Carlos Lage defende fusão entre Porto e Gaia

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte defendeu, esta segunda-feira à tarde, a fusão entre os municípios de Porto e Gaia. Carlos Lage diz que, pelo contrário, eliminar câmaras no Interior seria contribuir para a desertificação.

Se a redução de câmaras imposta pelo memorando de entendimento com a "troika" for conseguida através "da fusão dos municípios de Porto e Gaia, aplaudo", disse o presidente da CCDR, a título de exemplo, no final de uma reunião com candidatos a deputados dos vários partidos e de diferentes distritos. Tal fusão "seria virtuosa", defendeu, explicando, em seguida, que "basta olhar dos jardins do Palácio de Cristal" para o rio Douro e suas margens para "ver que se trata da mesma cidade".

Carlos Lage justificou aquela opinião com os fluxos que existem entre os dois municípios em termos de turismo, actividade cultural e científica, e património histórico. "Acho que isso era possível", comentou aos jornalistas, a propósito de uma gestão municipal única para interesses comuns.

Antes, Carlos Lage rejeitou qualquer intenção de extinguir câmaras no Interior, considerando que apenas iria promover uma maior "desertificação".

O memorando de entendimento para a ajuda externa a Portugal prevê uma redução "significativa" do número de municípios e freguesias.

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Comentários

Al Cardoso disse…
Uma opiniao de uma pessoa sensata!
AlvesRF disse…
Concordo plenamente!
Não é preciso ser-se economista para perceber que duas 'máquinas' municipais com uma forte componente de recursos humanos (45% da despesa total) formada por funcionários com vínculo à função pública (não pode ser despedido)se, por imposição legal, fossem fundidas isto seria, financeiramente, ruinoso e, em termos operacionais, caótico.
Unknown disse…
O texto fala da fusão dos municípios do Porto e Gaia mas o Mapa indica Porto, Gaia e Matosinhos. De que fusão falamos afinal?
Caro trazmumbalde,

O mapa serve para ilustrar que a 'alegada' fusão entre os municípios do Porto e Gaia tendo como elo de ligação o Rio Douro, podia ser afinal a fusão entre o Porto e Matosinhos separados, apenas, pela 'Circunvalação'.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

As únicas fusões, devidas à sua 'homogeneidade' geográfica e antropológica (e cultural), a incentivar são as que permitirão a reunião do Minho com o Douro Litoral (para esbater as tentações concentralizadoras do Porto), a Beira Alta com a Beira Baixa (para incutir uma dimensão geográfica e humana que anula as tentações concentradoras e, SOBRETUDO, crie melhores condições de desenvolvimento), já Trás-os-Montes precisa só que lhe autorizem a criação da respectiva região autónoma.
A seguir, a infalível reunião do Ribatejo com a Estremadura, aqui de forma ímpar e exigente a impedir a tentação máxima da capital em concentrar ainda mais funções políticas e administrativas. Com dimensão geográfica e homogeneidade antropológica e cultural mais que suficiente para se transformar numa grande Região Autónoma do nosso País, onde os equilíbrios têm de ser conseguidos exemplarmente.
Por fim, pelas mesmas razões relacionadas com Trás-os-Montes e Alto Douro, a Beira Interior, a futura região do Alentejo tem de estar apetrechada com todos os mecanismos políticos geográficos, culturais, antropológicos para conseguir ultrapassar os índices de desenvolvimento que a separam das regiões mais desenvolvidas situadas no litoral.
Esta é a razão porque se propõe uma organização política e autónoma regional com esta configuração, de forma a que as menos desenvolvidas não arrastem consigo problemas de falta de dimensão (não de todo relevante) para que possam dar o salto qualitativo mais rapidamente, em termos de desenvolvimento.
Propor a fusão de municípios como Porto e V. N. de Gaia, é começar pelo fim e da pior maneira, como se não houvesse mais nada para propor e fazer no domínio da regionalização e, antes disso, das acções mais representativas do desenvolvimento (crescimento mais qualidade de vida, a todos os níveis).

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Já comentei no JN. Não entendo esta proposta. Fundir dois dos maiores municípios portugueses. Assim não vale a pena perder tempo com isto.
Municípios com mais 50 mil habitantes não se deve tocar. A menos que seja para receber um município com cerca de 10 mil habitantes.
Não criar gigantes. Manter os que existem e funcionam.
Lisboa, Porto, Gaia, Sintra... deixem estar que estão bem.