País total ...


Terminei, este fim-de-semana, o que há muito me havia proposto – conhecer todos os concelhos do nosso Portugal.
E o fim, o termo, foi nesse concelho vizinho de Lisboa, que há muito poderia ter visitado, mas que nunca tinha acontecido – Arruda dos Vinhos.
São 308 concelhos, com as suas características e presenças simbólicas, mas há uma realidade que a todos atravessa e que os marca sempre – as construções para o culto.
Se tivesse que eleger uma realidade impressionante, que atravessa mais do que um concelho, ela seria a que as ilhas dos Açores nos põem frente ao nosso olhar, pela beleza, pela negação da insularidade, pela criatividade não limitada e pelo património nas suas diferentes formas criativas.
Se tivesse que eleger uma realidade moldada pelo homem e que ainda hoje nos projecta pelo mundo, ela seria a Região Demarcada do Douro.
A visita durou muitos anos, mas confesso neste final, o meu desalento com o estado a que chegou toda a zona mais interior. As beiras da raia e os alentejos mais longínquos, vivem teimando em não falecer …  como há ali coisas para nos deliciarmos, para ali ficarmos, para ali sermos felizes…
Fiz, durante este tempo de viagens, algumas reincidentes por gosto ou por dever, uma curta lista de preferências. Deixo-a aqui, sujeita ao crivo dos críticos.
O concelho mais belo – Mértola – pela dimensão e estado do seu património e enquadramento paisagístico;
O concelho mais teimoso – Montalegre – a sua localização e distância não o abateram, antes lhe deram forças para se reinventar;
O concelho mais amigável – Ponte de Lima – gosto das gentes, da forma como abrem a porta e como vivem a vida;
O concelho mais improvável – Sta. Marta de Penaguião – em cima do xisto, nas encostas íngremes, criaram-se os povos que, no baixo Corgo, fizeram a vinha;
O concelho mais estruturado – Viseu – pela localização, pela forma como soube crescer e como encontrou os equilíbrios entre cidade e espaço rural;
O concelho melhor conservado – Viana do Castelo – uma cidade belíssima, freguesias que nos fazem inveja;
O concelho mais trabalhador – S. João da Madeira – um concelho, uma freguesia, onde o risco e o trabalho é o dia-a-dia;
O concelho mais intimista – Aljezur – pelas praias e pelos sítios;
O concelho mais farto – Almeirim – A gastronomia, principalmente a sopa da pedra, são de enfartar os mais brutos;
O concelho mais saudoso – Porto – Pelo que foi e pelo muito que teima em não ser;
O concelho do mundo – Lisboa – O sol (tudo) é único.     
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Não fiz qualquer referência a Vila Real, a minha terra, de Camilo, de Torga e de Pires Cabral. Essa, tenha os defeitos e as virtudes que tiver, é minha!

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