Douro: Precipitação vai cair 15% nos próximos 18 anos

Produtores de vinho da região acreditam estar preparados para as alterações climáticas previstas

Até 2020, a temperatura média anual da região do Douro vai subir entre 1,8 e 4,3 graus centígrados, e a precipitação será 15% abaixo da registada hoje. Esta perspectiva que poderia ser catastrófica para a produção agrícola local é desvalorizada pela Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), que acredita que a região tem "armas potencialmente suficientes" para combater este problema.

Os detalhes relativos às alterações climáticas no Douro foram divulgados ontem, no arranque das vindimas deste ano, no âmbito de um seminário organizado pelo ADVID.

Segundo Fernando Alves, director-executivo da associação, são dados que eram esperados mas que "surpreendem pela sustentabilidade com que foram apresentados".

A evolução prevista não assusta os especialistas, em parte devido à capacidade de adaptação da cultura vinícola. "A própria morfologia da região dá mostras dessa adaptação" lembrou Fernando Alves ao i, lembrando que o cultivo em socalcos já pressupõe grandes variações de temperatura.

Ainda assim, o responsável alerta para a importância de fazer uma "boa gestão do que já existe" e diz que o "comprometimento técnico" é fundamental. Numa altura em que alguns pequenos produtores da região se debatem com dificuldades, Fernando Alves sublinha que a investigação de novas técnicas é feita através de projectos que "obrigam à partilha de investimento" e em que "o sector empresarial avança com a maior fatia".

Ainda no âmbito do mesmo seminário, foi anunciado um investimento de 170 mil euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia num projecto que visa "definir estratégias de curto prazo para mitigação das alterações climáticas na estrutura mediterrânica". O trabalho será feito entre a ADVID, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Universidade de Aveiro. M. V. C.

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