Lisboa, Lisboa, Lisboa...

Esta semana recebemos uma cimeira da NATO.
Naturalmente em Lisboa!

É normal, nestas coisas, baptizá-las com os nomes das cidades onde ocorrem. Qualquer "acordo" que dela saia será pois acoimado "... de Lisboa".
Foi assim com a Convenção de Genebra ou com o Tratado de Roma.
Fora já assim com o Tratado de Tordesilhas.

Em muitos outros países, que acolhem eventos destes, os governos centrais, habituados a ver o país como um todo e não apenas a capital onde se sentam, diversificam estas coisas. Fazem-no justamente para promover outras cidades do país.
Para não ir mais longe, bastará citar, na União Europeia, os recentes Tratados de Mastricht (Holanda), de Nice (França) ou de Schengen (Luxemburgo).

Por cá, fazendo jus à máxima que o país é Lisboa e o resto é paisagem, tudo ocorre, naturalmente, em Lisboa, não lhes passando sequer pela cabeça que de outro modo pudesse ser. Pois claro, Braga, Coimbra, Faro ou Porto não têm coches em museu nem música em mosteiro... Organize-se pois a coisa em Lisboa e distribua-se a factura pela paisagem, que é para que ela serve.

Assim foi já, nas mais recentes presidências europeias, com a Estratégia de Lisboa e com o Tratado de Lisboa
Assim será agora com a Cimeira de Lisboa.
Neste caso, porém, os privados da "paisagem" até agradecem não ter de suportar as confusões paranóicas do trânsito, enquanto os funcionários públicos lamentam não ter tolerância de ponto.

|FRANCISCO RANGEL DA FONSECA|
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