Região Norte

Nuno Grande 
Médico e professor universitário


A regionalização política e administrativa de Portugal continental constitui a forma de mobilizar as potencialidades de afirmação construtiva da nossa realidade.


De facto, deste modo se desenha a democracia participativa na resolução dos problemas das populações que desenvolvem o projecto de vida colectivo solucionando os problemas que caracterizam a realidade regional.

Assim, considero imperativa a necessidade de considerar a Região Norte, definindo a realidade cultural que caracteriza o espaço entre as bacias hidrográficas ente o Minho e o Douro.

Região predominantemente agrícola e florestal, deve estimular esta circunstância, procurando beneficiar das características ambientais e climáticas para desenvolver as energias alternativas, como a solar, a bioenergética, a eólica e a das marés.

Região com costa marítima bem caracterizada deve desenvolver esta potencialidade de forma a aproveitar os recursos da pesca, assim como as condições climáticas de forma a desenvolver o turismo, fomentando as manifestações culturais diversas de que a região é pródiga.

O repovoamento do espaço interior da região deve ser determinado pelo regresso de emigrantes ou descendentes de emigrantes que programem voltar a Portugal com projectos de fixação nas localidades de origem.

Importa também desenvolver programas de cooperação com a Galiza, o que será muito importante em termos de política comunitária.

A estruturação da Região Norte deve ser um processo muito participado por todos os que pretendem contribuir para o desenvolvimento de Portugal, de forma consistente e projectada no futuro.

A produção vinícola que caracteriza os vales do Minho, do Lima e do Douro tem reputação mundial que deverá ser estimulada e regulamentada. De igual modo, a produção de azeite, de batata, de castanha, de figo e de maçã deve ser estimulada e protegida de forma a constituir um factor de fixação de população em idade activa, pelo que deve desenvolver-se uma política de protecção familiar, fomentando a fixação de casais jovens com projectos de actividade integrada na política de desenvolvimento regional que vier a promover-se.

A Região Norte, em termos antropológicos, resultou de uma intensa mobilidade humana que permitiu o cruzamento de diversos tipos genéticos, desde a pré-história às invasões dos povos diversos do mundo moderno.

Esta multiplicidade de genótipos justifica a adaptação a todas as circunstâncias ambientais que se exprimem no nomadismo dos nortenhos, susceptíveis de ser encontrados em qualquer latitude.
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Comentários

"A Região Norte, em termos antropológicos, resultou de uma intensa mobilidade humana que permitiu o cruzamento de diversos tipos genéticos, desde a pré-história às invasões dos povos diversos do mundo moderno."

Uma boa tentativa de tentar explicar a completa salgalhada que é a "região norte" em termos antropológicos... Tentando arranjar argumentos para justificar o injustificável.