Beira Interior faz reivindicações

Empresários da Beira Interior apresentam 20 propostas para compromisso a assinar com deputados

O movimento Empresários pela Subsistência do Interior vai apresentar 20 propostas para os deputados de Castelo Branco e Guarda defenderem na nova legislatura, mesmo contra a disciplina partidária, revelou o porta-voz, Luís Veiga.

O documento, que prevê benefícios fiscais, apoios especiais e outras medidas para o interior, “foi preparado em conjunto com associações empresariais e com os próprios deputados quando ainda eram candidatos pelos distritos de Castelo Branco e Guarda”, referiu.

Nos encontros, durante a campanha eleitoral, “ficou acordada uma reunião após as eleições para redigir uma declaração de compromisso de todos os deputados, em conjunto, para defesa dos interesses da região” e “eventualmente defender um plano de emergência para a região”, explicou Luís Veiga.

O empresário espera que a declaração possa ser assinada no início de julho com todos os partidos, “mesmo os que não conseguiram a eleição”, e que comece a resultar em novas leis “o quanto antes”.

Pretende-se que, pela primeira vez, “os deputados se agrupem dentro do parlamento, num espírito de representatividade da região, em vez de alinharem numa disciplina de voto que às vezes lhes é imposta e nem sempre defende o interior”.

Apesar da crise, Luís Veiga acredita que “há margem para o Estado beneficiar o interior, até porque vai gerar mais receitas fiscais indiretas,” e que “o Governo terá essa característica reformadora” sem afetar “os números a apresentar aos auditores externos”.

O responsável salientou mesmo à Agência Lusa que “o Presidente da República reconheceu nas comemorações do Dia de Portugal, em Castelo Branco, que é necessário criar um conjunto de medidas para o interior, face à desertificação humana”.

O documento com as 20 propostas propõe a cobrança de portagens nas SCUT do interior apenas para transportes pesados de mercadorias estrangeiros e defende a renegociação de concessões de águas e esgotos, cujos tarifários estarão a prejudicar o tecido empresarial.

É ainda proposto que emigrantes que tenham uma segunda residência na região possam votar pelo respetivo distrito, em vez de votar pelo círculo da emigração, e assim aumentar o número de deputados do interior.

Ao nível da fiscalidade, é proposta a implementação de benefícios que já existiram, como a redução da taxa de IRC e das contribuições para a Segurança Social.

O documento propõe a isenção de contribuições para a previdência de três a cinco anos na criação de novos empregos e o corte para metade da taxa de IRC.

É ainda proposta a supressão da tributação autónoma (considerando-se que os custos com viagens são essenciais dada a distância para os grandes centros), assim como a criação de novas linhas de crédito e agências de investimento.

Para acompanhar a defesa destes compromissos, a declaração a assinar com os deputados “prevê reuniões regulares subsequentes”, concluiu Luís Veiga.

De acordo com aquele gestor do ramo hoteleiro, o núcleo duro do movimento engloba cerca de 50 empresários dos distritos de Castelo Branco e Guarda e respetivas associações de empresas, defendendo os interesses de cerca de 8.000 firmas.

|Lusa|
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