Eixo Atlântico contra as portagens nas SCUT

A Comissão Executiva do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular manifestou-se hoje frontalmente contra a instalação de portagens nas SCUT portuguesas, por considerar que tal medida restringe a mobilidade entre as duas regiões - Norte de Portugal e Galiza - afectando substancialmente as relações comerciais e turísticas entre elas, comprometendo, desse modo, a coesão daquela Euro-Região.

Esta posição foi expressa por Abel Caballero, Presidente daquela Associação Transfronteiriça de Municípios da Galiza e do Norte de Portugal, após a reunião extraordinária daquele órgão executivo hoje realizada na Câmara Municipal do Porto.

"Existem hábitos sociológicos, comerciais e de consumo muito arreigados entre as duas principais cidades desta Euro-Região - Porto e Vigo - que serão bastante afectados com a introdução dessa medida, que terá repercussões negativas nas economias locais de ambas as cidades", referiu aquele responsável, que é também Alcalde de Vigo, economista de formação e um especialista nesta área, tendo, inclusivamente, sido Ministro dos Transportes, Turismo e Comunicações no governo de Felipe Gonzalez.

"Entendemos que as futuras portagens constituem um factor de atraso e de dificuldade na mobilidade, constituindo um impedimento claro e nítido no processo de coesão da Euro-Região, na qual todos queremos que exista um tráfego fluido e de aproximação", sublinhou. Para o dirigente galego, a criação de dificuldades nas vias de comunicação implicam, normalmente, afastamento e separação.

A Comissão Executiva do Eixo Atlântico mostrou-se, por outro lado, bastante céptica quanto à possibilidade de a cobrança nas futuras portagens começarem já no dia 1 de Agosto, como chegou a ser anunciado pelo governo português.

Por sua vez, Rui Rio, Presidente da CMP e da Junta Metropolitana do Porto, deu nota de que o Governo português será formalmente informado desta posição do Eixo Atlântico, o mesmo sucedendo - de acordo com Abel Caballero - com o Ministro do Fomento espanhol.

Ambos os autarcas deixaram bem vincado o facto de aquela estrutura transfronteiriça não constituir um órgão reivindicativo, mas sim uma instituição de reflexão e estudo de questões comuns às duas regiões, funcionando à margem de polémicas ou acordos políticos que surjam em cada país e em cada momento.

Rui Rio referiu que compete ao Eixo Atlântico "dar nota aos Governos dos pontos positivos ou negativos que cada uma das suas decisões têm no espaço territorial do Eixo Atlântico", solicitando que os Governos, depois, decidam tendo em conta também este factor.

O Eixo Atlântico constitui um espaço euro-regional e inter-estatal, cuja filosofia prossegue as orientações da União Europeia, que integra 34 municípios e tem como principal finalidade o desenvolvimento económico, social, cultural, tecnológico e científico das cidades e regiões que o integram, promovendo a coesão mediante a estruturação de um território comum.

A Comissão Executiva do Eixo Atlântico é presidida actualmente pelo Alcalde de Vigo, Abel Caballero, e composta pelos Presidentes do Porto, Viana do Castelo, Gaia, Santiago de Compostela, Monforte de Lemos, Lalín, Ourense, Macedo de Cavaleiros, Barcelos, Lugo e Bragança, estando estes dois últimos na qualidade de observadores.

|CM Porto|
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Comentários

josealexandre disse…
A este propósito, veja-se:
«Faro de Vigo»
EVA GONZÁLEZ - TUI La unión de la zona transfronteriza luso galaica se afianza paso a paso. En esta ocasión con la posibilidad de establecer un servicio ordinario de transporte público entre municipios transfronterizos, 16 gallegos y 5 portugueses. El pasado fin de semana Uniminho, como se denomina la unión de estos municipios que lidera la Diputación Provincial de Pontevedra, ha confirmado la subvención de 500.000 euros de fondos europeos para destinar a la contratación de personal cuya misión será la redacción del proyecto.
El alcalde de Tui y actual presidente en funciones de Uniminho, Antonio F. Fernández Rocha, informó ayer que "en el mes de septiembre se elaborarán las bases para la contratación de ocho personas de cualquier país de la comunidad europea, que dispondrán de tres años para realizar el proyecto".
El equipo que resulte seleccionado tendrá su centro de trabajo en las oficinas de Uniminho, situadas en instalaciones cedidas por la Cámara Municipal de Valença do Minho (Portugal). Se tratará de técnicos medios y superiores, capacitados para realizar el cometido que incluye un estudio de campo en el que se fijarán los lugares de parada de los vehículos que realicen el trayecto.
Avanzó Fernández Rocha que el destino prioritario será el servicio ordinario Tui-Valença. No descarta que antes de esos tres años "se ponga en servicio alguna línea" de la ruta que "se irá implantando progresivamente". Es un aspecto en el que hizo hincapié el presidente en funciones de Uniminho, trasladando que la incorporación de municipios a la ruta se implantaría de una forma racional poniendo como ejemplo el prioritario de Tui-Valença, para seguir con el de Monçao-Salvaterra-Tui. Los últimos en incorporar el transporte público serían los situados hacia el interior.
Los municipios pertenecientes a Uniminho que participan en este proyecto son los gallegos de Oia, A Guarda, O Rosal, Tomiño, Tui, Salceda de Caselas, Salvaterra, As Neves, Arbo, Crecente, Ponteareas, A Cañiza, Covelo, Mondariz, Mondariz Balneario y O Porriño. A ellos se suman los portugueses de Valença do Minho, Monçao, Melgaço, Paredes de Coura y Vila Nova de Cerveira...