Alentejo - Alcácer do Sal recebe projecto turístico no valor de 600 milhões

O plano de urbanização da Herdade da Barrosinha, antiga companhia agrícola de Alcácer do Sal, onde será implantado um projecto turístico com cerca de oito mil camas, já foi aprovado pela Assembleia Municipal.

O presidente do município, Pedro Paredes, explicou hoje à Agência Lusa que o plano de urbanização apresentado pelo grupo Imovia, promotor do projecto turístico, "está de acordo com o Plano Director Municipal".

Com esta aprovação, o promotor poderá agora apresentar projectos de recuperação dos edifícios existentes e de loteamentos para novas concessões na herdade, "de acordo com o chapéu urbanístico" do concelho, explicou Pedro Paredes.

O autarca estima que a submissão faseada dos projectos de execução tenha início no verão e que as obras de recuperação possam começar um ano depois.

O empreendimento Barrosinha Nature Farm, considerado Projecto de Interesse Nacional (PIN) desde 2008 e a ser implantado numa área de dois mil hectares, situada a cerca de dois quilómetros do centro da cidade, representa um investimento de 600 milhões de euros e prevê a criação de mais de 1600 postos de trabalho, directos e indirectos.

Para Pedro Paredes, trata-se de "um projecto diferente", com uma ligação ao mundo rural "muito feliz".

Segundo explicou, o empreendimento insere-se na política desenvolvida pelo município nos últimos cinco anos, em que se procura "intervenções de qualidade, muito ligadas às actividades do sector primário, como a agricultura e a criação de gado".

Nesse sentido, o empreendimento irá oferecer alojamento e actividades turísticas comuns, como passeios pedestres e de charrete, golfe e ténis, mas também a manutenção e recuperação do secador de arroz e da adega, a cultura de arroz, olival, vinha e cortiça, estando igualmente prevista a criação de uma marca de produtos da região, como ervas aromáticas.

Outra das mais-valias deste projecto sublinhadas pelo autarca é o recrutamento de trabalhadores de Alcácer do Sal e arredores, tendo o promotor assumido o compromisso de "dar formação a quem não a tiver".

Foi também acordado entre o grupo Imovia e a autarquia, ainda apenas verbalmente, um programa de recuperação de habitações no centro histórico da cidade e na freguesia de Torrão.

Segundo esse acordo, explicado por Pedro Paredes, o promotor irá adquirir e recuperar casas nesses locais, para os trabalhadores que, pelas suas funções, não tenham de viver na herdade, "contribuindo para a melhoria das condições de conservação da própria cidade".

|OJE/Lusa|
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