O QUE DITA A SOBREVIVÊNCIA DE UMA EMPRESA?
Pensar em Biologia quando se analisa uma empresa pode parecer inacreditável, mas não é. A terminologia pode ser semelhante e factores como o meio devem ser tidos em conta. Prova disso é o estudo de Paulo Morão, professor na Universidade do Minho, que aponta dimensão e localização como condicionantes chave na vida de uma empresa.
Perceber que factores podem conduzir à morte (falência, em termos técnicos) ou sobrevivência de uma empresa foi o ponto de partida de um estudo realizado por Paulo Morão, no âmbito de Mestrado em Economia Industrial e da Empresa.
"Há características que não podemos ignorar que ajudam a explicar porque há em determinados concelhos ou regiões uma maior mortalidade ou sobrevivência empresarial", explicou o docente da Universidade do Minho ao Canal UP.
Em matéria de sobrevivência, "verificamos que importa a dimensão em termos de recursos humanos. As empresas que apresentam 20/25 empregados têm uma taxa maior", explicou. Assim, as probabilidades de terem sucesso são mais elevadas nas que iniciam a sua actividade com um maior número de pessoal ao seu serviço.
Em contrapartida, o estudo mostra que a localização é o factor mais relevante quando passamos para o campo da mortalidade empresarial. É nas áreas em que o mercado apresenta mais dinamismo, com a criação de mais empresas, que se verifica maior número de falências.
"Têm maior tendência a falir as pequenas e médias empresas - com menos de 20 empregados - que se situam em espaços mais litorizados. Mas é nas regiões em que há mais mortalidade de empresas que mais nascem também, apesar de neste momento poder não ser reposto totalmente o número das que fecham devido à crise", referiu Paulo Morão.
O estudo "Determinantes regionais da sobrevivência e da mortalidade das empresas - o caso português" foi desenvolvido em co-autoria com Adilson Oliveira e partiu de dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, referentes ao ano de 2006.
No entanto, está já a ser preparado um alargamento do trabalho a toda a década. "Até agora, as conclusões para a década apontam no mesmo sentido, verificando-se ainda hoje essas tendências", diz Paulo Morão.
Juntar Biologia e Economia
Quando se fala em natalidade e mortalidade, a primeira coisa que vem à mente provavelmente não será uma empresa. Mas esta terminologia também se aplica neste caso, procurando-se também explicações para a criação de mais empresas num determinado local ou num momento específico.
Além disto, o conceito de evolucionismo pode assumir, em certa medida, um lugar de destaque numa análise deste género.
"Seguimos algo próximo ao evolucionismo, em que o meio envolvente pode ser um condicionante. Isto é algo que está a ser agora iniciado nas ciências económicas", conclui o docente da Universidade do Minho.
|canalup.tv|
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Pensar em Biologia quando se analisa uma empresa pode parecer inacreditável, mas não é. A terminologia pode ser semelhante e factores como o meio devem ser tidos em conta. Prova disso é o estudo de Paulo Morão, professor na Universidade do Minho, que aponta dimensão e localização como condicionantes chave na vida de uma empresa.
Perceber que factores podem conduzir à morte (falência, em termos técnicos) ou sobrevivência de uma empresa foi o ponto de partida de um estudo realizado por Paulo Morão, no âmbito de Mestrado em Economia Industrial e da Empresa.
"Há características que não podemos ignorar que ajudam a explicar porque há em determinados concelhos ou regiões uma maior mortalidade ou sobrevivência empresarial", explicou o docente da Universidade do Minho ao Canal UP.
Em matéria de sobrevivência, "verificamos que importa a dimensão em termos de recursos humanos. As empresas que apresentam 20/25 empregados têm uma taxa maior", explicou. Assim, as probabilidades de terem sucesso são mais elevadas nas que iniciam a sua actividade com um maior número de pessoal ao seu serviço.
Em contrapartida, o estudo mostra que a localização é o factor mais relevante quando passamos para o campo da mortalidade empresarial. É nas áreas em que o mercado apresenta mais dinamismo, com a criação de mais empresas, que se verifica maior número de falências.
"Têm maior tendência a falir as pequenas e médias empresas - com menos de 20 empregados - que se situam em espaços mais litorizados. Mas é nas regiões em que há mais mortalidade de empresas que mais nascem também, apesar de neste momento poder não ser reposto totalmente o número das que fecham devido à crise", referiu Paulo Morão.
O estudo "Determinantes regionais da sobrevivência e da mortalidade das empresas - o caso português" foi desenvolvido em co-autoria com Adilson Oliveira e partiu de dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, referentes ao ano de 2006.
No entanto, está já a ser preparado um alargamento do trabalho a toda a década. "Até agora, as conclusões para a década apontam no mesmo sentido, verificando-se ainda hoje essas tendências", diz Paulo Morão.
Juntar Biologia e Economia
Quando se fala em natalidade e mortalidade, a primeira coisa que vem à mente provavelmente não será uma empresa. Mas esta terminologia também se aplica neste caso, procurando-se também explicações para a criação de mais empresas num determinado local ou num momento específico.
Além disto, o conceito de evolucionismo pode assumir, em certa medida, um lugar de destaque numa análise deste género.
"Seguimos algo próximo ao evolucionismo, em que o meio envolvente pode ser um condicionante. Isto é algo que está a ser agora iniciado nas ciências económicas", conclui o docente da Universidade do Minho.
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Comentários
É do conhecimento básico de qualquer aspirante a empresário !
DCS