Alerta vermelho: Metade dos pobres do País estão a Norte

Portugal, segundo uma análise do Eurostat, citado num estudo realizado pela Associação Nacional das PME e pela Universidade Fernando Pessoa, continua a ser, em 2010 (Julho), o nono país mais pobre da UE-27 (22 pontos abaixo da média).

A Região Norte permanece entre as 30 mais pobres das 254 regiões da UE e a Sub-Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, que até 2009 era considerada a mais pobre da UE-27, em 2010 passou a ter como parceira a Sub-Região do Vale do Tâmega.


Números do INE indicavam que em 2009 existiam em Portugal dois milhões de portugueses no limiar da pobreza. Em Julho de 2010, os dados apontam para 2 milhões e 500 mil.

Só na Região Norte regista-se um milhão e 250 mil pobres, resultado do encerramento de muitas unidades fabris e da falência de outras empresas, que levaram ao despedimento de milhares de trabalhadores; do trabalho precário; do desemprego voluntário (pessoas que não têm acesso ao subsídio de desemprego); dos jovens estagiários, que, quando termina o subsídio dado às empresas (final do estágio), ficam com o posto de trabalho mas com salários mínimos e a “contrato a termo”, ou vão para o desemprego.

Mas, se forem somados os indivíduos que recebem o rendimento social de inserção, aqueles que recebem o complemento solidário para idosos e os que têm outro tipo de subsídio, os números crescerão abruptamente – no ano convencionado pela União Europeia para a Erradicação da Pobreza.

O maior fosso entre ricos e pobres

É no Norte de Portugal que se verifica o maior fosso entre ricos e pobres, onde convive a prosperidade extrema de poucos com a pobreza excessiva da grande maioria.

Na Área Metropolitana do Porto encontram-se as duas maiores fortunas nacionais, lideradas por Américo Amorim (indústria corticeira) e Belmiro de Azevedo (Sonae), que ocupa a segunda posição.

Na região também existem líderes sectoriais e mundiais como a RAR (Refinação de Açúcar), a CIN (produção de tintas e vernizes), a maior associação de grandes empresas do País (AEP) e, ainda, as duas maiores Fundações de Mão-Pública: Fundação de Serralves e Fundação Casa da Música.

Fracos resultados na Educação e Formação

No âmbito da educação e formação, especificamente no que diz respeito à despesa pública em percentagem do PIB, Portugal é dos países que mais investem na Educação/Formação (6%). Contudo, mantém resultados aquém do que seria de esperar.

Portugal apresenta, quando comparado com os restantes países da UE, uma estrutura de habilitações em que continua a dominar o peso dos níveis de instrução mais baixos, como consequência de défices acumulados de escolarização da população.

Embora a situação tenha melhorado, a proporção dos que não possuem um nível superior aos nove anos de escolaridade é bastante elevada na Região Norte. Região em que o abandono escolar é o mais alto do País, com uma taxa de 36% (média nacional 31,6%), e o nível escolar é o mais baixo: apenas 13,8% concluíram o ensino secundário (média nacional 16,8%) em 2009.

A análise cruzada das qualificações da população empregada com os níveis de habilitações escolares permite concluir o baixo nível de habilitações literárias em todos os planos de qualificação, o que indicia potenciais dificuldades numa rápida reconversão profissional da generalidade dos trabalhadores.

|Grande Porto|
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