Prejuízos do centralismo

|Costa Guimarães|

O Conselho de Acção Exterior criado agora pela Junta da Galiza considera, na sua estratégia de cooperação transfronteiriça, que Portugal 'constitui uma prioridade absoluta' para a Galiza.

O presidente da Junta, Alberto Feijóo, lembrou o acordo já existente com as regiões espanholas de Castela e León e com o o Norte de Portugal com vista à criação de uma 'macro região'.

O governante sublinha que essa linha de actuação passa por uma estratégia de macro região do ponto de vista de lóbi para conseguir fundos de coesão e fundos estruturais'.

O líder galego,defendeu a necessidade de se continuar a lutar, com outros parceiros, para fazer ver à Europa a necessidade de políticas de coesão dos fundos estruturais e para que saiba que há regiões dentro dos estados que merecem um tratamento específico.

E do lado de cá do rio Minho, continuamos a marcar passo, a ficar para trás, cada vez mais pobres porque Portugal tarda em cumprir um preceito constitucional, a descentralização administrativa.

Os Galegos não tem do lado de cá um interlocutor com legitimidade democrática para responder e cooperar nessa ambição de criar uma grande região.

Do lado de cá continuamos sem ter quem possua legitimidade constitucional para falar em nome dos sonhos do Minho e de Trás-os-Montes ou mesmo do Norte.

Por isso, continuamos sem voz forte para fazer ver à Europa a urgência da coesão dos fundos estruturais e para que saiba que há regiões que merecem um tratamento específico.

Os minhotos estão a desperdiçar oportunidades — por causa desse erro — de crescer e cooperar com um mercado onde residem e trabalham quase três milhões de pessoas.

Um mercado que possui um poder de compra sedutor para os nossos empresários, uma vez que um galego possui um nível de vida médio que supera em 60% o nível de vida de um habitante do Minho.

Como poderemos vender mais para a Galiza, como podemos desenvolver-nos mais se não existe quem fale em nome de nós com os Galegos e delineie com eles estratégias de cooperação que beneficiem ambos os povos?

De que estamos à espera. Estamos a emagrecer e ninguém se inquieta com esta triste vileza em que o Terreiro do Paço nos fez mergulhar.
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