forma em direito com dez valores não deve entender muito de leis.

Pensa ele escudar-se no famigerado artigo 75º do Estatuto Político Administrativo da Madeira.
Assim como ameaça não cumprir a norma que vai passar a regulamentar as pensões da função pública.

Pode haver quem ache graça, pode haver quem goste de ditadores, a mim metem-me medo. Todo o político, principalmente aqueles que se intitulam de esquerda, ao tolerarem a existência no poder, com assento no Conselho de Estado, desta grotesca personagem, demonstram claramente como a democracia em Portugal é muito fraca. Ou será um problema etílico e do foro psiquiátrico.

Na austeridade, no regredimento e descalabro em que se encontra o país, este é sem duvida um dos problemas que mais urge resolver. A questão da insularidade deixou de existir, hoje dos Açores a Lisboa a viagem demora duas horas, de Bragança a Lisboa demora aproximadamente cinco horas, por este exemplo, podemos verificar quem beneficia e quem perde. A conclusão é fácil.

|Jorge G. Goncalves|
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