Interior precisa de um choque fiscal

O Álvaro dos Santos Pereira, Doutor em Economia e agora apenas o Álvaro, Ministro da Economia, defende a descentralização em vez da regionalização.

Para tornar o Interior competitivo, viável e com gente defende um choque fiscal mais ou menos assim:

Para tornar o Interior competitivo, viável e com gente defende um choque fiscal mais ou menos assim:

1 – 0% de IRC durante 10 anos para as empresas que façam novos investimentos.
2 – 10% de IRC para as restantes empresas durante 5 anos.
3 – Redução de 50% das contribuições sociais para as empresas que invistam no interior.
4 – Redução de 50% do IRS para novos residentes no interior.
5 – Benefícios fiscais de 20% do IRS para residentes já instalados.
6 – Créditos fiscais para famílias com dois ou mais filhos.

E ainda:
  • Quotas para imigrantes terem que se instalar no interior
  • Premiar os funcionários públicos que queiram transferir-se para o interior
  • Outras compensações para funcionários públicos (até 5 anos) como por exemplo renda de casa.
|A. Oliveira|
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Reparem que as soluções são quase todas de natureza fiscal ou parafiscal e nenhuma palavra para uma política ou estratégia económica que caracterize os recursos endógenos existentes em cada região autónoma e que merecem, POR TODAS AS RAZÕES, serem aproveitados.
Estas soluções são efectuadas à custa do Orçamento do Estado e não correspondem a um esforço inovador e de investimento orientado para a criação de postos de trabalho e aumento do produto interno bruto, em condições de substituir importações e reduzir o défice externo.
Quanto a concordar e propor a descentralização no lugar da regionalização, independentemente de se conhecer as suas razões, revela bem que apesar de ser oriundo do interior, não se apercebeu ainda das consequências positivas da regionalização quando inseridas numa política económica de desenvolvimento.
Por fim, os nossos políticos continuam a habituar-se pela adopção das soluções mais simples, imediatistas, de implicações orçamentais negativas pois mais alguém terá de compensar as correspondentes perdas de receita fiscal. Mas o mais importante e perigoso a referir, é que a eficácia de tais medidas é muito duvidosa e pugna por uma falha permanente de condições de desenvolvimento do interior porque não é suficiente para atrair investimentos de forma consistente. E as empresas que decidam transferir-se não têm nenhuma perspectiva nem intenção de aproveitamento dos recursos próprios da região para onde pretendem que se deslocalizem e apenas o fazem por critérios utilitaristas de natureza fiscal. Tudo isto na ilusão que as regiões para onde as empresas se podem deslocalizar vão benefciar de condições efectivas de dsenvolvimento e, se o forem, vai ser à custa do empobrecimento de outras. À semelhança do que está a acontecer na economia mundial quando as empresas ocidentais decidiram deslocalizar-se para os países hoje chamados emergentes, actualmente com consideráveis reservas monetárias e carteiras vultuosas de empréstimos sobre os países desenvolvidos, afogados em dívidas, incertezas e violências várias.
Os senhores da política nem sequer conseguem aprender com as consequências negativas da situação a que chegamos onde a veneração do capital financeiro em detrimento de políticas económicas integradas para cada país ou união de países é uma prática intocável e de consequências bastante funestas, com a certeza de que ainda não se chegou a um ponto de retorno e parecendo insistir-se ainda irresponsavelmente no mesmo tipo de políticas desequilibradas e de conveniência.
Não há sector da economia que tenha sido tão investigado como os mercados de capitais, com trabalhos chamados científicos de grande elaboração teórica e até virtual (caso das expectativas), mas é exactamente naqueles mercados onde, ciclicamente, eclodem as piores crises que sendo primeiro financeiras, acabam por contaminar todas as economias e sociedades, porque o capital financeiro nunca pode perder dinheiro e se perde, logo consegue soluções para ser mais que compensado, nem que seja necessário que uma crise se siga logo a outra. Enquanto todos os outros sectores da sociedade terão que se amanhar com as todas as consequências sempre negativas de tais práticas.
Por fim, em nome da criação de valor para o accionista (não para a empresa), consegue praticar-se tantas tropelias que só com a total ausência de valores e de ética pessoal e empresarial no segredo dos negócios torna tudo isto lamentavelmente possível.
Os patriotas cederam o seu lugar aos 'criadores de valor para o accionista', com os Estados a 'embarcar' nesta aventura.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Caro Anónimo pró-7RA.

Muitas verdades, muito bem analisado!

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caro António Felizes,

Obrigado pelo seu comentário; daqui a 10 anos, mais ou menos, o paradigma actual baseado na "criação de valor para o accionista" irá ser substituido por outro paradigma mais equilibrado: "a criação de valor para a empresa", de forma a beneficiar todas as entidades que interagem com e na empresa.
Para já, acordaram muito tarde para a proibição do 'short selling' (propício aos especuladores e agiotas) e só quando estavam já a ficar com o gargotilho na garganta é que decidiram fazê-lo.
Por isso, nada tem de especial, mas é confrangedor ver na política quem não entende de nada, mesmo de nada.

Cumprimentos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)