Turismo: "Não faz sentido apoiar sistematicamente o Algarve"

O presidente da Entidade de Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, criticou hoje os apoios dados ao Algarve, apelando ao novo governo a dar atenção a “destinos emergentes” que não são “acarinhados” da mesma forma.

“Não faz sentido estarmos sistematicamente, através do Turismo de Portugal, a apoiar um destino que é o Algarve. Falo do programa Allgarve onde se investe um conjunto de dinheiro de fundos comunitários e cujos resultados se conhecem - são de decrescimento claramente do destino”, afirmou hoje Melchior Moreira à margem de uma cerimónia de apresentação em Gaia de um projeto que envolve quatro sítios classificados de património mundial, localizados na região Porto e Norte.

Acrescentou não fazer também sentido “a política do governo nos últimos anos que é definir a estratégia nacional praticamente em função de três destinos (Algarve, Lisboa e Madeira) e depois é o resto do país”

Melchior Moreira lamentou ainda a falta de financiamento “para promoção turística da região e do país” no mercado externo, defendendo por isso a necessidade de uma reforma no setor.

O presidente da Porto e Norte criticou também a existência de várias entidades no país a promover um mesmo destino, como na região do norte do país onde existem três.

“O que defendo é que em termos de políticas deve haver só uma entidade em cada NUT II que tenha a promoção interna e externa, um forte investimento e forte participação do setor privado. É isso que faz sentido”, salientou.

Do novo governo espera que “perceba realmente essa dinâmica, essa escala e que esta reforma de termos apenas uma entidade a fazer promoção interna e externa se concretize e que haja acima de tudo mais financiamento para fazer a promoção externa da marca Portugal e das marcas territoriais que temos no país”.

Ainda ao executivo PSD/CDS lembrou a necessidade de “apostar no combate à sazonalidade do turismo, que é aquilo que a entidade Porto e Norte faz”, lançando o desafio: “temos de ter cuidado nos destinos em que apostamos porque há destinos emergentes, com potencial e que não são acarinhados e potenciados da mesma maneira”.

O projeto hoje apresentado na Serra do Pilar, Gaia, passa pela criação até ao final do ano de um centro interpretativo no próprio mosteiro que, recorrendo a tecnologias 3D e plataformas interativas, irá permitir ao turista “vivenciar os quatro sítios classificados” do Norte: Centro Histórico do Porto, Centro Histórico de Guimarães, Alto Douro Vinhateiro e Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Também até ao final do ano será inaugurado no Palácio das Cardosas o novo Welcome Center da cidade do Porto que “será o melhor e maior da Europa, com um espaço de 400 metros quadrados, plataformas interativas e tecnologias limpas”, para além de “um conjunto de novidades” como “um espaço para crianças que acompanhem turistas, para mochileiros, um espaço gourmet para afirmação de produtos regionais e um auditório”.


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