Por muito que se entenda que a vivência cívica postula maneiras, designadamente no uso da língua nacional, que aparentemente não estão ao alcance do Sr. Jardim, convém não confundir alarvidades de carrejão com méritos políticos (sem esquecer a efectiva diminuição cívica que advém de um exercício caracterizadamente clientelar da prática institucional), que inegavelmente estão a crédito da peculiar interpretação do cargo que ele vem fazendo.
Posso estar enganado, mas costumo pensar que muito do que ele tem arrancado do bolo orçamental ao arrepio da solidariedade financeira nacional resulta não apenas das suas inegáveis audácia e contumácia mas também da pusilanimidade de quem se tem sentado nas cadeiras governamentais nacionais.
Na verdade, mesmo em alguns momentos menos fáceis (já levou uns apertões), Jardim arroga-se sempre com segurança as posições de quem sabe que voltará ao "banquete" seguinte, olhando com desplante sobranceiro interlocutores sempre reféns de uma miseranda aritmética eleitoral que manifestamente não dominam, por isso incertos sobre a permanência dos seus lugares e das suas políticas.
Jardim não diz asneiras: diz coisas que, se não são grosseiras mentirolas, muitas vezes não passam de deturpações clamorosas, mas conhece muito bem quem o ouve e quais os seus pontos sensíveis. É para esses que lhe garantem o assento vitalício que ele fala. Se são asnos, então falas-lhes no idioma que compreendem.
Jardim tem arroubos autonomistas dentro do quadro institucional da regionalização que o erigiu em cacique máximo de uma ilha cuja dimensão geográfica, demográfica e económica é ridícula se posta em confronto até com concelhos, quanto mais com distritos ou regiões plano, do continente, que não têm na mesa desse orçamento senão umas desproporcionadas migalhas, alimentando todavia as receitas fiscais como inesgotáveis fontes.
Mas esses arroubos nem o fazem independentista - que alívio seria apoiar com treta o novo estado... africano, diriam alguns - nem, muito menos, adepto da regionalização.
Este o ponto essencial: a Jardim não convém a regionalização do continente, interessa-lhe sim que se mantenha a corrente dinâmica de "mais do mesmo" em que faz valer como trunfos eleitorais cartas que, num contexto regionalizado, não valeriam mais do que um jogo "mediano", só rentabilizável através da sua equilibrada conjugação com outros muito mais importantes para o país.
Por isso, façam o favor de não misturar Jardim com o tema da regionalização!
|José Luís S. Curado|
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Posso estar enganado, mas costumo pensar que muito do que ele tem arrancado do bolo orçamental ao arrepio da solidariedade financeira nacional resulta não apenas das suas inegáveis audácia e contumácia mas também da pusilanimidade de quem se tem sentado nas cadeiras governamentais nacionais.
Na verdade, mesmo em alguns momentos menos fáceis (já levou uns apertões), Jardim arroga-se sempre com segurança as posições de quem sabe que voltará ao "banquete" seguinte, olhando com desplante sobranceiro interlocutores sempre reféns de uma miseranda aritmética eleitoral que manifestamente não dominam, por isso incertos sobre a permanência dos seus lugares e das suas políticas.
Jardim não diz asneiras: diz coisas que, se não são grosseiras mentirolas, muitas vezes não passam de deturpações clamorosas, mas conhece muito bem quem o ouve e quais os seus pontos sensíveis. É para esses que lhe garantem o assento vitalício que ele fala. Se são asnos, então falas-lhes no idioma que compreendem.
Jardim tem arroubos autonomistas dentro do quadro institucional da regionalização que o erigiu em cacique máximo de uma ilha cuja dimensão geográfica, demográfica e económica é ridícula se posta em confronto até com concelhos, quanto mais com distritos ou regiões plano, do continente, que não têm na mesa desse orçamento senão umas desproporcionadas migalhas, alimentando todavia as receitas fiscais como inesgotáveis fontes.
Mas esses arroubos nem o fazem independentista - que alívio seria apoiar com treta o novo estado... africano, diriam alguns - nem, muito menos, adepto da regionalização.
Este o ponto essencial: a Jardim não convém a regionalização do continente, interessa-lhe sim que se mantenha a corrente dinâmica de "mais do mesmo" em que faz valer como trunfos eleitorais cartas que, num contexto regionalizado, não valeriam mais do que um jogo "mediano", só rentabilizável através da sua equilibrada conjugação com outros muito mais importantes para o país.
Por isso, façam o favor de não misturar Jardim com o tema da regionalização!
|José Luís S. Curado|
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Comentários
Cumprimentos
Nada, com efeito!
Ou seja, se vocês falarem de regionalização, a primeira coisa que o povo vai dizer é:
"Já chega a madeira e os açores.
Com mais meia duzia de jardins aqui no continente então é que estava tudo de pantanas e o pais tornaria-se ingovernável."
A regionalização nunca vai ser feita, metam isso na cabeça de vez.